quinta-feira, 9 de julho de 2015

SER SAUDÁVEL NUM MUNDO DOENTE



Vivemos num mundo onde os conceitos de saúde, de bem-estar físico e psicológico e harmonia ganham uma cada vez maior importância e um peso significativo na vida de cada um de nós. A alimentação mais saudável possível, exercício físico, fazer isto e aquilo, prevenção, reabilitação. Temos médicos e técnicos cada vez mais avançados, nas mais diferentes áreas. Seria de pensar que estávamos perto de alcançar o paraíso. No entanto, nós nunca estivémos tão doentes.

Estima-se que no mundo, mais de metade da população sofra de algum tipo de perturbação mental, mais ou menos grave, para além das inúmeras doenças, que apesar da nossa avançada medicina, parecem espalhar-se desenfreadamente. De acordo com os dados do Instituto Nacional deEstatística, mais de 80% da população portuguesa tem uma possível doença mental.

Como é suposto então, olhar para esta aparente contradição?


Vivemos num mundo onde o stress, a ansiedade, a poluição, o excesso de quase tudo nos faz sofrer de vários problemas. Cada vez mais se verificam crimes e atitudes devidas a problemas do foro psicológico e apesar de haver uma maior abertura à frequência de consultas de psiquiatria e psicologia, a verdade é que os problemas psicológicos não param de aumentar. Porquê? O nosso mundo os proporciona cada vez mais.

O ser humano é, antes de mais, um animal como qualquer outro, com necessidades específicas que nos colocam num determinado lugar da cadeira alimentar e na organização da natureza. No entanto, com a evolução tecnológica, nós tornamo-nos o principal predador, sem concorrência capaz de nos fazer frente. Isso permitiu um desenvolvimento astronómico da nossa qualidade de vida e capacidade cognitiva, nem sempre tão boa como aparenta ser e uma completa transformação das nossas necessidades e acções.

Não precisamos mais de caçar ou plantar para sobreviver, de procurar abrigo e isso criou uma enorme quantidade de tempo livre. Com a evolução, fomos sempre adquirindo mais e mais e por isso, procurando também mais e mais. Queremos tudo e depressa.

Já não nos regemos pelas necessidades do nosso corpo, do nosso organismo, mas pelos horários insanos que nos são impostos e pela sociedade em geral, movida pela sede de poder. A economia é o verdadeiro motor de busca e de vida da sociedade moderna.

O nosso mundo está doente. A nossa sociedade está corrompida. E cada um de nos sofre com isso.

O stress, a ansiedade, a depressão tornam-se verdadeiras epidemias do nosso século, que nos desgastam pouco a pouco até nos conduzirem, muitas vezes à morbilidade parcial ou total, ou até mesmo à morte. Para os combater, tomamos cada vez mais medicamentos, carregados de químicos prejudiciais e que corroem o nosso organismo a pouco e pouco.

Como combater todo este flagelo, num mundo que parece cada vez pior?


Fechar-se em si mesmo pode parecer uma opção tentadora, mas nós somos um ser social e precisamos dos outros. Precisamos de conviver, de comunicar, de estar com os outros de amar e ser amado, de ter uma teia de suporte social. No entanto, a sociedade está cada vez pior e muitas vezes sentimos, que ao tentarmos conviver com as outras pessoas, ficamos a sentir-nos ainda pior...

O ideal é termos um verdadeiro equilíbrio, durante o qual nos preocupamos com a nossa saúde e bem-estar. Uma corridinha na praia ou no mato (evite as zonas de maior poluição) uma sessão de meditação, uma aula de ioga. Todas elas são situações que nos ajudam a descontrair e onde temos a possibilidade de encontrar pessoas mais parecidas connosco.

Encontre o seu lugar no mundo e procure o convívio de pessoas que o fazem sentir-se melhor consigo mesmo e com os outros.

Evite deixar-se contagiar pela pressa, pelos medos e pelas corridas contra-relógio da multidão à sua volta. Ao invés disso, tente mostrar os benefícios de uma caminhada ao ar livre, de cantar, de sorrir, sem se preocupar com o amanhã.

Juntos podemos combater a verdadeira doença, que nos consome por dentro e está a acabar connosco e com o mundo à nossa volta.



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