quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Socorro! Tenho dores no peito


Aos primeiros sinais de algum tipo de dor no peito, a grande generalidade das pessoas teme que estas estejam relacionadas com o seu coração, mas nem sempre este tipo de dores é sinal de um ataque cardíaco eminente.  Há vários problemas, felizmente menos graves, que podem desencadear as assustadoras dores no peito. 

Convém sublinhar, no entanto, que em caso de dúvida deve dirigir-se a um serviço de urgência, pois se estiver mesmo a ter um infarte do miocárdio, a rapidez de atendimento pode fazer a diferença entre a vida e a morte.




Quando devo dirigir-me a um serviço de urgência?

Em primeiro lugar, é importante ter em consideração que jamais, deve tentar fazer um auto-diagnóstico e que se tem dúvidas não deve evitar em contactar um serviço de urgência ou ligar para o seu médico assistente. Este artigo serve apenas para elucidar sobre algumas situações e não para o ajudar a diagnosticar o que sente.

Comecemos então por definir as situações mais graves e, nas quais deve dirigir-se o mais rapidamente possível ao médico, através das características da dor.

Se a dor consiste mais propriamente numa sensação de peso ou aperto, for desencadeada por algum tipo de esforço físico ou problemas do foro emocional ou se se apresentar de forma difusa passando para o braço esquerdo, por vezes até para as costas, é, sem qualquer dúvida, motivo para alarme. Nestes casos, pode também ser acompanhada por suores, palpitações, falta de ar, palidez. A dor pode prolongar-se ou ter um padrão de “ir e vir”. 

Outra situação grave é a perda dos sentidos. Se está com uma pessoa que, após se queixar de dores no peito perde os sentidos, deve ligar imediatamente para o 112.

É importante definir que nem sempre esta dor é muito forte, especialmente em pacientes idosos ou diabéticos, as queixas podem traduzir-se apenas por cansaço e incómodo. Não se deixe enganar pelas aparências, não significa que a situação não seja grave.




Factores de Risco

A possibilidade de doença cardiovascular é sempre avaliada de acordo com a história clínica do paciente. A possibilidade de um paciente jovem e perfeitamente são sofrer um infarte do miocárdio é extremamente baixa, por isso, é importante saber dizer ao médico que assiste o paciente os factores que podem denunciar maior risco de problemas cardíacos.

A idade é um dos principais factores a ter em conta (começa a considerar-se factor de risco a partir dos 40 anos), bem como a presença de doenças de risco (diabetes, hipertensão arterial, elevados níveis de mau colesterol ou insuficiência renal crónica) ou mesmo, problemas cardíacos prévios.

O sedentarismo e uma dieta rica em gorduras, bem como a sua principal consequência, a obesidade, são factores de risco significativos, bem como história familiar prévia de problemas cardíacos. O tabagismo e o consumo de estupefacientes são também factores de risco significativos a considerar na avaliação médica.

É importante não esquecer que existem dezenas de possíveis causas para sentir dores no peito, mais ou menos graves, que podem ou não estar relacionadas com o coração.


O papel da ansiedade nas dores no peito

A ansiedade é actualmente, um problema de saúde pública e em franca expansão, cada vez mais casos chegam todos os dias às urgências dos nossos hospitais e as principais queixas destes doentes encontram-se a nível cardíaco. Queixam-se de dores no peito, arritmia, entre outros sintomas que jamais devem ser menosprezados, no entanto, em casos de ansiedade, os mesmos não têm qualquer fundamento do ponto de vista físico.

Muitos dos pacientes com crises de ansiedade entram nas urgências com queixas extremamente semelhantes a um infarte do miocárdio, sendo estas, a dor no peito, acompanhada de palpitações, suores, falta de ar, tonturas, vómitos, etc.

Na verdade, as estatísticas apontam para que em cerca de 1/3 dos pacientes atendidos em serviços de urgência com queixas de dores no peito,  os sintomas sejam devidos a problemas do foro psicológico. Os problemas de ansiedade e ataques de pânico são os principais, mas não os únicos responsáveis por estes números, a depressão e hipocondria estão também entre as principais causas des sintomas.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

O meu filho contraiu Mononucleose: devo preocupar-me?

A mononucleose é uma doença comum e apesar de não haver um tratamento por si só para o problema, a verdade é que a grande maioria dos pacientes não tem grandes consequências, recuperando por completo após algumas semanas. Passada a fase aguda (cerca de 2 semanas) o paciente começa aos poucos a retomar a sua vida normal, apesar do cansaço poder persistir durante muito mais tempo (semanas ou mesmo meses).

No entanto, e apesar de raras, poderá haver consequências, algumas delas graves e para as quais devemos estar atentos. O doente com um sistema imunitátio deficitário deve preocupar-se desde o início, visto que é uma das principais causas de complicações na mononucleose.


O Sistema Nervoso Central

Algumas complicações afectam directamente o cérebro e o sistema nervoso central e, apesar de raras, apresentam-se com gravidade. Encefalite (inflamação do tecido cerebral), convulsões, complicações nervosas, meningite (inflamação do revestimento cerebral) e alterações anómalas do comportamento são algumas complicações que poderão advir da doença.


O baço

O baço é o órgão mais susceptível perante um quadro de mononucleose, o uso de antibióticos (comum quando o quadro é confundido com outros) pode originar complicações graves, que pode ir desde simples lesões até à rotura do mesmo, o que levaria à necessidade de extracção cirúrgica.



Outras complicações

Pode verificar-se uma diminuição dos glóbulos vermelhos e plaquetas, que normalmente voltam à normalidade sem tratamento.

Os gânglios linfáticos aumentados poderão comprimir as vias respiratórias e provocar uma certa congestão pulmonar.


Quando voltar ao médico?

Como referido, complicações graves são muito raras, especialmente em pacientes mais jovens, pelo que, não deve haver grandes motivos para alarme. 

Após o diagnóstico de mononucleose, o repouso é essencial, os sintomas demoram pelo menos duas semanas a passar e por isso, não adianta correr para o médico, no entanto, deve fazê-lo se o doente apresentar dificuldades respiratórias ou respiração ruidosa e se sentir dores fortes no lado superior esquerdo do abdómen.

Se ao fim de duas semanas, os sintomas parecem persistir ou até mesmo piorar, deverá dirigir-se ao seu médico assistente ou a um serviço de urgência.