A dor crónica é uma dor persistente ou recorrente, sem motivo físico aparente e que apresenta uma duração de pelo menos 6 meses (no entanto, o paciente pode demonstrar características de dor crónica antes disso). Muitas vezes, é precidida por uma lesão, porém, após a cura total da mesma, a dor mantém-se, no entanto, a mesma pode surgir sem qualquer antecedente ou motivo aparente.
Estatísticas
A dor crónica atinge cerca de 19% dos adultos na Europa e estes números parecem estar a aumentar. Em Portugal, estima-se que 36% da população adulta sofra da doença.
Metade destas pessoas dizem sofrer de dor constante e dois terços têm graves dificuldades em dormir.
Um estudo realizado em Portugal (pelo Serviço de Bioestatística e Informática Médica, em conjunto com o CINTESIS) concluiu que incidência da doença era mais elevada nas mulheres e na população mais idosa.
Complicações físicas
A dor surge no nosso organismo como consequência de um problema de saúde, que pode ir de infecção, queimadura, derrame, etc e tem, nesse contexto, um efeito benéfico, pois serve de alerta para que saibamos que algo não está bem. Contudo, no caso da dor crónica, esta surge sem qualquer motivo e tem um impacto grave na vida do doente.
A dor crónica está associada a problemas do foro imunitário, este problema está associado a uma baixa imunidade e aumento da susceptibilidade às infecções.
A dor, muitas vezes constante, é também responsável por uma diminuição da mobilidade do paciente, com todas as consequências a ela associadas.
Complicações emocionais
A sensação constante de dor e a diminuição da qualidade de vida do paciente traz consequências do foro emocional que podem desencadear situações muito graves.
São frequentes as insónias devido à dor e patologias do foro da ansiedade e depressão (1 em cada 5 doentes com dor crónica foi diagnosticado com depressão) que, em última instância poderão desenvolver no paciente ideação suicída.
Complicação Sociais
Uma grande parte destas pessoas (cerca de 60%) encontra-se incapacitado para trabalhar fora de sua casa, o que traz consequências sociais e económicas para o paciente e a sua família.
Apesar das dificuldades, muitos são os pacientes que tentam manter o seu emprego, no entanto, as estatísticas mostram que 1 em cada 5 doentes perderam o seu trabalho em consequência da doença.
Nos quadros de dor crónica, a dor não é apenas um sintoma de algo mais, mas sim uma doença em si mesma, que terá repercussões significativas na vida do paciente, sendo fonte de grande sofrimento e elevados custos sócio-económicos.
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