A tensão arterial é a pressão que o sangue exerce nas paredes das artérias por onde circula. Quando medimos a tensão são nos dados dois valores, vulgarmente conhecidos como a máxima e a mínima.
Os valores da tensão máxima, ou sistólica, referem-se ao valor máximo alcançado com a contracção do coração (sístole) e os seus valores normais, para um adulto saudável, devem situar-se entre os 100 e 139 mmHg. Por outro lado, a tensão mínima, ou diastólica, compreende o valor mínimo de pressão, quando o coração se distende e relaxa (diástole) e os seus valores devem situar-se entre os 60 e os 89 mmHg.
Os cuidados com os valores da tensão arterial estão muito frequentemente associados à idade, pelo que os jovens pouca ou nenhuma importância lhe dão, no entanto, esta perspectiva está cada vez mais errada.
Quando falamos em problemas de tensão, estamos maioritariamente a referir-nos à, infelizmente, tão vulgar, tensão alta (valores de máxima e mínima iguais ou superiores a 140/90, respectivamente) e apesar do envelhecimento ser apontado como uma das principais causas, dizer que é um problema da terceira idade é uma das afirmações mais erradas que se podem fazer.
Estima-se que, actualmente, em Portugal, 1/3 da população adulta sofra de hipertensão arterial e que 1 em cada 10 jovens com menos de 20 anos também sofra do problema. Estas são estatísticas assustadoras que nos levam a questionar o porquê destes números.
Ao longo do tempo, inúmeros estudos foram feitos para encontrar uma justificação para esta nova realidade. Os resultados apontam para o estilo de vida pouco saudável que levamos hoje em dia, com alimentação à base, maioritariamente, de alimentos super processados, sedimentarismo e elevado stress emocional oriundo de todas as exigências que o mundo de hoje nos obriga a enfrentar.
Se juntarmos a estes problemas, o aumento de doenças como a diabetes e a obesidade (também elas, fruto deste nosso novo estilo de vida) temos o cenário perfeito para a hipertensão arterial e respectivas consequências.
Consequências da Hipertensão Arterial
Quando temos um problema comum, daqueles que toda a gente tem, tendemos a achar que não é assim tão importante, ou pelo menos, não é assim tão grave, é comum, todos têm.
No entanto, como podem imaginar, a quantidade de doentes não está directamente relacionada com a gravidade do problema. Neste caso, podemos estar a falar de consequências muito graves e causadoras de grandes níveis de morbilidade e, em última análise, de mortalidade.
Estamos a falar de problemas cardíacos graves, como a insuficiência cardíaca, ateroesclorose, potencial desencadeadora de AVCs e ataques cardíacos, perda de visão e até mesmo, insuficiência renal. Por isso, devemos focar-nos na prevenção.
Prevenir, prevenir, prevenir
Cada vez mais, os médicos incentivam os seus utentes a ter uma atitude pró-activa de prevenção, que não só lhes traga melhor qualidade de vida, como ajude a tornar sustentável o Sistema Nacional de Saúde, já muito sobrecarregado com doenças crónicas.
Para um adulto saudável, é fundamental cuidar da sua alimentação e manter uma vida activa. A actividade física é fundamental para a sua saúde, no entanto, no que diz respeito à tensão alta, deve evitar esforços excessivos (como levantar ou empurrar objectos muito pesados).
No que diz respeito, à alimentação reduza o sal e álcool.
Deixe de fumar, controle o seu peso e faça uma gestão adequada do stress diário. A planificação das tarefas pode ser uma grande ajuda neste sector.
A prevenção é fundamental, mas não deixe de medir a sua tensão. Um adulto saudável, deve faze-lo, no mínimo, uma vez por ano. Desta forma, notará qualquer oscilação e em conjunto com o seu médico poderá atacar o problema desde o início, não permitindo que o mesmo se desenvolva a um ponto quase irreversível.
Se nestas medições, encontrar a chamada tensão máxima entre os 120 e os 140 mmHg, cuidado! Esta situação chama-se de pré-hipertensão e requere atenção imediata. Converse com o seu médico e melhore o seu estilo de vida.
E em última análise, o melhor conselho é: vão passear.