terça-feira, 29 de novembro de 2016

Mononucleose infecciosa: o que é?


A mononucleose é uma doença infecciosa causada pela acção do vírus Epstein-Barr, um herpesvírus, que afecta todas as faixas etárias.

O vírus actua invadindo as células que revestem o nariz e a garganta, até atingir os glóbulos brancos, responsáveis pela produção de anticorpos do nosso organismo. O período de incubação pode ir de um mês a mês e meio. 




Sintomas

Os principais e mais conhecidos sintomas da doença são febre, dores de garganta e aumento dos gânglios linfáticos, no entanto, nem todos os pacientes apresentam um quadro completo de sintomas.

Entre os sintomas mais frequentes, encontramos:

- Febre (pode atingir os 39.5º C à tarde ou início da noite);

- dores de garganta fortes, por vezes, forma-se uma substância semelhante ao pus na parte posterior da mesma;

- aumento do volume dos gânglios linfáticos, principalmente os do pescoço;

- sensação de fadiga e mal-estar (a sensação de fadiga pode manter-se várias semanas, ou até meses, após o desaparecimento dos restantes sintomas);

- aumento do volume do baço e do fígado;

Poderão ainda surgir alguns sintomas menos frequentes como icterícia, inchaço em redor dos olhos e raríssimas erupções cutâneas.


Estatísticas

Cerca de 50% das crianças já foi infectada com este vírus antes dos 5 anos de idade, embora nesta idade, a infecção não costume produzir sintomatologia.

Estima-se que até aos 30 anos, 90% dos adultos já tenham tido contacto com o vírus, desenvolvendo imunidade ao mesmo.


É possível prevenir?

A maioria dos adolescentes e adultos contrai o vírus através do beijo (daí ser esta conhecida como a doença do beijo) ou outro contacto íntimo com um paciente já infectado. 

A melhor forma de prevenção é evitar beijar ou manter contacto muito íntimo com o doente. Deve ainda ter o cuidado de não partilhar alimentos, pratos, copos ou outros utensílios durante algum tempo (mesmo depois do fim dos sintomas), visto que a principal via de transmissão é a saliva.

Estes cuidados não devem ser menosprezados, visto que o vírus pode persistir durante meses, após o desaparecimento dos sintomas.

Até ao momento, não existe qualquer vacina que permita evitar a doença.


Tratamento

Não há um tratamento específico para a mononucleose. Recomenda-se ao paciente infectado que permaneça em repouso, sem efectuar quaisquer esforços e que ingira muitos líquidos. 

Por norma, os médicos recomendam alguns medicamentos de alívio sintomático, para que o doente se sinta mais confortável, no entanto, é o seu corpo que vai actuar na cura.

O organismo desenvolve anticorpos para o vírus e em princípio, a pessoa que contraiu mononucleose, não poderá voltar a tê-la, no entanto, há conhecimento de um ou outro caso em que o paciente é infectado duas vezes.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

DOR CRÓNICA



A dor crónica é uma dor persistente ou recorrente, sem motivo físico aparente e que apresenta uma duração de pelo menos 6 meses (no entanto, o paciente pode demonstrar características de dor crónica antes disso). Muitas vezes, é precidida por uma lesão, porém, após a cura total da mesma, a dor mantém-se, no entanto, a mesma pode surgir sem qualquer antecedente ou motivo aparente.


Estatísticas

A dor crónica atinge cerca de 19% dos adultos na Europa e estes números parecem estar a aumentar. Em Portugal, estima-se que 36% da população adulta sofra da doença.

Metade destas pessoas dizem sofrer de dor constante e dois terços têm graves dificuldades em dormir.

Um estudo realizado em Portugal (pelo Serviço de Bioestatística e Informática Médica, em conjunto com o CINTESIS) concluiu que incidência da doença era mais elevada nas mulheres e na população mais idosa.


Complicações físicas

A dor surge no nosso organismo como consequência de um problema de saúde, que pode ir de infecção, queimadura, derrame, etc e tem, nesse contexto, um efeito benéfico, pois serve de alerta para que saibamos que algo não está bem. Contudo, no caso da dor crónica, esta surge sem qualquer motivo e tem um impacto grave na vida do doente.

A dor crónica está associada a problemas do foro imunitário, este problema está associado a uma baixa imunidade e aumento da susceptibilidade às infecções.

A dor, muitas vezes constante, é também responsável por uma diminuição da mobilidade do paciente, com todas as consequências a ela associadas.


Complicações emocionais

A sensação constante de dor e a diminuição da qualidade de vida do paciente traz consequências do foro emocional que podem desencadear situações muito graves. 

São frequentes as insónias devido à dor e patologias do foro da ansiedade e depressão (1 em cada 5 doentes com dor crónica foi diagnosticado com depressão) que, em última instância poderão desenvolver no paciente ideação suicída.


Complicação Sociais

Uma grande parte destas pessoas (cerca de 60%) encontra-se incapacitado para trabalhar fora de sua casa, o que traz consequências sociais e económicas para o paciente e a sua família. 

Apesar das dificuldades, muitos são os pacientes que tentam manter o seu emprego, no entanto, as estatísticas mostram que 1 em cada 5 doentes perderam o seu trabalho em consequência da doença.



Nos quadros de dor crónica, a dor não é apenas um sintoma de algo mais, mas sim uma doença em si mesma, que terá repercussões significativas na vida do paciente, sendo fonte de grande sofrimento e elevados custos sócio-económicos.

domingo, 13 de novembro de 2016

Vivendo com a Síndrome da Fadiga Crónica

A Síndrome da Fadiga Crónica é uma doença bastante incapacitante e carrega consigo um forte estigma, pois todos os exames do paciente apontam para resultados normais, o que, muitas vezes, leva a que seja posta em causa a veracidade das suas queixas.


Não há, actualmente, um tratamento adequado para este problema, sendo que, os profissionais de saúde centram-se numa tentativa de alívio dos sintomas, que passa, muitas vezes, pela prescrição de antidepressivos e medicamentos para dormir, aconselhamento psicológico e um programa de exercícios leves com um fisioterapeuta, de modo a aliviar as dores musculares e nas articulações.


Consequências

Tal como qualquer outro problema do foro físico ou psíquico, a Síndrome da Fadiga Crónica poderá vir a ter uma grave interferência na vida do paciente e despoletar outros problemas a ela associados. Manter-se informado poderá ajudá-lo a combatê-los e a procurar ajuda aos primeiros sinais dos mesmos.

Um dos principais problemas associados a esta condição é a depressão e isolamento social. A doença tem um certo estigma e expressões como “é preguiçoso/a” ou “tem falta de vontade de trabalhar” poderão surgir de onde menos se espera, isolando o doente.

Restrições graves no estilo de vida também são uma consequência comum, seja por falta de capacidade física ou mental, devido ao cansaço, seja por dificuldades financeiras decorrentes da dificuldade em manter um posto de trabalho.

Os efeitos colaterais dos medicamentos prescritos para alívio de sintomas também são um factor a ter em conta e com possíveis consequências para o paciente.


Como pode o paciente ajudar-se a si mesmo?

Alguns cuidados por parte do paciente poderão ajudá-lo a conviver melhor com o problema. Planificar as suas tarefas e melhorar as suas rotinas tem um papel fundamental na melhoria dos sintomas.

Em primeiro lugar, poderá ajudar a reduzir o stress, que é, sem dúvida, um dos pontos de maior impacto na sensação de cansaço extremo. Planifique as suas tarefas, evite situações de stress e não exija de si mesmo, mais do que é capaz de dar. Reserve uma parte do dia para relaxar e descansar, porém, evite as sestas.

As sesta não vão ajudá-lo a recuperar o cansaço e funcionam como uma quebra que o poderá fazer sentir ainda pior. Assim, procure dormir bem à noite, deite-se cedo, tenha uma hora para levantar e durma apenas durante a noite. Evite substâncias como a cafeína, nicotina ou álcool.

Gerir bem o tempo é fundamental, para organizar o seu dia a dia e evitar que a sensação de cansaço extremo se apodere de si.


O prognóstico da doença varia muito de paciente para paciente, havendo pacientes que recuperam por completo ao fim de algum tempo, outros que oscilam entre períodos melhores e períodos piores e ainda, há pacientes que tendem a pioram gradualmente ao longo do tempo. Após o diagnóstico, é fundamental uma intervenção rápida, de modo a promover uma melhoria dos sintomas.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Síndrome da Fadiga Crónica: Causas e Sintomas



A Síndrome da Fadiga Crónica é uma doença rara, caracterizada por uma fadiga extrema, persistente e para mais de metade dos pacientes, incapacitante, que não pode ser explicada por qualquer condição médica subjacente. Extremamente controversa, é uma doença de difícil explicação, que causa elevados níveis de frustração nos médicos, que não sabendo a causa do problema, têm dificuldade em diagnosticá-lo e não há um tratamento eficaz.



Os pacientes não encontram uma resposta satisfatória para o seu problema, o exame físico é perfeitamente normal, o que leva muitas vezes a alguma desconfiança por parte dos profissionais de saúde e dos familiares do paciente, levando a que este se sinta incompreendido e sem apoio, enquanto a sua qualidade de vida decresce repentinamente. A sensação de fadiga piora com a actividade, seja ela física ou mental, mas não se sentem melhorias com o repouso o que, muitas vezes, conduz os pacientes a quadros depressivos e de ansiedade.


Causas

As causas do problema são completamente desconhecidas, sendo que o aparecimento da mesma parece precipitado por algumas doenças e infecções, no entanto, o motivo pelo qual ela surge nalgumas pessoas e noutras não, ainda é um completo mistério. O mais provável é que a doença esteja relacionada com uma combinação de vários factores.

Na maioria dos casos, os sintomas da doença surgiram após episódios depressivos, infecções virais (grande predominância de infecções das vias respiratórias), anemia por carência de ferro, doenças auto-imunes, hipotensão crónica e fribromialgia. Durante muito tempo, acreditou-se que estava intimamente relacionada com a mononuclesose, no entanto, não há evidências que suportem esta teoria.

É comum verificar-se alterações hormonais nos pacientes com esta síndrome, mas o eventual relacionamento deste problema com a doença é desconhecido.

As estatísticas apontam para a presença de cerca de 15 000 doentes em Portugal, com uma maior incidência do problema em pessoas entre os 40 e os 50 anos, sendo raro em crianças ou idosos. Demonstram também que é duas vezes mais comum em mulheres do que em homens e a maioria dos pacientes está ou esteve sujeito a uma grande carga de stress, seja na sua vida profissional, seja na sua vida pessoal.


Sintomas

Para além do elevado nível de cansaço que dá o nome há doença, os pacientes com a Síndrome da Fadiga Crónica sofrem de uma série de sintomas associados ao problema:

- lapsos de memória e dificuldade de concentração;

- dores de garganta e cabeça;

- aumento dos gânglios linfáticos no pescoço e axilas;

- dores musculares e nas articulações;

- sono recorrente e intermitente;

- exaustão extrema após o exercício físico ou mental, que dura mais de 24 horas.

Alguns pacientes apresentam ainda febre, tonturas, irritabiliade, problemas gastrointestinais e sinais de confusão mental.



É importante referir que há muitas causas possíveis para uma sensação de fadiga permanente e este é um diagnóstico feito por exclusão, ou seja, só é feito, quando não se encontra qualquer outra explicação para as queixas do doente, verificando-se em apenas 3% das pessoas com queixas de fadiga persistente.