terça-feira, 31 de maio de 2016

Será alergia?



Todos os dias somos confrontados com elementos alergénicos e muitas vezes fazemos alguma reacção aos mesmos, sem nos darmos conta. Isto acontece porque não é uma situação grave mas... e se fosse?



Independentemente da alergia, há reacções comuns e às quais devemos estar atentos, no sentido de evitar uma situação mais grave e com complicações reais para a nossa saúde.


Principais Sintomas

Os sintomas são variados consoante o tipo de alergia, complexidade e gravidade. Muitas vezes, os sinais não ocorrem de forma imediata, após o contacto com o agente alergénico e por isso, poderá tornar-se mais difícil de detectar o mesmo.

Os sintomas poderão passar por reacções oculares, como comichão e lagrimejar, podendo chegar a uma situação mais grave como conjuntivite. 

Podemos ainda encontrar várias reacções a nível de pele, as quais vão de vermelhidão, comichões e borbulhagem, até ao mais grave eczema e são sinais claros de alguns tipos de alergia. Muitas vezes, ocorre algum inchaço de uma ou mais partes do corpo.

Problemas respiratórios (como broncoconstrição ou rinite) e gastrointestinais (vómitos e diarreia) poderão também estar relacionados com algum tipo de reacção alérgica. E obviamente, a mais grave, porém felizmente rara, anafilaxia.


Crianças

As manifestações provocadas por um agente alergénico poderão ser variadas, mas o próprio agente que as desencadeia também. Quando estamos a falar de crianças, a sua idade poderá ser uma boa pista no sentido de nos ajudar a detectar o causador da reacção alérgica e ter este conhecimento pode facilitar e agilizar todo o processo.

Assim, é importante ter noção de que em crianças muito pequenas (antes dos 3 anos) as alergias mais comuns são as alimentares, com especial incidência sobre os ovos e o leite. Estes devem ser os primeiros a ser retirados da dieta da criança, de modo a avaliar a sua influência nos sintomas.

Após os 3 anos de idade, no entanto, a maior parte das crianças desenvolve a capacidade de tolerar estes alimentos e a alergia mais predominante para a ser a inalantes de várias espécies.



Não se esqueça que, independentemente, de ter conseguido ou não detectar o motor da reacção alérgica, deverá sempre consultar o seu médico de família ou um alergologista.

domingo, 15 de maio de 2016

Depressão na Terceira Idade



Em Portugal, o número de pessoas idosas tem vindo a aumentar todos os anos e estão cada vez mais à parte do resto da sociedade. Abandonados e esquecidos pela família, a depressão tem vindo a crescer desenfreadamente nos nossos idosos e este ciclo parece não ter à vista.




Estatísticas

Actualmente, estima-se que cerca de 15% da população idosa apresente sintomas de depressão, sendo que 2% tem depressão grave.

Ao contrário do que o senso comum poderia indicar, esta é, actualmente, a patologia mais comum na terceira idade.



Reconhecendo a Doença

A condição do idoso dificulta muito o reconhecimento da doença por parte de terceiros e isso leva a que a maior parte das pessoas acabe por não usufruir da possibilidade de tratamento adequado. Os preconceitos em relação às dificuldades físicas e problemas mentais, que ocorrem geralmente numa fase mais tardia da nossa vida, faz com que a maioria dos sintomas sejam atribuídos à idade e por isso, desvalorizados.

O desânimo, tristeza, falta de apetite entre outros, são sinais a ter em conta, mas, por outro lado, a depressão pode manifestar-se através de alguma agitação ou agressividade, e se verificarmos que, estes sintomas duram várias semanas, a pessoa deve ser conduzida a um médico para efectuar uma avaliação.

O doente depressivo pode ainda sofrer de tremores nas mãos, palpitações ou sudorese e por isso, haver uma certa confusão com outras situações clínicas.




Será demência?

A Demência, a par com a Depressão, é uma das doenças mais frequentes nas faixas etárias mais tardias e algumas queixas do doente deprimido, como perdas de memória ou dificuldades na realização de funções cognitivas, poderão levantar esta dúvida. O diagnóstico diferencial deverá ser feito por um profissional especialista no assunto.

Ainda assim, há diferenças que poderão ser mais facilmente percepcionadas pelos familiares do idoso. A Depressão tem um início bem demarcado, enquanto que a Demência chega “devagarinho” e muitas vezes não somos capazes de dizer quando começou, pois os primeiros lapsos de memória e “enganos” não são imediatamente detectados.

As queixas de perdas cognitivas ocorrem após já estar instalada a sintomatologia depressiva e denota-se pouco esforço durante a aplicação do exame neuropsicológico, que poderá ser, eventualmente, detectada em outras situações do dia a dia, onde o idoso parece, simplesmente, “não se esforçar”. Os sintomas parecem estar associados a alguma crise mais ou menos recente na vida do idoso.




Enfrentando o Problema

Uma das principais formas de enfrentar o problema é através da medicação anti-depressiva, no entanto, esta pode ter efeitos secundários graves e por isso, deve ser administrada com muito cuidado. Para além disso, a abordagem psicológica é fundamental para termos efeitos reais para o paciente.

Muitas vezes, o quadro depressivo surge como consequência da incapacidade do idoso de aceitar esta nova fase da sua vida, considerando que já não é capaz de fazer uma série de coisas e passa a sentir-se excluído, rejeitado e muitas vezes, até inútil. É importante ajudá-lo a encarar o envelhecimento como uma parte natural do ciclo da vida e não como uma espécie de fardo ou de “fim de linha”.

Ao longo da vida, somos ensinados a criar os nossos projectos e objectivos tendo em vista a nossa juventude, dando a ideia de que a velhice é o “fim” e já nada pode ser feito. Como é óbvio, isto não é verdade. Assim, incentive os seus familiares mais idosos a terem os seus próprios objectivos, ocuparem-se, criarem alguma coisa de que gostem. As obrigações laborais acabaram com a chegada da reforma, agora está na hora de se dedicarem ao que realmente gostam, já que a maioria das pessoas não teve oportunidade de fazê-lo anteriormente na vida. 

Ocupar a mente e sentir-se útil é fundamental para ultrapassar a depressão e (re)aprender a viver em paz e harmonia consigo mesmo.