A palavra pandemia invadiu a nossa vida em 2020 com o surto de COVID-19 a nível mundial, mas os media não parecem cansar-se dela.
O ano ainda mal começou e já estamos fartos de ouvir falar numa pandemia, desta vez tripla, que vai assolar-nos durante o este ano. E agora, que já vimos os hospitais entupidos de pacientes, com macas no corredor e mais de 24h de espera nas urgências nalgumas situações… mesmo os mais céticos começam a questionar-se.
Afinal, o que está a acontecer? O que é a pandemia tripla? E porque é que estamos a passar por ela?
Covid-19, gripe e vírus respiratórios
Após cerca de 2 anos onde precisávamos de máscara obrigatoriamente para entrar em diversos lugares públicos, o nosso organismo habituou-se a um certo nível de proteção. O nosso sistema imunitário tinha menos razões para lutar. Mas agora, chegam todas de uma só vez.
No hemisfério norte, os casos de infeção pelo vírus influenza, vulgo gripe (estirpe A), aumentaram exponencialmente e até no hemisfério sul começou a ver-se um aumento de casos significativo e fora de época.
Outros vírus respiratórios como o vírus sincilial respiratório (VSR) juntam-se ao combo e quanto à COVID-19? Não, ainda não desapareceu.
De que forma se combinam?
Nesta confluência de germes temos 3 vírus diferentes, mas com sintomas muito semelhantes a atacar o nosso organismo. O que poderá ser, no entanto, mais surpreendente é o facto do SARS-Cov-2, que mudou totalmente as nossas vidas durante cerca de 2 anos, não ser, agora, o mais predominante.
O vírus mais frequente a esta altura é o já nosso conhecido Influenza A, que se bem se lembram, gerou o pânico nos anos de 2009-10. Quanto ao terceiro vírus, é mais frequente em bebés e crianças pequenas, causando bronquiolites e pneumonias.
A única forma de saber qual o mal que nos afeta é através dos testes laboratoriais, visto que os três apresentam os mesmos sintomas: febre, congestão, tosse, dor de cabeça e garganta.
Devido à elevada circulação destes vírus, corremos ainda o risco das chamadas confeções, ou seja, sermos, simultaneamente, infetados por mais do que um destes vírus.
Porquê agora?
Como é que mal saímos de uma pandemia e somos atacados desta forma por 3 vírus graves? Parece estranho, injusto até, mas segundo os especialistas não é um fenómeno assim tão estranho.
Na verdade, é um fenómeno expectável, visto que durante praticamente dois anos vivemos o que os médicos chamam nicho epidemiológico, onde o SARS-COV2 foi praticamente o único vírus em circulação. Quando esta circulação caiu, devido ao uso das vacinas, todos os outros que já estão normalmente presentes, aumentaram exponencialmente. Termos deixado de usar as máscaras ajuda à sua propagação mais eficaz.
Prevenir, prevenir, prevenir…
Com hospitais a rebentar pelas costuras em vários países, a prevenção é uma parte importante para lidar com esta tripla pandemia que temos sobre nós. E a mesma deve ser feita por cada um de nós.
Na verdade, não há uma dificuldade acrescida de prevenção, visto que todos podem ser prevenidos da mesma forma - lavar bem e frequentemente as mãos, manter a etiqueta respiratória, evitar espaços fechados e com muita gente, ou se não puder evitá-los usar máscara cirúrgica. Não se esqueça de consultar o seu médico e tomar as vacinas disponíveis.