quinta-feira, 13 de agosto de 2015

SERÁ ANSIEDADE?

Num mundo cada vez mais competitivo e exigente, o sentimento de ansiedade vai invadindo a pouco e pouco a nossa vida. Sem darmos por isso, um sentimento perfeitamente normal e esperado, que pode até estimular-nos a tomar uma atitude necessária, começa a afectar a nossa vida de forma negativa. Esta reação do organismo ao stress torna-se, a pouco e pouco, patológica, dificultando, ou até mesmo impedindo, a realização das mais básicas tarefas do dia a dia. Como em qualquer doença, quanto mais cedo for detectado o problema, mais rapidamente encontraremos uma solução. Mas, quando é que o normal passa a patológico?




O que é ansiedade?

Quando falamos em ansiedade, estamos a referir-nos a uma expectativa negativa face ao futuro, que implica medo ou receio de situações para as quais temos dúvidas sobre a nossa capacidade de enfrentar. A pessoa que sofre de ansiedade tem uma visão muito pessimista do mundo e de si mesma, não conseguindo lidar adequadamente com a incerteza, o que a conduz a atitudes de evitamento de determinadas situações. Com o tempo, e sem o tratamento adequado, este leque de situações aumenta consideravelmente.

As preocupações normais, que qualquer pessoa sente perante um imprevisto, no paciente com ansiedade tomam proporções drásticas (mesmo que o problema em questão não tenha tanta importância), a sua preocupação é excessica, intrusiva, persistente e debilitante.



Como cheguei aqui?

O processo é gradual e muitas vezes, mascarado por outras situações, como a timidez ou baixa auto-estima, pelo que é frequente, a certa altura, pararmos para pensar e não percebermos em que momento tudo mudou. Como uma pessoa um pouco mais ansiosa desenvolveu a patologia com gravidade.

A possível origem do problema raramente é uma só e pode ser apenas um conjunto de situações, que conduziu o paciente ao estado em que se encontra actualmente. A história de vida e experiências pelas quais o sujeito passou, a personalidade, o ambiente em que está inserido e até mesmo a reação física ao stress são apontados por especialistas como as principais fontes de origem do problema.



Pessoas mais propensas a desenvolver ansiedade

Algumas pessoas parecem ter uma maior propensão para o desenvolvimento do problema. Aqui ficam alguns factores de influência negativa nas mesmas.

1. Passado marcado por fracassos, humilhação e carência

2. Crescer em ambiente caótico e sem qualquer estabilidade

3. Pessoas muito pessimistas, que atribuem ao exterior todas as suas dificuldades

4. Pessoas que encaram o mundo como um lugar perigoso





Principais Sintomas

O paciente que sofre de ansiedade pode experienciar vários sintomas, sob formas muito diversas, aqui fica uma lista dos mais comuns.

1. Batimentos Cardíacos Acelerados e Dificuldades Respiratórias

2. Dor e Tensão Muscular

3. Dores de cabeça frequentes 

4. Suor excessivo

5. Tremores e tonturas

6. Sensação de nó no estomâgo e/ou garganta

7. Problemas gastrointestinais

8. Sentimentos de medo e fraqueza

9. Medo de sofrer de alguma doença grave (queixas que envolvem possibilidade de cancro são frequentes)

10. Incapacidade crónica de relaxar e preocupações exageradas com os mais diversos sectores da sua vida

11. Dificuldade de concentração

12. Irritabilidade e fadiga fácil

13. Medo extremo de ser humilhado 

14. Dificuldade em adormecer





É patológico?

Sofrer de momentos de ansiedade é normal, até certo ponto. Muitas vezes, identificar este ponto é a parte difícil, pelo que deve observar e monitorizar os eu próprio comportamento para determinar o momento em que deve pensar em recorrer a ajuda especializada. 

Aqui ficam algumas dicas para tal.



1. Medo de falar em público

É normal sentir alguma ansiedade perante a exposição, um certo friozinho na barriga pode até ser benéfico e permitir-lhe manter-se alerta durante o seu discurso, mas se sente que não consegue dormir durante semanas antes de uma apresentação é possível que sofra de Ansiedade Social.



2. Insegurança e Preocupação Excessiva

Há situações em que sentir-se inseguro ou em perigo é uma forma de o manter alerta e de autopreservação do seu organismo, mas se se sente frequentemente em perigo, se conversar ou conviver com 2 ou 3 pessoas, sair com amigos é motivo de nervosismo, então deve preocupar-se. O mesmo ocorre com a preocupação exagerada com um assunto em particular, que muitas vezes nem tem tanta importância assim e se arrasta durante semanas. Aqui incluem-se as chamadas fobias, que podem ser bastante incapacitantes.



3. Tensão Muscular

Está permanentemente tenso, alguns movimentos como apertar a mandíbula ou cerrar os punhos tornam-se praticamente involuntários e as dores musculares surgem cada vez mais. É sintoma de ansiedade e deve ser tomado em consideração.



4. Alterações de sono

Com o stress do dia a dia e as preocupações normais da vida moderna, algumas noites sem dormir parecem naturais, no entanto, se sente insónias com muita regularidade, ou o sono é agitado e não lhe permite descansar, então deve pensar duas vezes. Normalmente, este sintoma vem acompanhado de preocupações recorrentes sobre um ou mais aspectos, nem sempre passíveis de tanta preocupação.



5. Perfeccionismo e Comportamentos Compulsivos

O perfeccionismo e obsessão são comportamentos que andam de mãos dadas com os distúrbios de ansiedade. Consistem em controlar todos os factores possíveis, de medo a que nada fuja ao controle do paciente, minimizando a sensação de incerteza e insegurança. É natural para o ser humano tentar controlar determinados factores ou situações, que possam terminar nalguma surpresa desagradável, mas se começa a desenvolver rituais que passam a ter demasiada importância no seu dia a dia é possível que esteja a desenvolver um distúrbio de ansiedade.



6. Pânico

Um doente que sofre de ansiedade poderá, em algum ponto da sua vida, desenvolver um ataque de pânico, que, para além de aterrorizador é altamente incapacitante. O mesmo traduz-se por uma sensação súbita de medo e insegurança, acompanhada por sintomas físicos como suor, fraqueza, tonturas e dores no peito. É comum, perante um ataque de pânico, o paciente pensar que está a ter uma complicação cardíaca. Se já passou por uma situação como esta, deve consultar imediatamente um médico.



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