A Síndrome da Fadiga Crónica é uma doença rara, caracterizada por uma fadiga extrema, persistente e para mais de metade dos pacientes, incapacitante, que não pode ser explicada por qualquer condição médica subjacente. Extremamente controversa, é uma doença de difícil explicação, que causa elevados níveis de frustração nos médicos, que não sabendo a causa do problema, têm dificuldade em diagnosticá-lo e não há um tratamento eficaz.
Os pacientes não encontram uma resposta satisfatória para o seu problema, o exame físico é perfeitamente normal, o que leva muitas vezes a alguma desconfiança por parte dos profissionais de saúde e dos familiares do paciente, levando a que este se sinta incompreendido e sem apoio, enquanto a sua qualidade de vida decresce repentinamente. A sensação de fadiga piora com a actividade, seja ela física ou mental, mas não se sentem melhorias com o repouso o que, muitas vezes, conduz os pacientes a quadros depressivos e de ansiedade.
Causas
As causas do problema são completamente desconhecidas, sendo que o aparecimento da mesma parece precipitado por algumas doenças e infecções, no entanto, o motivo pelo qual ela surge nalgumas pessoas e noutras não, ainda é um completo mistério. O mais provável é que a doença esteja relacionada com uma combinação de vários factores.
Na maioria dos casos, os sintomas da doença surgiram após episódios depressivos, infecções virais (grande predominância de infecções das vias respiratórias), anemia por carência de ferro, doenças auto-imunes, hipotensão crónica e fribromialgia. Durante muito tempo, acreditou-se que estava intimamente relacionada com a mononuclesose, no entanto, não há evidências que suportem esta teoria.
É comum verificar-se alterações hormonais nos pacientes com esta síndrome, mas o eventual relacionamento deste problema com a doença é desconhecido.
As estatísticas apontam para a presença de cerca de 15 000 doentes em Portugal, com uma maior incidência do problema em pessoas entre os 40 e os 50 anos, sendo raro em crianças ou idosos. Demonstram também que é duas vezes mais comum em mulheres do que em homens e a maioria dos pacientes está ou esteve sujeito a uma grande carga de stress, seja na sua vida profissional, seja na sua vida pessoal.
Sintomas
Para além do elevado nível de cansaço que dá o nome há doença, os pacientes com a Síndrome da Fadiga Crónica sofrem de uma série de sintomas associados ao problema:
- lapsos de memória e dificuldade de concentração;
- dores de garganta e cabeça;
- aumento dos gânglios linfáticos no pescoço e axilas;
- dores musculares e nas articulações;
- sono recorrente e intermitente;
- exaustão extrema após o exercício físico ou mental, que dura mais de 24 horas.
Alguns pacientes apresentam ainda febre, tonturas, irritabiliade, problemas gastrointestinais e sinais de confusão mental.
É importante referir que há muitas causas possíveis para uma sensação de fadiga permanente e este é um diagnóstico feito por exclusão, ou seja, só é feito, quando não se encontra qualquer outra explicação para as queixas do doente, verificando-se em apenas 3% das pessoas com queixas de fadiga persistente.
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