quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Socorro! Tenho dores no peito


Aos primeiros sinais de algum tipo de dor no peito, a grande generalidade das pessoas teme que estas estejam relacionadas com o seu coração, mas nem sempre este tipo de dores é sinal de um ataque cardíaco eminente.  Há vários problemas, felizmente menos graves, que podem desencadear as assustadoras dores no peito. 

Convém sublinhar, no entanto, que em caso de dúvida deve dirigir-se a um serviço de urgência, pois se estiver mesmo a ter um infarte do miocárdio, a rapidez de atendimento pode fazer a diferença entre a vida e a morte.




Quando devo dirigir-me a um serviço de urgência?

Em primeiro lugar, é importante ter em consideração que jamais, deve tentar fazer um auto-diagnóstico e que se tem dúvidas não deve evitar em contactar um serviço de urgência ou ligar para o seu médico assistente. Este artigo serve apenas para elucidar sobre algumas situações e não para o ajudar a diagnosticar o que sente.

Comecemos então por definir as situações mais graves e, nas quais deve dirigir-se o mais rapidamente possível ao médico, através das características da dor.

Se a dor consiste mais propriamente numa sensação de peso ou aperto, for desencadeada por algum tipo de esforço físico ou problemas do foro emocional ou se se apresentar de forma difusa passando para o braço esquerdo, por vezes até para as costas, é, sem qualquer dúvida, motivo para alarme. Nestes casos, pode também ser acompanhada por suores, palpitações, falta de ar, palidez. A dor pode prolongar-se ou ter um padrão de “ir e vir”. 

Outra situação grave é a perda dos sentidos. Se está com uma pessoa que, após se queixar de dores no peito perde os sentidos, deve ligar imediatamente para o 112.

É importante definir que nem sempre esta dor é muito forte, especialmente em pacientes idosos ou diabéticos, as queixas podem traduzir-se apenas por cansaço e incómodo. Não se deixe enganar pelas aparências, não significa que a situação não seja grave.




Factores de Risco

A possibilidade de doença cardiovascular é sempre avaliada de acordo com a história clínica do paciente. A possibilidade de um paciente jovem e perfeitamente são sofrer um infarte do miocárdio é extremamente baixa, por isso, é importante saber dizer ao médico que assiste o paciente os factores que podem denunciar maior risco de problemas cardíacos.

A idade é um dos principais factores a ter em conta (começa a considerar-se factor de risco a partir dos 40 anos), bem como a presença de doenças de risco (diabetes, hipertensão arterial, elevados níveis de mau colesterol ou insuficiência renal crónica) ou mesmo, problemas cardíacos prévios.

O sedentarismo e uma dieta rica em gorduras, bem como a sua principal consequência, a obesidade, são factores de risco significativos, bem como história familiar prévia de problemas cardíacos. O tabagismo e o consumo de estupefacientes são também factores de risco significativos a considerar na avaliação médica.

É importante não esquecer que existem dezenas de possíveis causas para sentir dores no peito, mais ou menos graves, que podem ou não estar relacionadas com o coração.


O papel da ansiedade nas dores no peito

A ansiedade é actualmente, um problema de saúde pública e em franca expansão, cada vez mais casos chegam todos os dias às urgências dos nossos hospitais e as principais queixas destes doentes encontram-se a nível cardíaco. Queixam-se de dores no peito, arritmia, entre outros sintomas que jamais devem ser menosprezados, no entanto, em casos de ansiedade, os mesmos não têm qualquer fundamento do ponto de vista físico.

Muitos dos pacientes com crises de ansiedade entram nas urgências com queixas extremamente semelhantes a um infarte do miocárdio, sendo estas, a dor no peito, acompanhada de palpitações, suores, falta de ar, tonturas, vómitos, etc.

Na verdade, as estatísticas apontam para que em cerca de 1/3 dos pacientes atendidos em serviços de urgência com queixas de dores no peito,  os sintomas sejam devidos a problemas do foro psicológico. Os problemas de ansiedade e ataques de pânico são os principais, mas não os únicos responsáveis por estes números, a depressão e hipocondria estão também entre as principais causas des sintomas.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

O meu filho contraiu Mononucleose: devo preocupar-me?

A mononucleose é uma doença comum e apesar de não haver um tratamento por si só para o problema, a verdade é que a grande maioria dos pacientes não tem grandes consequências, recuperando por completo após algumas semanas. Passada a fase aguda (cerca de 2 semanas) o paciente começa aos poucos a retomar a sua vida normal, apesar do cansaço poder persistir durante muito mais tempo (semanas ou mesmo meses).

No entanto, e apesar de raras, poderá haver consequências, algumas delas graves e para as quais devemos estar atentos. O doente com um sistema imunitátio deficitário deve preocupar-se desde o início, visto que é uma das principais causas de complicações na mononucleose.


O Sistema Nervoso Central

Algumas complicações afectam directamente o cérebro e o sistema nervoso central e, apesar de raras, apresentam-se com gravidade. Encefalite (inflamação do tecido cerebral), convulsões, complicações nervosas, meningite (inflamação do revestimento cerebral) e alterações anómalas do comportamento são algumas complicações que poderão advir da doença.


O baço

O baço é o órgão mais susceptível perante um quadro de mononucleose, o uso de antibióticos (comum quando o quadro é confundido com outros) pode originar complicações graves, que pode ir desde simples lesões até à rotura do mesmo, o que levaria à necessidade de extracção cirúrgica.



Outras complicações

Pode verificar-se uma diminuição dos glóbulos vermelhos e plaquetas, que normalmente voltam à normalidade sem tratamento.

Os gânglios linfáticos aumentados poderão comprimir as vias respiratórias e provocar uma certa congestão pulmonar.


Quando voltar ao médico?

Como referido, complicações graves são muito raras, especialmente em pacientes mais jovens, pelo que, não deve haver grandes motivos para alarme. 

Após o diagnóstico de mononucleose, o repouso é essencial, os sintomas demoram pelo menos duas semanas a passar e por isso, não adianta correr para o médico, no entanto, deve fazê-lo se o doente apresentar dificuldades respiratórias ou respiração ruidosa e se sentir dores fortes no lado superior esquerdo do abdómen.

Se ao fim de duas semanas, os sintomas parecem persistir ou até mesmo piorar, deverá dirigir-se ao seu médico assistente ou a um serviço de urgência.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Mononucleose infecciosa: o que é?


A mononucleose é uma doença infecciosa causada pela acção do vírus Epstein-Barr, um herpesvírus, que afecta todas as faixas etárias.

O vírus actua invadindo as células que revestem o nariz e a garganta, até atingir os glóbulos brancos, responsáveis pela produção de anticorpos do nosso organismo. O período de incubação pode ir de um mês a mês e meio. 




Sintomas

Os principais e mais conhecidos sintomas da doença são febre, dores de garganta e aumento dos gânglios linfáticos, no entanto, nem todos os pacientes apresentam um quadro completo de sintomas.

Entre os sintomas mais frequentes, encontramos:

- Febre (pode atingir os 39.5º C à tarde ou início da noite);

- dores de garganta fortes, por vezes, forma-se uma substância semelhante ao pus na parte posterior da mesma;

- aumento do volume dos gânglios linfáticos, principalmente os do pescoço;

- sensação de fadiga e mal-estar (a sensação de fadiga pode manter-se várias semanas, ou até meses, após o desaparecimento dos restantes sintomas);

- aumento do volume do baço e do fígado;

Poderão ainda surgir alguns sintomas menos frequentes como icterícia, inchaço em redor dos olhos e raríssimas erupções cutâneas.


Estatísticas

Cerca de 50% das crianças já foi infectada com este vírus antes dos 5 anos de idade, embora nesta idade, a infecção não costume produzir sintomatologia.

Estima-se que até aos 30 anos, 90% dos adultos já tenham tido contacto com o vírus, desenvolvendo imunidade ao mesmo.


É possível prevenir?

A maioria dos adolescentes e adultos contrai o vírus através do beijo (daí ser esta conhecida como a doença do beijo) ou outro contacto íntimo com um paciente já infectado. 

A melhor forma de prevenção é evitar beijar ou manter contacto muito íntimo com o doente. Deve ainda ter o cuidado de não partilhar alimentos, pratos, copos ou outros utensílios durante algum tempo (mesmo depois do fim dos sintomas), visto que a principal via de transmissão é a saliva.

Estes cuidados não devem ser menosprezados, visto que o vírus pode persistir durante meses, após o desaparecimento dos sintomas.

Até ao momento, não existe qualquer vacina que permita evitar a doença.


Tratamento

Não há um tratamento específico para a mononucleose. Recomenda-se ao paciente infectado que permaneça em repouso, sem efectuar quaisquer esforços e que ingira muitos líquidos. 

Por norma, os médicos recomendam alguns medicamentos de alívio sintomático, para que o doente se sinta mais confortável, no entanto, é o seu corpo que vai actuar na cura.

O organismo desenvolve anticorpos para o vírus e em princípio, a pessoa que contraiu mononucleose, não poderá voltar a tê-la, no entanto, há conhecimento de um ou outro caso em que o paciente é infectado duas vezes.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

DOR CRÓNICA



A dor crónica é uma dor persistente ou recorrente, sem motivo físico aparente e que apresenta uma duração de pelo menos 6 meses (no entanto, o paciente pode demonstrar características de dor crónica antes disso). Muitas vezes, é precidida por uma lesão, porém, após a cura total da mesma, a dor mantém-se, no entanto, a mesma pode surgir sem qualquer antecedente ou motivo aparente.


Estatísticas

A dor crónica atinge cerca de 19% dos adultos na Europa e estes números parecem estar a aumentar. Em Portugal, estima-se que 36% da população adulta sofra da doença.

Metade destas pessoas dizem sofrer de dor constante e dois terços têm graves dificuldades em dormir.

Um estudo realizado em Portugal (pelo Serviço de Bioestatística e Informática Médica, em conjunto com o CINTESIS) concluiu que incidência da doença era mais elevada nas mulheres e na população mais idosa.


Complicações físicas

A dor surge no nosso organismo como consequência de um problema de saúde, que pode ir de infecção, queimadura, derrame, etc e tem, nesse contexto, um efeito benéfico, pois serve de alerta para que saibamos que algo não está bem. Contudo, no caso da dor crónica, esta surge sem qualquer motivo e tem um impacto grave na vida do doente.

A dor crónica está associada a problemas do foro imunitário, este problema está associado a uma baixa imunidade e aumento da susceptibilidade às infecções.

A dor, muitas vezes constante, é também responsável por uma diminuição da mobilidade do paciente, com todas as consequências a ela associadas.


Complicações emocionais

A sensação constante de dor e a diminuição da qualidade de vida do paciente traz consequências do foro emocional que podem desencadear situações muito graves. 

São frequentes as insónias devido à dor e patologias do foro da ansiedade e depressão (1 em cada 5 doentes com dor crónica foi diagnosticado com depressão) que, em última instância poderão desenvolver no paciente ideação suicída.


Complicação Sociais

Uma grande parte destas pessoas (cerca de 60%) encontra-se incapacitado para trabalhar fora de sua casa, o que traz consequências sociais e económicas para o paciente e a sua família. 

Apesar das dificuldades, muitos são os pacientes que tentam manter o seu emprego, no entanto, as estatísticas mostram que 1 em cada 5 doentes perderam o seu trabalho em consequência da doença.



Nos quadros de dor crónica, a dor não é apenas um sintoma de algo mais, mas sim uma doença em si mesma, que terá repercussões significativas na vida do paciente, sendo fonte de grande sofrimento e elevados custos sócio-económicos.

domingo, 13 de novembro de 2016

Vivendo com a Síndrome da Fadiga Crónica

A Síndrome da Fadiga Crónica é uma doença bastante incapacitante e carrega consigo um forte estigma, pois todos os exames do paciente apontam para resultados normais, o que, muitas vezes, leva a que seja posta em causa a veracidade das suas queixas.


Não há, actualmente, um tratamento adequado para este problema, sendo que, os profissionais de saúde centram-se numa tentativa de alívio dos sintomas, que passa, muitas vezes, pela prescrição de antidepressivos e medicamentos para dormir, aconselhamento psicológico e um programa de exercícios leves com um fisioterapeuta, de modo a aliviar as dores musculares e nas articulações.


Consequências

Tal como qualquer outro problema do foro físico ou psíquico, a Síndrome da Fadiga Crónica poderá vir a ter uma grave interferência na vida do paciente e despoletar outros problemas a ela associados. Manter-se informado poderá ajudá-lo a combatê-los e a procurar ajuda aos primeiros sinais dos mesmos.

Um dos principais problemas associados a esta condição é a depressão e isolamento social. A doença tem um certo estigma e expressões como “é preguiçoso/a” ou “tem falta de vontade de trabalhar” poderão surgir de onde menos se espera, isolando o doente.

Restrições graves no estilo de vida também são uma consequência comum, seja por falta de capacidade física ou mental, devido ao cansaço, seja por dificuldades financeiras decorrentes da dificuldade em manter um posto de trabalho.

Os efeitos colaterais dos medicamentos prescritos para alívio de sintomas também são um factor a ter em conta e com possíveis consequências para o paciente.


Como pode o paciente ajudar-se a si mesmo?

Alguns cuidados por parte do paciente poderão ajudá-lo a conviver melhor com o problema. Planificar as suas tarefas e melhorar as suas rotinas tem um papel fundamental na melhoria dos sintomas.

Em primeiro lugar, poderá ajudar a reduzir o stress, que é, sem dúvida, um dos pontos de maior impacto na sensação de cansaço extremo. Planifique as suas tarefas, evite situações de stress e não exija de si mesmo, mais do que é capaz de dar. Reserve uma parte do dia para relaxar e descansar, porém, evite as sestas.

As sesta não vão ajudá-lo a recuperar o cansaço e funcionam como uma quebra que o poderá fazer sentir ainda pior. Assim, procure dormir bem à noite, deite-se cedo, tenha uma hora para levantar e durma apenas durante a noite. Evite substâncias como a cafeína, nicotina ou álcool.

Gerir bem o tempo é fundamental, para organizar o seu dia a dia e evitar que a sensação de cansaço extremo se apodere de si.


O prognóstico da doença varia muito de paciente para paciente, havendo pacientes que recuperam por completo ao fim de algum tempo, outros que oscilam entre períodos melhores e períodos piores e ainda, há pacientes que tendem a pioram gradualmente ao longo do tempo. Após o diagnóstico, é fundamental uma intervenção rápida, de modo a promover uma melhoria dos sintomas.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Síndrome da Fadiga Crónica: Causas e Sintomas



A Síndrome da Fadiga Crónica é uma doença rara, caracterizada por uma fadiga extrema, persistente e para mais de metade dos pacientes, incapacitante, que não pode ser explicada por qualquer condição médica subjacente. Extremamente controversa, é uma doença de difícil explicação, que causa elevados níveis de frustração nos médicos, que não sabendo a causa do problema, têm dificuldade em diagnosticá-lo e não há um tratamento eficaz.



Os pacientes não encontram uma resposta satisfatória para o seu problema, o exame físico é perfeitamente normal, o que leva muitas vezes a alguma desconfiança por parte dos profissionais de saúde e dos familiares do paciente, levando a que este se sinta incompreendido e sem apoio, enquanto a sua qualidade de vida decresce repentinamente. A sensação de fadiga piora com a actividade, seja ela física ou mental, mas não se sentem melhorias com o repouso o que, muitas vezes, conduz os pacientes a quadros depressivos e de ansiedade.


Causas

As causas do problema são completamente desconhecidas, sendo que o aparecimento da mesma parece precipitado por algumas doenças e infecções, no entanto, o motivo pelo qual ela surge nalgumas pessoas e noutras não, ainda é um completo mistério. O mais provável é que a doença esteja relacionada com uma combinação de vários factores.

Na maioria dos casos, os sintomas da doença surgiram após episódios depressivos, infecções virais (grande predominância de infecções das vias respiratórias), anemia por carência de ferro, doenças auto-imunes, hipotensão crónica e fribromialgia. Durante muito tempo, acreditou-se que estava intimamente relacionada com a mononuclesose, no entanto, não há evidências que suportem esta teoria.

É comum verificar-se alterações hormonais nos pacientes com esta síndrome, mas o eventual relacionamento deste problema com a doença é desconhecido.

As estatísticas apontam para a presença de cerca de 15 000 doentes em Portugal, com uma maior incidência do problema em pessoas entre os 40 e os 50 anos, sendo raro em crianças ou idosos. Demonstram também que é duas vezes mais comum em mulheres do que em homens e a maioria dos pacientes está ou esteve sujeito a uma grande carga de stress, seja na sua vida profissional, seja na sua vida pessoal.


Sintomas

Para além do elevado nível de cansaço que dá o nome há doença, os pacientes com a Síndrome da Fadiga Crónica sofrem de uma série de sintomas associados ao problema:

- lapsos de memória e dificuldade de concentração;

- dores de garganta e cabeça;

- aumento dos gânglios linfáticos no pescoço e axilas;

- dores musculares e nas articulações;

- sono recorrente e intermitente;

- exaustão extrema após o exercício físico ou mental, que dura mais de 24 horas.

Alguns pacientes apresentam ainda febre, tonturas, irritabiliade, problemas gastrointestinais e sinais de confusão mental.



É importante referir que há muitas causas possíveis para uma sensação de fadiga permanente e este é um diagnóstico feito por exclusão, ou seja, só é feito, quando não se encontra qualquer outra explicação para as queixas do doente, verificando-se em apenas 3% das pessoas com queixas de fadiga persistente.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Viroses: o escudo dos médicos, o pesadelo dos pais



Não haverá, por certo, nenhum pai ou mãe de uma criança em idade escolar e pré-escolar que não tenha recorrido a uma consulta médica para sair de lá com meia dúzia de medicação sintomática e um diagnóstico de virose.

É comum ouvirmos dizer que quando os médicos não sabem do que se trata dizem que é uma virose, mas na verdade, grande parte das nossas doenças são provocadas por vírus, logo, o diagnóstico não está propriamente errado, apenas… pouco específico.




Mas afinal, o que é isto da virose?

Uma virose é uma doença provocada pela acção de um vírus no organismo humano, e há inúmeros tipos, com diferentes graus de gravidade. Para terem uma ideia do que falamos, uma virose pode ser, tanto uma simples constipação, como uma infecção pelo vírus do ébola. Assustados? Não é preciso.

Quando um médico diz que o vosso filho ou filha tem uma virose está a referir-se a algo simples e sem grandes complicações, normalmente de origem respiratória ou gastrointestinal, a medicação utilizada é meramente sintomática e na grande maioria das vezes, nem nunca chegamos a saber ao certo o que foi aquilo.

As vulgarmente chamadas viroses atacam maioritamente bebés e crianças (mas os adultos não estão 100% livres delas) e não costumam durar mais do que 10 dias.


Porque é apenas uma virose?

Na maioria dos casos, a chamasa virose é algo inócuo e o que o doente precisa é de repouso, hidratação e controlo dos sintomas. Não importa verdadeiramente saber qual o vírus que causou o problema, o organismo tem a capacidade para se livrar dele sozinho.

No entanto, algumas viroses podem desencadear consequências mais sérias, logo, se após 48 horas o seu filho, em vez de melhorar, parece ter piorado, dirija-se novamente a um serviço de saúde.


O meu filho está constipado, o da vizinha está com diarreia e mesmo assim, ambos têm viroses.

Há diferentes tipos de vírus que atacam diferentes partes do nosso corpo, logo é perfeitamente natural, que diagnóstico virose surja em doentes com sintomas muito diversos.

Podemos dividir as viroses comuns em três grandes grupos, com diferentes sintomas.

O primeiro é o das viroses respiratórias, causadas pelo vírus da gripe e outros semelhantes e cujos sintomas passam por dores de cabeça, febre, espirros e tosse, dores de garganta, dores no corpo e um mal-estar generalizado. Na maioria dos casos, o doente fica bem no prazo máximo de uma semana, sem complicações de maior.

O segundo quadro viral, muito comum nas crianças, são as chamadas viroses gastrointestinais. Com uma duração de 3 a 7 dias, este quadro apresenta-se com diarreia, cólicas e vómitos. Febres inferiores a 38.5º C também são muito comuns nestes casos. Este tipo de quadro acaba por desaparecer espontaneamente, sendo que o principal cuidado a ter é manter o doente hidratado, evitando assim outras complicações.

Por fim, temos o grupo das viroses exantemáticas, que se tratam, de forma geral de erupções cutâneas. Varicela, rubéola ou sarampo são exemplos comuns deste tipo de viroses. No entanto, nem sempre é possível dar um diagnóstico tão específico como este e, muitas vezes, estas vermelhidões na pele são consequências de um dos dois grupos mencionados anteriormente.


Mas aquele diagnóstico foi tão estranho…

Algo que muitas vezes confunde os pais, é o facto do médico “atirar” com o diagnóstico de virose, sem se preocupar em fazer exames mais precisos. Bem, é um pouco frustrante, mas na verdade, não há grande necessidade. Porquê? Porque a conduta será exactamente a mesma, seja o vírus A ou B.

O médico pedirá alguns exames se houver alguma dúvida sobre a origem do problema, por exemplo, se este achar que poderá ser algo de origem bacteriana. Também poderá ser importante um diagnóstico mais concreto em caso de epidemia, não pelo tratamento específico, mas por uma questão de saúde pública, ou seja, de modo a possibilidade a formulação de um plano de contingência para a doença.


Prevenir

Não é fácil prevenir com as crianças, pois a principal forma de contágio é através do contacto, mãos contaminadas (e não através do ar, como muita gente acredita), logo é difícil afastar estes bichinhos implacáveis das suas crianças. Incentive-os a lavar as mãos com frequência e isso poderá ajudar a diminuir a incidência de problemas.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Anafilaxia





A anafilaxia é uma reação alérgica aguda, muito grave, que afecta vários órgãos do corpo ao mesmo tempo e que coloca em risco a vida do paciente. Pode ser despoletada por uma grande variedade de alergénicos e ocorre de forma rápida (cerca de 5 a 15 minutos após o contacto com o elemento alergénico). Apesar da descrição ser, por si só, assustadora, é uma reacção bastante rara.

A evolução é, como referido, muita rápida, no entanto, poderá ocorrer uma primeira fase de sintomas mais ligeiros, os quais devemos saber reconhecer para um encaminhamento rápido para um serviço de urgência. Entre eles, encontramos urticária, formigueiro e prurido, geralmente junto à boca e inchaço em redor dos olhos e da boca. Muitas vezes, o paciente queixa-se da sensação de latejamento nos ouvidos.

Os sintomas mais graves aparecem, por norma, poucos minutos depois e entre eles encontramos prurido (especialmente na sola dos pés, palmas das mãos e couro cabeludo), formigueiro na boca, inchaço na boca e garganta, descida da tensão arterial, devido à dilatação dos vasos sanguíneos, dores abdominais fortes, náuseas e vómitos, dificuldades respiratórias, provocadas pelo fecho das vias respiratórias dos pulmões, arritmia cardíaca e deterioração rápida da condição geral de saúde, que pode ter como consequência a perda dos sentidos e convulsões.

São muitos os estímulos que podem desencadear este tipo de reação (embora raramente o façam), dependendo do tipo e gravidade de alergias que a pessoa tem, os mais comuns são os frutos secos em geral, alguns tipos de peixe e marisco, leite e seus derivados, soja e sementes de vários tipos, algumas frutas, medicamentos, venenos de animais (mais comummente abelha e vespa). É importante referir que este tipo de reação nunca ocorre no primeiro contacto com o alergénico, mas sim, após sensibilização prévia.

O tratamento a efectuar ao doente consiste na injecção de adrenalina o mais cedo possível, no entanto, em caso de anafilaxia, é importante que o doente seja encaminhado para o serviço de urgência mais próximo, mesmo que tenha à sua disposição a referida injecção. É importante que haja um controlo cuidadoso das funções cardiovasculares e respiratórias até haver a certeza (dada por um clínico competente) que o problema foi ultrapassado.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Síndrome de alergia oral



A Síndrome de Alergia Oral é um tipo de alergia muito específico que afecta a zona da boca, tendo como principais sintomas o prurido na garganta, boca e lábios, embora possa, ocasionalmente afectar, também, os olhos. Estes sintomas aparecem, normalmente, de forma quase imediata ao contacto com o alergénico.




Ocorre com alguma frequência em pacientes com alergia ao pólen, através do consumo de fruta, vegetais, frutos secos e leguminosas, devido ao facto destes alimentos incluirem determinadas estruturas e proteínas presentes nos polénes, que quando consumidos, especialmente, em cru  (geralmente, o consumo do alimento cozinhado não é despoletador de sintomas), servem de gatilho à alergia instalada.

Normalmente, trata-se de uma condição temporária e relativamente suave, que tende a desaparecer em poucos dias. Apesar de ser um problema derivado de um outro, sendo portanto considerado uma reação cruzada entre pólenes e determinados alimentos, isto não significa que a alergia seja generalizada e determinado paciente pode desenvolver sintomas relativamente a um alimento específico e não a outros, mesmo que pertençam à mesma família.


Estatísticas

No caso específico de Portugal (e outros países do sul da Europa) os sintomas mais frequentes provêm de reacções a frutas da família das rosáceas (maçã, pera, pêssego), sendo que podemos observar uma variação significativa, consoante a zona do globo em que nos encontramos.

As estatísticas apontam para que 70% dos pacientes com alergia ao pólen manisfestem sintomas da Síndrome de alergia oral, relativamente a, pelo menos, um alimento.


Tratamento

Não há, propriamente, um tratamento para o problema. Recomenda-se que o paciente se iniba de consumir o alimento em causa, ou que tente consumi-lo cozinhado ou processado de alguma forma, caso isso evite os sintomas. Alguns pacientes com síndrome de alergia oral relacionada com a ingestão de maçãs, referem que descascar a fruta é o suficiente para inibir os sintomas, algo que pode ser experimentado com várias frutas.

Muito raramente, são verificados sintomas de anafilaxia (aperto no peito, chiadeira ao respirar, tosse, inchaço). Nesse caso, deve dirigir-se imediatamente a um serviço de urgência hospitalar.

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Alergia Alimentar



As alergias e intolerâncias alimentares, a um ou mais alimentos específicos, parecem estar na ordem do dia e com certeza já todos ouvimos falar de doenças específicas associadas ao consumo de determinados alimentos, como a intolerância à lactose e a doença celíaca (hipersensibilidade ao glúten).

Cada vez mais, verificamos a existência de pessoas com intolerância severa a determinados alimentos e, muitas vezes, os sintomas são confundidos com outros problemas do foro gastrointestinal. 




Principais Sintomas

Os principais sintomas perante uma intolerância alimentar são, geralmente, do foro gastrointestinal e entre os sintomas mais comuns encontramos diarreia, dores de estômago, náuseas, vómitos e uma consequente perca de peso derivada dos mesmos.

Algumas alergias mais severas poderão provocar problemas respiratórios, inchaços, podendo mesmo chegar a alcançar um quadro anafilático. O eczema, por exemplo, é uma manifestação comum de alergia ou intolerância alimentar na infância que pode, ou não, ser acompanhado pelos sintomas gastrointestinais referidos.



Principais alergénios

Quanto detectamos os sintomas referidos é importante, antes de mais nada, descobrir o que os está a causar. Para tal, devemos proceder a testes e, dado a sua importância estatística, fazemos uma pequena lista daqueles que deverão ser os primeiros suspeitos.

Em primeiro lugar deveremos ter em conta a idade da pessoa, pois se estivermos a falar de um bebé/criança até aos 3 anos idade, os principais factores alergénios devem encontrar-se nos ovos, leite, trigo e soja. A partir dos 3 anos de idade, acrescentamos a esta lista o marisco, amendoins, frutas e vegetais, chocolate e ainda, avelãs e outros frutos secos de árvores.



Tratamento?

Não há um tratamento específico para casos de alergia ou intolerância alimentar, sendo que a única opção do doente parece ser não consumir o alimento ou alimentos em questão.

Em casos de reacção aguda, o médico poderá prescrever um anti-histamínico para alívio dos sintomas.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Inflamação Ocular



As inflamações oculares podem ser uma consequência directa de vários alergénios e o mais comum é assumir a forma da vulgarmente chamada conjuntivite, uma inflamação da camada exterior das órbitas derivada de algo tão simples como uma constipação, ou por contacto com elementos alergénicos. 




É muito frequente a ocorrência desta condição em conjunto com a rinite alérgica, também conhecida como febre dos fenos. Quando assim é, ocorre de forma sazonal, quando os níveis de pólen no ar estão mais elevados. Apesar disso, poderá ocorrer durante mais alargados períodos de tempo, ou até mesmo, raramente, persistir durante todo o ano.

Este tipo de inflamação é caracterizada por olhos vermelhos e lacrimejantes, prurido e inchaço das pálpebras e o motivo mais comum para o seu desenvolvimento é a presença de agentes alergénios, nomeadamente pólen e animais (desde ácaros, insectos, até animais domésticos).

Contudo, há outras formas de sensibilização (reacção provocada por contacto com substância alergénica), chamadas de dermatite de contacto, relacionadas com a utilização de gotas e pomadas para os olhos com objectivos terapêuticos.

Outra forma comum de desenvolver inflamações oculares é através do uso de cosméticos, especialmente delineadores de olhos e bases em pó para o rosto, ou até mesmo outros produtos químicos que chegam ao contacto com os olhos através dos dedos. Estas reacções, geralmente têm um efeito mais pronunciado na pálpebra e na zona que rodeia o olho.


O que fazer?

Como na maioria dos casos de reacção alérgica, é importante tentar descobrir a fonte da reacção e eliminá-la, dentro do possível, ou, quando não é o caso, diminuir o contacto com a mesma.

Para um tratamento medicamentoso deve procurar o seu médico, que lhe receitará os anti-histamínicos apropriados. Estes devem ser preferencialmente de administração oral, no entanto, o seu médico pode preferir receitar gotas oftálmicas. Se este for o caso e sofrer de alterações da tensão ocular, relembre-o deste problema, pois a medicação inapropriada pode trazer-lhe problemas sérios.

Lavar os olhos com frequência pode aliviar os sintomas (utilizando, por exemplo, lágrimas artificiais), no entanto, tenha cuidado com a exposição a outras substâncias. A utilização de lentes de contacto está interditada durante períodos de conjuntivite.

terça-feira, 7 de junho de 2016

Alergias: Eczema




O eczema é uma alergia que se verifica com alterações na pele (pele seca, prurido, urticária e erupção cutânea) que pode desenvolver-se em pessoas de todas as idades, embora seja significativamente mais comum durante a primeira infância.

O tratamento do eczema é, maioritamente, sintomático, aplicando loções que hidratem a pele e reduzam a sensação de comichão, o que poderá potenciar atitudes que danifiquem a pele de forma mais ou menos permanente.

Esta reação pode ser desencadeada por uma sensibilidade cutânea, proveniente de uma barreira de protecção da pele danifica, ou ser uma reação directa a algum alergéneo. Os mais comuns são animais de estimação, ácaros ou alguns alimentos, mais frequentemente, ovos, leite, alguns peixes, trigo, soja e frutos secos.

A urticária, acima mencionada como um sintoma de eczema, pode ser, por si só, sintoma de alergia (mais comummente devirada de frutos secos, marisco, ovos ou leite). 

Ela traduz-se, maioritariamente por inchaços localizados, com alterações da coloração da pele no local, que podem arder ou picar. Pode ser simplesmente despoletada por temperaturas extremas, por exemplo, ou por situações de intenso stress. Usualmente, este tipo de episódios desaparece no espaço de alguns dias.

terça-feira, 31 de maio de 2016

Será alergia?



Todos os dias somos confrontados com elementos alergénicos e muitas vezes fazemos alguma reacção aos mesmos, sem nos darmos conta. Isto acontece porque não é uma situação grave mas... e se fosse?



Independentemente da alergia, há reacções comuns e às quais devemos estar atentos, no sentido de evitar uma situação mais grave e com complicações reais para a nossa saúde.


Principais Sintomas

Os sintomas são variados consoante o tipo de alergia, complexidade e gravidade. Muitas vezes, os sinais não ocorrem de forma imediata, após o contacto com o agente alergénico e por isso, poderá tornar-se mais difícil de detectar o mesmo.

Os sintomas poderão passar por reacções oculares, como comichão e lagrimejar, podendo chegar a uma situação mais grave como conjuntivite. 

Podemos ainda encontrar várias reacções a nível de pele, as quais vão de vermelhidão, comichões e borbulhagem, até ao mais grave eczema e são sinais claros de alguns tipos de alergia. Muitas vezes, ocorre algum inchaço de uma ou mais partes do corpo.

Problemas respiratórios (como broncoconstrição ou rinite) e gastrointestinais (vómitos e diarreia) poderão também estar relacionados com algum tipo de reacção alérgica. E obviamente, a mais grave, porém felizmente rara, anafilaxia.


Crianças

As manifestações provocadas por um agente alergénico poderão ser variadas, mas o próprio agente que as desencadeia também. Quando estamos a falar de crianças, a sua idade poderá ser uma boa pista no sentido de nos ajudar a detectar o causador da reacção alérgica e ter este conhecimento pode facilitar e agilizar todo o processo.

Assim, é importante ter noção de que em crianças muito pequenas (antes dos 3 anos) as alergias mais comuns são as alimentares, com especial incidência sobre os ovos e o leite. Estes devem ser os primeiros a ser retirados da dieta da criança, de modo a avaliar a sua influência nos sintomas.

Após os 3 anos de idade, no entanto, a maior parte das crianças desenvolve a capacidade de tolerar estes alimentos e a alergia mais predominante para a ser a inalantes de várias espécies.



Não se esqueça que, independentemente, de ter conseguido ou não detectar o motor da reacção alérgica, deverá sempre consultar o seu médico de família ou um alergologista.

domingo, 15 de maio de 2016

Depressão na Terceira Idade



Em Portugal, o número de pessoas idosas tem vindo a aumentar todos os anos e estão cada vez mais à parte do resto da sociedade. Abandonados e esquecidos pela família, a depressão tem vindo a crescer desenfreadamente nos nossos idosos e este ciclo parece não ter à vista.




Estatísticas

Actualmente, estima-se que cerca de 15% da população idosa apresente sintomas de depressão, sendo que 2% tem depressão grave.

Ao contrário do que o senso comum poderia indicar, esta é, actualmente, a patologia mais comum na terceira idade.



Reconhecendo a Doença

A condição do idoso dificulta muito o reconhecimento da doença por parte de terceiros e isso leva a que a maior parte das pessoas acabe por não usufruir da possibilidade de tratamento adequado. Os preconceitos em relação às dificuldades físicas e problemas mentais, que ocorrem geralmente numa fase mais tardia da nossa vida, faz com que a maioria dos sintomas sejam atribuídos à idade e por isso, desvalorizados.

O desânimo, tristeza, falta de apetite entre outros, são sinais a ter em conta, mas, por outro lado, a depressão pode manifestar-se através de alguma agitação ou agressividade, e se verificarmos que, estes sintomas duram várias semanas, a pessoa deve ser conduzida a um médico para efectuar uma avaliação.

O doente depressivo pode ainda sofrer de tremores nas mãos, palpitações ou sudorese e por isso, haver uma certa confusão com outras situações clínicas.




Será demência?

A Demência, a par com a Depressão, é uma das doenças mais frequentes nas faixas etárias mais tardias e algumas queixas do doente deprimido, como perdas de memória ou dificuldades na realização de funções cognitivas, poderão levantar esta dúvida. O diagnóstico diferencial deverá ser feito por um profissional especialista no assunto.

Ainda assim, há diferenças que poderão ser mais facilmente percepcionadas pelos familiares do idoso. A Depressão tem um início bem demarcado, enquanto que a Demência chega “devagarinho” e muitas vezes não somos capazes de dizer quando começou, pois os primeiros lapsos de memória e “enganos” não são imediatamente detectados.

As queixas de perdas cognitivas ocorrem após já estar instalada a sintomatologia depressiva e denota-se pouco esforço durante a aplicação do exame neuropsicológico, que poderá ser, eventualmente, detectada em outras situações do dia a dia, onde o idoso parece, simplesmente, “não se esforçar”. Os sintomas parecem estar associados a alguma crise mais ou menos recente na vida do idoso.




Enfrentando o Problema

Uma das principais formas de enfrentar o problema é através da medicação anti-depressiva, no entanto, esta pode ter efeitos secundários graves e por isso, deve ser administrada com muito cuidado. Para além disso, a abordagem psicológica é fundamental para termos efeitos reais para o paciente.

Muitas vezes, o quadro depressivo surge como consequência da incapacidade do idoso de aceitar esta nova fase da sua vida, considerando que já não é capaz de fazer uma série de coisas e passa a sentir-se excluído, rejeitado e muitas vezes, até inútil. É importante ajudá-lo a encarar o envelhecimento como uma parte natural do ciclo da vida e não como uma espécie de fardo ou de “fim de linha”.

Ao longo da vida, somos ensinados a criar os nossos projectos e objectivos tendo em vista a nossa juventude, dando a ideia de que a velhice é o “fim” e já nada pode ser feito. Como é óbvio, isto não é verdade. Assim, incentive os seus familiares mais idosos a terem os seus próprios objectivos, ocuparem-se, criarem alguma coisa de que gostem. As obrigações laborais acabaram com a chegada da reforma, agora está na hora de se dedicarem ao que realmente gostam, já que a maioria das pessoas não teve oportunidade de fazê-lo anteriormente na vida. 

Ocupar a mente e sentir-se útil é fundamental para ultrapassar a depressão e (re)aprender a viver em paz e harmonia consigo mesmo.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Febre dos Fenos: 8 Dicas para Lidar com o Problema


A chamada “febre dos fenos” é na verdade um tipo de rinite alérgica, de frequência sazonal despertada por uma alergia ao pólen, ao feno e outros componentes presentes no ar em maior quantidade durante o período da Primavera e Outuno, por isso, são os períodos onde o problema se torna mais incidente.

Estima-se que, na Europa, 10% a 25% da população entre os 15 e os 50 anos sofra deste problema, o que se estima que seja quase o dobro da incidência verificada há 30 anos. 




Sintomas

Os principais sintomas da doença são tosse, espirros e congestão nasal, cefaleias mais ou menos intensas, lacrimejanto ou vermelhidão nos olhos, comichão em diferentes parte do corpo, falta de ar e cansaço.

O paciente pode ainda apresentar dificuldades a nível do sono, pois alguns dos sintomas (como a congestão nasal) não lhe permitem uma noite de sono descansada, diminuindo assim, a qualidade de vida da pessoa durante o período de manisfestação mais intensa dos sintomas, que pode ir até 6 ou 8 semanas. Com o tempo, a intensidade dos sintomas tende a diminuir.



Lidar com a Febre dos Fenos


1. Identifique e evite as causas.

Evite locais com grande exposição ao pólen. Este encontra-se em maior quantidade no ar durante a manhã, evite sair de casa sem máscara nesta altura do dia. Mantenha as janelas fechadas e use ar condicionado ou desumidificador para reduzir os níveis de humidade e manter o pólen do lado de fora da sua casa ou carro.


2. Diminua a presença de ácaros em sua casa

Lave a roupa com água bem quente e aspire colchões e carpetes com um aspirador com um bom filtro. Em casos mais extremos de alergias, considere utilizar uma máquina a vapor nas suas limpezas semanais.


3. Mantenha uma boa higiéne dos seus animais de estimação

Os pelos dos animais transportam pó, pólen e ácaros que podem prejudicar substancialmente o problema. Se tem animais de estimação, recomenda-se uma higiéne adequada dos mesmos, com banhos frequentes e utilização de medicação que impeça a multiplicação de “bichinhos” indesejáveis.


4. Peça ao seu médico um anti-histamínico.

Em caso algum devemos proceder à auto-medicação, por isso, marque uma consulta com o seu médico assistente e peça a sua ajuda para escolher um anti-histamínico que alivie os sintomas, sem prejudicar outras áres do seu organismo. Estes medicamentos não são, de todo, receitas milagrosas, mas podem ajudá-lo a sentir-me melhor.


5. Evite estender roupa na rua

Se estamos a falar de uma alergia severa, evite estender roupa na rua, pois o pólen que se encontra no ar ficará no tecido húmido e não sairá até nova lavagem. Isto pode piorar significativamente a sua condição.


6. Descongestionantes podem aliviar os sintomas

Os descongestionantes podem ser utilizados de forma a diminuir a obstrução nasal e proporcionar um alívio dos sintomas. No entanto, estes não podem ser administrados durante muitos dias seguidos. 


7. Durma com as janelas fechadas

Durante a altura mais crítica, deve dormir de janelas fechadas, arejando sempre o quarto pela manhã e obviamente, evite correntes de ar.


8. Lave o cabelo antes de se deitar

O cabelo, principalmente se fôr longo, tem tendência a “armazenar” o pólen e o pó ao longo do dia. O mesmo ficará na fronha da sua almofada e assim geramos um ciclo vicioso, onde parece nunca se livrar dele. Assim, após o seu dia de trabalho, feche bem as janelas, tome um banho relaxante, lavando o cabelo e deite-se descansado. :)