segunda-feira, 23 de outubro de 2023

9 Curiosidades sobre a Memória Humana

 


A memória é uma capacidade fantástica e, à medida que a ciência avança e o conhecimento sobre o cérebro e as suas funções aumenta, surgem cada vez mais factos fascinantes acerca da mesma.

Aqui ficam algumas curiosidades sobre a nossa memória.

1. A sua capacidade de armazenamento é infinita

A noção de memória é muitas vezes mal interpretada. Nós memorizamos coisas, nós esquecemos coisas, mas a verdade é que o nosso cérebro não tem um espaço limitado de armazenamento como um chip de computador.

Alguns estudos concluíram que, em média, temos um espaço de memória equivalente a 20 milhões de livros de 500 páginas cada. Mas a verdade é que o cérebro tem uma capacidade chamada plasticidade, que lhe permite armazenar informação sem limite. No entanto, também possui o seu próprio princípio de economia, libertando-se de toda a informação considerada inútil ou obsoleta. 

2. Os nossos gostos importam

Alguma vez se questionou porque a letra daquela música que gosta tanto não lhe sai da cabeça, mas aquele parágrafo que tem de decorar para a apresentação de um evento da empresa parece impossível de reter?

Bem, o nosso cérebro memoriza mais facilmente as coisas de que gostamos. Se algo é importante para nós, essa informação é retida sem qualquer esforço.

As coisas que não gostamos ou nos causam desconforto e stress, pelo contrário, requerem um enorme esforço da nossa parte.

3. Não nos lembramos de como foi, mas do que nós sentimos

Quando recordamos um momento, nós não o recordamos da exata forma que aconteceu, mas sim, de como nos fez sentir, daquilo que nos afetou e como.

Isto faz com que os factos mais marcantes da nossa existência (sejam eles bons ou maus) fiquem para sempre gravados na nossa memória. Ela alimenta-se das emoções associadas aos factos, mais do que dos factos em si. 

4. As lacunas são preenchidas com falsas memórias

As falsas memórias são um fenómeno bem real. Sejam elas fruto de trauma ou outro motivo qualquer, o nosso cérebro não gosta de espaços em branco e tende a preenchê-los com as chamadas “falsas memórias”.

Elas podem ser criadas racionalmente, preenchendo as lacunas com o que faz mais sentido para nós, ou por relatos de terceiros, que o nosso cérebro, de certa forma, transforma em memórias. 

5. Dormir ajuda a reter informação

Qual foi o estudante que não esteve a estudar até tarde com medo de não saber o suficiente para o exame? Provavelmente já todos fizemos isso uma vez ou outra. No entanto, é a escolha errada.

Estudos demonstram que dormir ajuda a reter a informação na memória, pelo que da próxima vez que achar que é melhor estudar mais um pouco, talvez deva ponderar ir dormir e manter as aprendizagens que já realizou. 

6. Fotos apagam a memória

Num mundo em que gostamos de fotografar tudo, esta é uma má notícia. O ato de fotografar um momento, facilita o seu desaparecimento da nossa memória.

Um pouco como quando dizemos a alguém “Não te esqueças de…” aumenta a probabilidade da pessoa esquecer. Tirar uma fotografia deixa a pessoa “descansada” e não vai preocupar-se ativamente em guardar aquela informação na sua memória.

7. Canhotos têm melhor memória

Apesar de serem uma minoria, os canhotos têm um grande benefício: melhor memória, comparativamente à capacidade média da população geral. Porquê? Porque têm corpos calosos maiores, que ligam os dois hemisférios cerebrais, ajudando a tornar as memórias mais claras. 

8. Cheiro é o sentido com maior conexão com a memória

Alguma vez entrou num local e um cheiro despertou-lhe uma recordação qualquer? Talvez aquele cheirinho de comida da casa da avó, que tem um “cheirinho a infância”? Isso é porque o sentido do cheiro é o que está ligado às memórias mais vívidas.

Determinados cheiros podem atuar como uma espécie de gatilho para desencadear memórias.

9. Dizer as coisas em voz alta ajuda a memorizar

Da próxima vez que quiser memorizar um discurso, uma apresentação, ou até mesmo a sua lista de compras, experimente ler o conteúdo em voz alta.

Estudos demonstraram que o ato de dizer as palavras em voz alta facilita a sua retenção na memória de longo prazo. 

A memória com objeto de estudo contínuo

Apesar todos os avanços científicos a que assistimos nas últimas décadas, o cérebro e a memória humana ainda têm muito por descobrir. A todo o momento nos deparamos com novos factos, sempre fascinantes, sobre os mesmos.

A investigação contínua poderá trazer-nos muitas respostas de como a nossa memória funciona e, certamente, serão fascinantes de desvendar.

quinta-feira, 21 de setembro de 2023

O Terror do Fogo: o que os incêndios de verão fazem à nossa saúde mental?

 


Os incêndios de verão em Portugal já são uma espécie de dado adquirido, uma inevitabilidade e a maioria de nós não acha que possam ser totalmente evitados.

Cabe à população e equipas de emergência controlar o fogo e no final do verão, fazemos as contas aos prejuízos e preparamos lindos planos de contingência para o ano seguinte, que não parecem dar em nada.

No entanto, o fogo é mais do que centenas de bombeiros exaustos e propriedades perdidas. Há toda uma componente psicológica altamente traumática para quem vê as chamas aproximarem-se.

Pedrogão Grande - a mancha negra na história

A repetição frequente de um acontecimento trágico dá-lhe uma certa aura de normalidade e nem sempre lhe damos o devido valor. Muitos de nós, nunca pensaram muito no assunto antes da tragédia de 2017 em Pedrógão Grande.

Mais de 250 feridos e 66 mortos eram números inesperados, nunca vistos e teve um impacto a nível nacional. Pela primeira vez, as pessoas perceberam a necessidade do apoio psicológico às populações. Ainda assim, o impacto dos chamados “incêndios de verão” na saúde mental é enorme, mesmo quando não atinge estas dimensões infernais.

A dor da população

As imagens dos idosos a chorar desesperados ou a ser carregados em braços pelos bombeiros são terríveis e de uma crueldade assustadora. No entanto, os efeitos do fogo são transversais a todas as idades.

A nossa casa é o nosso porto seguro, tem as nossas coisas que por valor financeiro ou emocional são extremamente importantes para nós - muitas vezes só percebemos isso após as perdermos - e o sentimento de medo pela família e amigos, bem como a aterradora noção de ter zero controlo sobre os acontecimentos é altamente traumática em qualquer idade.

Ainda assim, é de referir que para os mais velhos, o impacto das perdas pode ser vivido de forma mais traumática, pois sentem que não terão tempo para recuperar. Não voltarão a construir a sua casa, ou a recuperar os seus terrenos. A solidão já é grande e muitas vezes, perder uma pessoa significa que não têm mais ninguém. Há uma fragilidade associada à idade que não pode ser ignorada no apoio à população. Estas pessoas sentem que já não há recomeço possível.

O sofrimento dos bombeiros

Os bombeiros são vistos como os grandes heróis que abdicam do verão para combater incêndios e ajudar os outros. Maioria da população demonstra grande amor e empatia por eles, mas, na verdade, uma parte essencial é esquecida: os heróis também sofrem.

O cansaço físico e os perigos para a saúde são óbvios, mas a saúde mental é uma espécie de parente pobre no nosso SNS e isso estende-se aos nossos bombeiros.

Um estudo da Universidade de Coimbra concluiu que 82% dos bombeiros participantes no estudo já estiveram expostos a pelo menos 20 situações potenciadoras de trauma. O trauma psicológico é um grande incapacitante do funcionamento normal e capacidade de tomada de decisão em situação de perigo. 

Os nossos bombeiros são duplamente penalizados e correm riscos em dobro pela ausência de apoio ao nível da saúde mental.

O que foi feito e o que devia ser feito

Há equipas comunitárias de saúde mental que podem garantir o apoio adequado aos indivíduos mais vulneráveis, no entanto, e apesar dos mais variados esforços, elas não chegam a todos. O mesmo ocorre para o núcleo local de resposta a catástrofes, formado por um médico, um enfermeiro, um psicólogo e um assistente social, o que em casos de situações graves e com muitas vítimas é claramente insuficiente.

Uma Comissão formada para o efeito determinou os quatro vetores principais em que o seu trabalho deve assentar:

1. Promover e assegurar a acessibilidade aos cuidados de saúde por parte das populações, em tempo adequado, valorizando as soluções de proximidade, coordenando as intervenções, quer as de natureza preventiva, quer as de ação terapêutica, através da dinamização das equipas comunitárias, multidisciplinares, envolvendo os diversos profissionais de saúde mental, de modo a integrar respostas concertadas junto da população em risco;

Situação atual: Apesar dos melhores esforços de um sem números de profissionais, continua a haver queixas de que os cuidados são poucos e a não chegam atempadamente a quem mais precisa.

2. Assegurar informação atualizada junto da comunicação social sobre as ações empreendidas, de modo a obter a sua colaboração na necessária informação à comunidade e facilitando a articulação das ações, designadamente com as entidades locais, autarquias e instituições sociais e solidárias, de modo a potenciar sinergias nas intervenções;

Situação atual: As pessoas estão cada vez mais informadas sobre a importância da saúde mental, mas os recursos ainda são demasiado escassos e a população mais idosa, a mais afetada devido à grande quantidade de idosos nas aldeias mais afetadas, ainda não tem informação suficiente nem sabe onde ou como pode pedir ajuda.

3. Caraterizar a população em risco, tendo em conta as perdas sofridas, a sintomatologia evidenciada, os recursos individuais e do sistema familiar em causa e os antecedentes psicopatológicos revelados, com especial atenção às situações de risco de suicídio;

Situação atual: O levantamento de dados é provavelmente a fase mais avançada até agora, no entanto, não tenho dados suficientes que garantam que o rastreamento das situações mais perigosas esteja, ou não, a ser realizado efetivamente. 

4. Produzir recomendações para a estruturação de respostas na área da saúde mental, em situações similares futuras de calamidade, com esta dimensão e impacto, a nível local, regional ou nacional, equacionando modelos de intervenção na comunidade, em articulação com o poder local, com os serviços da segurança social, com os diferentes cuidados de saúde, bombeiros, comunicação social, associações particulares de apoio, e outras estruturas relevantes da comunidade.

Situação atual: Foi posto em prática, mas com o passar do tempo e a memória coletiva a começar a esquecer, muitas das ideias são atiradas para o fundo de uma gaveta e totalmente esquecidas. 

(A “situação atual” é uma leitura pessoal, conforme os dados, muitas vezes escassos, que possuo.)

Casa roubada, trancas na porta

Após uma grande tragédia as pessoas ficam mais alerta e Pedrógão Grande não foi exceção. O país ficou mais ciente das suas fragilidades e do real perigo dos incêndios rurais.

Muito foi dito, nem tanto foi feito, após os trágicos acontecimentos de 2017. Houve melhorias sem dúvida, mas é curto, é pouco, é insuficiente. A saúde mental tem de ser uma prioridade, não são só as queimaduras que nos ferem. 



segunda-feira, 26 de junho de 2023

Aumento dos Gânglios Linfáticos - O que pode ser?

 


Os gânglios linfáticos são pequenos nódulos que existem no nosso corpo com a importante função de filtrar as substâncias nocivas ao nosso organismo. Situados na zona do pescoço, axilas e virilhas, raramente damos por eles exceto quando estão alterados - inchaço.

A descoberta de um linfonodo inchado pode tornar-se num grande susto para qualquer pessoa, mas não é preciso entrar em pânico - maioria das vezes é um problema benigno.

Como funcionam os gânglios linfáticos?

Os linfonodos funcionam como um filtro do organismo. As substâncias chegam até eles por meio de uma fina rede de canais linfáticos, onde circula um líquido chamado linfa. A linfa é um líquido transparente que contém células, resíduos do organismo, vírus e bactérias.

É especialmente frequente o aumento dos gânglios linfáticos nas crianças até aos dois anos, cujo sistema imunitário está frequentemente a ser estimulado pelo contacto com todo o tipo de agentes patogénicos presentes no ambiente em redor - ganhando anticorpos essenciais.

Principais causas para o aumento dos linfonodos

Os linfonodos ou gânglios linfáticos incham como resposta do organismo a ameaças, sejam elas doença, infeção ou stress. Este inchaço é uma manifestação evidente de que o nosso corpo está a trabalhar ativamente para se livrar dos agentes indesejados.

Assim sendo, podemos afirmar que geralmente, o aumento dos linfonodos é de origem benigna - viroses, amigdalites, sinusites, ou outras doenças comuns. Contudo, é importante afastar a pior hipótese: linfoma.

O linfoma é um tipo de cancro que se origina no sistema linfático (tem dois tipos: Hodgkin e não-Hodgkin) e apesar de não ser comum, pode acarretar muita gravidade, especialmente o não-Hodgkin, pelo que não devemos ignorar o problema.

Clique na imagem para aumentar:

Como podemos verificar na tabela acima, há inúmeras razões para o aumento dos nódulos linfáticos, com diferentes graus de gravidade, pelo que deve considerar uma avaliação médica, especialmente se o inchaço demora mais do que alguns dias.

Avaliação médica

Para garantir que tudo está bem consigo, deverá procurar a ajuda médica para uma avaliação cuidada, especialmente se o inchaço não causar dor e os gânglios foram duros e poucos móveis.

Numa primeira abordagem, o médico irá recomendar uma ecografia da zona para visualização e perante essa imagem poderá recomendar outros exames para determinar a necessidade de tratamento.

Não dramatizar, nem ignorar

Os motivos para o aumento dos linfonodos são variados e com consequências de diferentes naturezas. O ideal será não entrar em pânico nem se preocupar demasiadamente. No entanto, isto não significa que deva ignorar por completo os sintomas.

Esteja atento ao seu corpo e consulte sempre um médico em caso de dúvidas.


segunda-feira, 10 de abril de 2023

Doença de Graves: quando o sistema imunitário ataca o corpo

 


A doença autoimune da tiroide conhecida como Doença de Graves é uma das principais causas de hipertiroidismo e afeta, principalmente, mulheres entre os 20 e os 50 anos. 

O sistema imunitário do paciente com esta condição começa a atacar a sua própria glândula da tiroide, causando uma reação exacerbada que pode levar a uma série de sintomas desagradáveis.

O que ocorre?

A Doença de Graves faz com que o organismo comece a produzir anticorpos contra as células da tiroide. Esses anticorpos ligam-se aos recetores da hormona estimuladora da tiroide, estimulando a glândula a sobreproduzir hormonas. Isso resulta num estado de hipertiroidismo, que afeta vários sistemas do corpo.

Quais os sintomas?

Os principais sintomas são o nervosismo e irritabilidade (por vezes traduzido nalguma hiperatividade), perda de peso apesar do apetite aumentado, olhos salientes e palpitações cardíacas.

Outros sintomas comuns são o excesso de calor e suor, problemas gastrointestinais (nomeadamente diarreia), excesso de urina, menstruação irregular e perda de libido, inchaço na zona da garganta (bócio), fraqueza muscular, alterações oculares e até mesmo lesões na pele. No caso dos homens, pode provocar um aumento dos seios.

Nos pacientes idosos, os sinais e sintomas tendem a ser mais subtis e, por isso, confundidos com outras doenças, dificultando o diagnóstico. No doente idoso, a principal manifestação de Graves é o cansaço excessivo e a perda de peso. 

Porquê eu?

Maioria das pessoas procura imediatamente uma resposta a esta pergunta. Afinal, por que fiquei doente? Infelizmente, como para muitas outras doenças, não há uma resposta exata a esta pergunta, embora haja alguns fatores de risco a ter em conta.

Em primeiro lugar, o género e a idade, a Doença de Graves é mais comum em mulheres acima dos 40 anos. História familiar da doença e stress também estão entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de Graves. O tabagismo e a gravidez/parto recente são outros fatores com impacto.

Há um risco acrescido de desenvolver a doença no período pós-parto e em fases emocionalmente difíceis da vida.

Porque devo preocupar-me?

Quando uma pessoa tem hipertiroidismo por Doença de Graves e não recebe tratamento, pode ter complicações em várias áreas.

Pode ver afetado o seu coração, com alterações na frequência cardíaca, danos no músculo cardíaco e insuficiência cardíaca. O hipertiroidismo não tratado também pode aumentar o risco de osteoporose e fraturas ósseas. 

No caso das mulheres grávidas, a Doença de Graves não controlada aumenta o risco de aborto, parto prematuro, problemas de tiroide no feto e outras complicações materno-fetais.

Além disso, pode ocorrer uma condição rara e grave chamada tempestade tiróidea, que causa febre, sudorese, náuseas, fraqueza, convulsões e pode levar à falência de vários órgãos. 

Qual o tratamento?

Há duas formas de tratamento possível que vão depender da sua situação específica e que deve debater com o seu médico - terapias medicamentosas e intervenção cirúrgica.

Dadas as potenciais complicações da doença, aconselhamos a que, em caso de dúvida ou sintomas suspeitos, procure ajuda médica o mais rapidamente possível e debata com o seu médico as suas opções de tratamento.

Agir atempadamente

Os sintomas da Doença de Graves podem muito facilmente ser confundidos com outras condições, o que pode dificultar o diagnóstico. É importante explorar todas as possibilidades e avisar o seu médico se tiver algum dos fatores de risco acima mencionados.

Como maioria dos problemas de saúde, quanto mais depressa for diagnosticado e iniciado o tratamento, mais fácil será o mesmo. 


quinta-feira, 9 de março de 2023

Tiroide: uma glândula fundamental para a saúde do corpo

 


Situada na base do pescoço, a tiroide é uma glândula endócrina em forma de borboleta. As suas hormonas são compostas por iodo e a sua principal função é produzir e gerir as hormonas responsáveis pelo controlo do organismo (T3 - triiodotironina e T4 - tiroxina).

Elas são responsáveis pelo controlo do metabolismo, dos recursos energéticos e temperatura do corpo, bem como, do funcionamento cardiovascular, muscular e cerebral. Com funções tão importantes, o desregulamento da tiroide pode ter um impacto significativo na nossa saúde e qualidade de vida. 

Mau Funcionamento da Tiroide

A origem do mau funcionamento da tiroide permanece desconhecida e afeta principalmente as mulheres. 

Estima-se que seja um problema multifatorial, tendo sido associado a diferentes situações, tais como, o défice de iodo, alterações devido à gravidez, proteínas produzidas pelo nosso corpo contra a glândula, genética, nódulos, ou medicamentos. 

Não é fácil determinar o porquê do problema, mas é relativamente simples reconhecê-lo, via exames médicos. Análises sanguíneas e uma ecografia são os mais comuns, mas poderá sempre haver a necessidade de realizar uma biópsia em caso de deteção de um nódulo, por exemplo. 

Hipertiroidismo e Hipotiroidismo

O hipertiroidismo é conhecido pela aceleração metabólica que provoca. Há um excesso de produção das suas hormonas pela glândula que resulta numa perda inexplicável de peso, aumento da frequência cardíaca, irritabilidade e insónias. É provocado por inflamações da tiroide ou algumas doenças autoimunes, como a doença de Graves.

Mais conhecido e falado pelo público, é o hipotiroidismo - produção hormonal insuficiente. Provoca cansaço, aumento de peso, obstipação, depressão, falta de memória, entre outros sintomas.

Cuidar da tiroide

Os problemas da tiroide afetam cerca de 10% da população portuguesa. No entanto, como em grande maioria das enfermidades, podemos tomar medidas para tentar prevenir o problema. Começando pela mais simples - evite comportamentos de risco. Cuidar da sua tiroide passa por evitar fumar, consumir bebidas alcoólicas em excesso e não se expor a radiações.

Em segundo lugar, recomenda-se um consumo de iodo moderado na sua alimentação - peixes marinhos, moluscos, marisco, algas marinhas, sal iodado e leite e os seus derivados. Mas não exagere! O equilíbrio é tudo.

Por fim, aquilo que provavelmente é mais importante: o rastreio. Diagnósticos precoces facilitam qualquer tratamento, assim, se possui doenças autoimunes, como a diabetes tipo II, síndrome de Down ou fez tratamentos ao nível de cabeça e pescoço deve realizar o rastreio. Se é mulher e pretende engravidar também poderá ser uma boa ideia.


Sem tem dúvidas, ou se gostaria de obter mais informações sobre o assunto, consulte a Associação das Doenças da Tiroide

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

O que é a tripla pandemia esperada para 2023?

 


A palavra pandemia invadiu a nossa vida em 2020 com o surto de COVID-19 a nível mundial, mas os media não parecem cansar-se dela. 

O ano ainda mal começou e já estamos fartos de ouvir falar numa pandemia, desta vez tripla, que vai assolar-nos durante o este ano. E agora, que já vimos os hospitais entupidos de pacientes, com macas no corredor e mais de 24h de espera nas urgências nalgumas situações… mesmo os mais céticos começam a questionar-se.

Afinal, o que está a acontecer? O que é a pandemia tripla? E porque é que estamos a passar por ela?

Covid-19, gripe e vírus respiratórios

Após cerca de 2 anos onde precisávamos de máscara obrigatoriamente para entrar em diversos lugares públicos, o nosso organismo habituou-se a um certo nível de proteção. O nosso sistema imunitário tinha menos razões para lutar. Mas agora, chegam todas de uma só vez.

No hemisfério norte, os casos de infeção pelo vírus influenza, vulgo gripe (estirpe A), aumentaram exponencialmente e até no hemisfério sul começou a ver-se um aumento de casos significativo e fora de época. 

Outros vírus respiratórios como o vírus sincilial respiratório (VSR) juntam-se ao combo e quanto à COVID-19? Não, ainda não desapareceu.

De que forma se combinam?

Nesta confluência de germes temos 3 vírus diferentes, mas com sintomas muito semelhantes a atacar o nosso organismo. O que poderá ser, no entanto, mais surpreendente é o facto do SARS-Cov-2, que mudou totalmente as nossas vidas durante cerca de 2 anos, não ser, agora, o mais predominante.

O vírus mais frequente a esta altura é o já nosso conhecido Influenza A, que se bem se lembram, gerou o pânico nos anos de 2009-10. Quanto ao terceiro vírus, é mais frequente em bebés e crianças pequenas, causando bronquiolites e pneumonias.

A única forma de saber qual o mal que nos afeta é através dos testes laboratoriais, visto que os três apresentam os mesmos sintomas: febre, congestão, tosse, dor de cabeça e garganta.

Devido à elevada circulação destes vírus, corremos ainda o risco das chamadas confeções, ou seja, sermos, simultaneamente, infetados por mais do que um destes vírus.

Porquê agora?

Como é que mal saímos de uma pandemia e somos atacados desta forma por 3 vírus graves? Parece estranho, injusto até, mas segundo os especialistas não é um fenómeno assim tão estranho. 

Na verdade, é um fenómeno expectável, visto que durante praticamente dois anos vivemos o que os médicos chamam nicho epidemiológico, onde o SARS-COV2 foi praticamente o único vírus em circulação. Quando esta circulação caiu, devido ao uso das vacinas, todos os outros que já estão normalmente presentes, aumentaram exponencialmente. Termos deixado de usar as máscaras ajuda à sua propagação mais eficaz.

Prevenir, prevenir, prevenir…

Com hospitais a rebentar pelas costuras em vários países, a prevenção é uma parte importante para lidar com esta tripla pandemia que temos sobre nós. E a mesma deve ser feita por cada um de nós.

Na verdade, não há uma dificuldade acrescida de prevenção, visto que todos podem ser prevenidos da mesma forma - lavar bem e frequentemente as mãos, manter a etiqueta respiratória, evitar espaços fechados e com muita gente, ou se não puder evitá-los usar máscara cirúrgica. Não se esqueça de consultar o seu médico e tomar as vacinas disponíveis.