quarta-feira, 29 de julho de 2015

É Possível Prevenir um AVC?

O Acidente Vascular Cerebral é um acontecimento súbito e inesperado. Será? 

A verdade é que, apesar de alguns dos factores de risco não estarem nas nossas mãos (como a idade, a constituição genética e hereditariedade), há uma série de comportamentos já identificados, que nos indicam a probabilidade do doente vir a ter um AVC. Assim, a resposta à pergunta inicial é sim, podemos, na maioria dos casos, prevenir o AVC.




Factores de Risco


A principal forma de prevenção de um Acidente Vascular Cerebral é através do controlo dos seus factores de risco, impedindo que estes se desenvolvam até atingir um ponto sem retorno. Aqui fica uma lista dos principais factores a ter em conta.

1. Hipertensão arterial e Colesterol Elevado

2. Diabetes Mellitus

3. Doenças Cardíacas, como Enfarte do Miocárdio (principalmente se este ocorreu nos últimos 3 meses), Doença da Artéria Carótida, Angina de Peito, Ritmo Cardíaco Anormal e anomalias registadas no ECG

4. Consumo excessivo de álcool

5. Sedentarismo e Obesidade

6. AVC ou Acidente Isquémico Transitório Anterior

7. Hiperlipidemia (presença de elevados níveis ou níveis anormais de gordura no sangue)

8. Trombofilia e Doenças das Artérias Periféricas

9. Consumo de drogas ilícitas e tabagismo



Prevenção Activa


Um estilo de vida saudável é fundamental para a prevenção do AVC e de outras doenças, elas próprias potenciais fatores de risco para o desenvolvimento de um Acidente Vascular Cerebral. Assim, tire alguns momentos para pensar no seu estilo de vida e na forma como este deve ser alterado em favor da sua saúde.

Para a manutenção de uma vida saudável há dois factores principais a ter em conta: realização de exercício físico regular (30 minutos por dia) e uma dieta mais saudável, rica em fruta e vegetais e com baixo teor de gorduras, deve incluir 2 a 4 refeições de peixe por semana no menu e evitar o consumo excessivo do álcool. 

Nunca se esqueça da sua medicação. Está comprovado que medicamentos para tratar a Hipertensão Arterial, o Colesterol e a Fibrilhação Auricular (doença que provoca irregularidades no ritmo cardíaco) são uma mais valia na prevenção de Acidentes Vasculares Cerebrais. No entanto, tenha em atenção, é comum ouvirmos relatos de pessoas que tomam uma Aspirina por dia para prevenção, mas jamais o deve fazer sem consultar o seu médico, pois este tratamento não é seguro para todas as pessoas.



E lembre-se: quanto maior o número de factores de risco que conseguir controlar, menor a probabilidade de vir a ter um AVC. 

sábado, 25 de julho de 2015

Sabe o que é um AVC?

O, infelizmente, tão famoso Acidente Vascular Cerebral dá-se perante um entupimento ou rompimento dos vasos sanguíneos que irrigam o cérebro, tendo como principal consequência a paralisia da área cerebral que se viu privada da circulação sanguínea, ocorrendo assim, a morte de uma parte do tecido cerebral e provocando sequelas que podem ser motoras, neurológicas ou psicológicas.

Este estado é caracterizado pelo início repentino de uma diminuição das funções neurológicas que persiste durante um mínimo de 24 horas. Quando este déficit dura menos de 24 horas, o termo utilizado é Acidente Isquémico Transitório (AIT).



Existem dois tipos de Acidentes Vasculares Cerebrais:

AVC Isquémico 

Neste caso ocorre um entupimento dos vasos que levam o sangue ao cérebro, interferindo com as funções neurológicas dependentes da zona cerebral afectada. Representa cerca de 80% dos AVCs.

AVC Hemorrágico

No AVC Hemorrágico há uma ruptura do vaso em causa, provocando hemorragia cerebral localizada. Representando cerca de 20% dos casos de AVC provoca outras complicações, como o aumento da pressão intracraneana, edema cerebral, entre outros.



Como se desenvolve?


Existem vários factores de risco associados aos Acidentes Vasculares Cerebrais. Destaco aqui os principais:
1. Hipertensão arterial
2. Doença cardíaca


4. Tabagismo

5. Hiperlipidemia

Alguns estudos referem ainda a potencial influência de outros factores, tais como, o uso de pílulas anticoncepcionais, álcool ou doenças que interfiram (aumento) na capacidade de coagulação do sangue de um indivíduo.



Prognóstico


Um AVC pode afectar grande parte do seu corpo e uma das sequelas mais comuns é a paralisia total ou fraqueza de um dos lados do corpo. Os problemas podem estar relacionados com o foro cognitivo (dificuldade de aprendizagem, atenção, julgamento, memória, etc) e com o foro emocional (agressividade, impaciência, dificuldade de exprimir as suas emoções adequadamente). Muitos pacientes apresentam sintomas de depressão.

A repetição é um problema frequente, com cerca de 25% de casos de reincidência, num espaço de 5 anos.

A recuperação poderá ser uma realidade se a irrigação sanguínea for rapidamente restabelecida, ou, se fôr proporcionado ao paciente um atendimento e tratamento precoce, poderá dar-se uma redução significativa da incapacidade.


Principais Sequelas Derivadas de Acidentes Vasculares Cerebrais


1. Motoras

O paciente pode revelar alguma dificuldade em movimentar um dos braços e muitas vezes ocorre mesmo uma paralisia de todo um lado do corpo.

2. Neurológicas

Estas podem expressar-se em incontinência, sensação de queimadura no lado paralisado, dificuldade em falar, comer ou engolir a saliva, perda de memória, estrabismo, paralisia facial, desiquilíbrio e dificuldades na localização espacial.

3. Emocionais

As sequelas a este nível traduzem-se, geralmente, em depressão, revolta, isolamento, impaciência, dificuldade no relacionamento com os outros e  negligência do lado do corpo paralisado.

Intervenção


Nem sempre estas sequelas têm cura, mas a vida do doente que sofreu um AVC pode ser significativamente melhorada com uma intervenção  atempada e adequada ao seu caso. 

Sessões de fisioterapia e terapia ocupacional são especialmente populares e com boas taxas de sucesso na reabilitação e recuperação dos movimentos, facilitando a vida diária do paciente e trazendo-lhe, consequentemente, maior independência e qualidade de vida.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Direitos do Doente Crónico em Portugal


No âmbito da série de posts sobre a Diabetes e outros já preparados sobre outras condições crónicas, como artrite, lúpus ou fibromialgia, resolvi informar-me um pouco mais sobre os direitos do paciente crónico em Portugal. Foi com grande surpresa e desilusão que descobri o quão pouco protegido e apoiado está, um indivíduo que padeça de uma doença para a vida.

Estima-se que, em Portugal, milhares de pessoas sofram de doenças crónicas com impacto a vários níveis das suas vidas, no entanto, pouco ou nada parece ter sido feito para apoiá-los na sua luta diária. 

Em primeiro lugar, o doente só verá reconhecida a sua situação após adquirir um atestado médico de incapacidade multiusos, o qual deve ser solicitado pelo próprio, cuja facilidade para tal, desconheço. No mesmo, deverá conter o grau de incapacidade ou deficiência da pessoa, de acordo com a Tabela Nacional de Incapacidades, que de acordo com as informações que recolhi é especificamente destinada a doenças profissionais e acidentes de trabalho e viação, não salvaguardando os direitos do doente crónico que vê aplicados critérios que não são adequados à sua condição específica.

Os documentos sobre o tema são dispersos e muito incompletos, não há definições claras sobre a doença crónica e / ou degenerativa altamente incapacitante e a avaliação da mesma torna-se então muito subjectiva, consoante a instituição responsável pela sua análise.



Direitos Fundamentais do Doente Crónico

Após várias horas de pesquisa, descobri apenas 4 direitos do paciente crónico, os quais não tenho a certeza que sejam rigorosamente aplicados a todos os casos com igualdade. 


1. Isenção

O doente crónico tem direito a isenção total sempre que recorrer ao Serviço Nacional de Saúde. No entanto, sabemos que este direito inclui algumas “excepções”, justificadas pela capacidade financeira do doente.


2. Benefícios Fiscais

Quanto a este ponto, as informações que encontrei não foram claras o suficiente, pelo que me limito a informar desta situação e a aconselhar todos os pacientes crónicos a informarem-se junto da Direcção Geral de Impostos.


3. Direito a Médico ao Domicílio

A partir do momento em que o problema se torne incapacitante para a deslocação ao centro de saúde onde está inscrito, o paciente crónico tem o direito a solicitar a deslocação do médico a sua casa, sempre que esta se justifique.


4. Pagamentos das Deslocações de Tratamento

Este pagamento é efectuado segundo alguns critérios, para os quais se deve informar junto da Segurança Social. Preenchendo os requisitos necessários, o pagamento é efectuado mediante a apresentação de todos os recibos e papelada necessária. 




FIADC - Federação de Instituições de Apoio a Doentes Crónicos

Dada a pouca informação disponível, muitas vezes confusa e descontextualizada, aconselho o contacto desta instituição, que visa ajudar os doentes crónicos nas várias áreas da sua vida. 


terça-feira, 21 de julho de 2015

12 MITOS SOBRE A DIABETES




A diabetes é uma doença da sociedade moderna e quase todos conhecemos alguém que sofra desse mal. No entanto, a falta de conhecimento espalha informação incorrecta ou descontextualizada.




Aqui ficam alguns mitos relacionados com a diabetes, que muita gente toma como verdadeiros.



1. Pessoas com Diabetes não Devem Fazer Exercício Físico

O exercício físico é tão importante para o doente diabético como para qualquer outra pessoa. Ajuda a manter o peso, melhora a sua saúde cardiovascular, melhor o humor, alivia o stress e até ajuda a controlar os níveis de açúcar no sangue. 

O único cuidado do doente com diabetes é que deve discutir o plano de exercício com o seu médico primeiro.



2. Pessoas obesas vão SEMPRE desenvolver Diabetes Tipo II

Não necessariamente. Apesar do excesso de peso e obesidade serem um factor de risco considerável no desenvolvimento deste tipo de diabetes, não significa que uma pessoa nestas condições vá obrigatoriamente tornar-se diabética.



3. A Diabetes não é uma condição séria

Nada mais errado. Estima-se que 2/3 das pessoas com diabetes morrem prematuramente devido a complicações relacionadas com a doença. A esperança média de vida de um paciente diabético é de cerca de menos 10 anos, do que de pessoas que não apresentam a doença. 



4. As crianças podem superar a diabetes.

Não é verdade, a grande maioria das crianças com diabetes têm Diabetes Tipo I, o que significa que as células que produzem insulina no seu pâncreas foram destruídas. Não é uma situação reversível e a criança será insulino-dependente para o resto da vida.



5. Comer demasiado açúcar torna-nos diabéticos

Não é verdade. A diabetes é provocada por uma destruição de células no sistema imunitário e não pelo consumo de açúcar. Na verdade, uma dieta altamente calórica (e portanto, passível de provocar excesso de peso) aumenta bem mais o risco de desenvolver o Tipo II da doença.



6. Os diabéticos precisam de uma dieta muito diferente das outras pessoas

Na verdade, as dietas recomendadas para os diabéticos são as dietas saudáveis, que qualquer pessoa deveria seguir. 

As refeições devem contar muitos vegetais e fruta e devem ser evitadas refeições com elevados níveis de sal e açúcar, bem como excesso de gorduras saturadas. Segundo os especialistas, não há a necessidade de comprar comida especial para diabéticos, visto que esta não acrescenta qualquer benefício a uma alimentação saudável.



7. Para algumas pessoas é normal ter elevados níveis de açúcar no sangue, não sendo diabéticos

Elevados níveis de açúcar no sangue NUNCA são normais. Algumas doenças e medicamentos podem, de facto, elevar os níveis de açúcar no sangue num não-diabético, mas esta não é uma situação de todo normal e deve ser discutida com um médico.



8. Diabéticos não podem comer pão, batatas ou massa

Diabéticos podem comer todas estas coisas em PEQUENAS quantidades, tal como uma pessoa saudável deveria fazer.



9. Apenas os idosos desenvolvem Diabetes Tipo II

Isto já foi maioritariamente verdade, mas a situação mudou drasticamente nos últimos anos. Cada vez mais, crianças e adolescentes desenvolvem Diabetes Tipo II, em grande parte devido ao aumento da obesidade infantil, más dietas e sedentarismo.



10. Se não tomar insulina, é porque o meu caso não é sério

Errado. A insulina ajuda a controlar a doença e é usada quando a dieta e a medicação oral não são suficientes, mas não está directamente relacionada com a gravidade da situação.



11. Os diabéticos não podem comer chocolates e doces

Os diabéticos podem ingerir açúcar (em poucas quantidades e não todos os dias) desde que combinado com exercício físico ou como uma parte de uma refeição saudável.



12. Diabéticos são mais susceptíveis a doenças como a constipação

A pessoa com diabetes não tem uma maior probabilidade de se constipar do que qualquer outra pessoa, no entanto, em caso disso acontecer, poderá sentir uma maior dificuldade em controlar a diabetes e isso, trazer-lhe complicações.


E vocês, que outros mitos já ouviram sobre a diabetes?

sexta-feira, 17 de julho de 2015

10 DICAS PARA O AJUDAR A CONTROLAR A DIABETES


A diabetes afecta cada vez mais pessoas em todo o mundo e apesar de ser uma doença que não tem cura, a verdade é que pode melhorar e muito a sua qualidade de vida se efectuar um tratamento eficaz.

Aqui ficam algumas dicas úteis para o ajudar a controlar a doença.



1. Actividade física


É fundamental para o gasto de açúcar em excesso e evita o aumento de peso, no entanto, deve ser SEMPRE coordenada com o médico, visto que há diversas restrições conforme a gravidade da sua situação.
Em casos de glicémia muito baixa deve parar imediatamente o exercício, sob o risco de baixar ainda mais os níveis de açúcar no sangue. Por outro lado, se estiver com a glicémia descontrolada e muito elevada, o exercício físico pode ter o efeito contrário ao desejado e elevar ainda mais os níveis de açúcar, devido ao efeito da adrenalina. 
Assim, deve conversar com o seu médico para que ele o ajude a determinar qual o plano ideal para si.


2. Controle da Dieta


O diabético pode comer de tudo, desde que controle minuciosamente a quantidade ingerida e não o faça a todo o momento.
Entre os alimentos a evitar encontram-se: açúcares, bolos, bolachas, chocolates e hidratos de carbono simples (como massa ou pão), arroz, batata cozida e produtos diet ou light (que apesar do prometido, não são totalmente isentos de calorias e gorduras).
Deve consumir com maior regularidade, hidratos de carbono complexos (estes devem prefazer 50 a 60% das calorias ingeridas pelo doente): castanhas, nozes, grãos integrais (alimentos absorvidos mais lentamente), alimentos ricos em fibras e proteínas, bem como, verduras, legumes e cereais integrais.


3. Verificar a glicémia


É INDISPENSÁVEL que o doente diabético mantenha o controle sobre os valores glicémicos apresentados.
Para tal, deve recorrer a aparelho próprio, fornecido pelo médico e que lhe permite fazer a medição em casa, demorando esta cerca de um minuto. Existem vários tipos de aparelhos de medição, mas de uma maneira geral, passam por efectuar uma ligeira picada no dedo, de modo a recolher uma gota de sangue, esta é colocada num tira reagente, colocada no aparelho e em menos de 30 segundos o resultado aparece no visor.


4. Aplicação da Insulina


A insulina é o tratamento standard para a diabetes, é sujeita a prescrição médica e deve ser aplicada conforme as suas recomendações. Pode ser tomada em diversos formatos, sendo que o mais comum é através de injecções aplicadas directamente no tecido subcutâneo, normalmente no abdómen.
Na Diabetes Tipo II, principalmente em casos menos graves, é comum a escolha de comprimidos em substituição das injecções.


5. Evitar o consumo de bebidas alcoólicas


O consumo de bebidas alcoólicas deve ser guardado para ocasiões especiais, monitorizando cuidadosamente os índices de glicémia que poderão aumentar ou diminuir drasticamente consoante a bebida escolhida. Esta regra é especialmente válida se o consumo não fôr acompanhado com alimentos.


6. Evite saunas e banho de pés ou “escalda pés”


A diabetes afecta a microcirculação, e o aumento exacerbado da temperatura pode provocar lesões na pele, que poderão ter um desenvolvimento grave. Os choques térmicos podem desencadear quadros de angiopatias e problemas cardíacos. Para além disso, a diminuição da sensibilidade nos pés pode fazer com que o doente diabético não se aperceba da temperatura demasiado elevada durante um “escalda pés”.


7. Cuidados oftalmológicos


As células da córnea do paciente com diabetes são bastante afectadas pela doença, proporcionando o desenvolvimento de uma série de infecções oportunistas e doenças como cataratas e glaucomas.


8. Controlo de Stress


O doente diabético tem maiores probabilidades de vir a sofrer de ansiedade e depressão, dadas as limitações e a necessidade de grande controlo que a doença exige.


9. Tabaco


O cigarro associado à diabetes aumenta até 5 vezes o risco de doenças cardiovasculares.


10. Saúde Oral


A alta concentração de glicose no sangue de um diabético aumenta o risco de bactérias e infecções na boca. A escovagem apropriada, bem como, visitas regulares ao dentista (pelo menos a cada 6 meses) é fundamental.


Diferenças Consoante o Tipo


Os pacientes com Diabetes Tipo I devem manter uma alimentação cuidada, exercício físico adequado e tomar a dose de insulina recomendada e poderão manter uma vida normal.

Os pacientes com Diabetes Tipo II devem manter uma alimentação saudável, realizar exercício físico e manter-se a par dos seus níveis de glicémia. Poderão ou não precisar de medicação, que deverá ser realizada, conforme indicação do médico, por via oral ou através de injecções.


quinta-feira, 16 de julho de 2015

8 DICAS ÚTEIS PARA PREVENIR A DIABETES TIPO II


Nos últimos 30 anos, a prevalência de Diabetes Tipo II aumentou de forma tão exponencial, que a doença é hoje vista como uma epidemia no mundo ocidental, afectando pessoas de todas as idades, raças e contextos, e é hoje uma causa comum de morte prematura em muitos países. Estima-se que a cada 10 segundos, algures no planeta, uma pessoa morra devido à Diabetes Tipo II.

Um Estudo da Prevalência da Diabetes em Portugal indica que 11,7% da população portuguesa entre os 20 e os 79 anos é diabética e cerca de 23% das pessoas no mesmo intervalo de idades tem pré-diabetes. 

A doença não tem cura e a prevenção é fundamental. Por se tratar de uma doença de avanço gradual e cujos sintomas passam muitas vezes despercebidos ou são mascarados por outras situações, é importante manter-se atento aos sinais



Dicas Para Prevenir o Aparecimento da Diabetes Tipo II


1. Controlar o peso


Uma das principais causas do aparecimento da Diabetes Tipo II é o excesso de peso, assim, deve manter o controlo sobre o mesmo e estar atento a oscilações repentinas. A perda de perímetro abdominal contribui grandemente para a prevenção da diabetes.


2. Não fumar


O tabagismo aumenta o risco de Diabetes Tipo II, interferindo na forma como a insulina actua no organismo e, consequentemente, alterando os níveis da glicémia.


3. Realizar exames médicos periódicos


Muitas vezes, temos uma taxa mais elevada que o normal de açúcar no sangue, considerado a pré-diabetes, mas intervindo o mais cedo possível, ainda é possível  evitar a doença.


4. Evitar medicamentos que possam agredir o pâncreas


O pâncreas é o responsável pela produção de insulina, hormona que transforma o açúcar em energia para o nosso organismo e uma falha no mesmo poderá conduzir ao aumento da glicémia. 


5. Praticar actividade física regular


Não só ajuda a controlar o peso, como estimula a produção de insulina pelo organismo. Idealmente devem ser praticados 30 minutos de actividade física todos os dias, sendo que o mínimo recomendado é de 40 minutos de caminhada por semana.


6. Dieta Saudável


Uma dieta rica e variada é uma grande ajuda na prevenção da diabetes. Algumas dicas para a manter são: não saltar o pequeno-almoço, comer a cada 3 horas, ingerir fruta fora das refeições (sem exagerar), evitar fritos e gorduras e ingerir grãos integrais, carnes brancas e legumes com frequência.
Aqui ficam também, alguns alimentos a evitar: refrigerantes, molhos prontos, sumos, fritos, enlatados, aperitivos salgados, gordura animal, pães, bolos e outros, confeccionados com farinha branca refinada.


7. Manter uma boa rotina de sono


Um estudo da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos demonstrou que dormir mal, ou pouco, contribui para o aumento de peso e aparecimento da diabetes, retardando o metabolismo e aumentado a resistência do organismo à insulina.


8. Controle o Stress


Excesso de stress aumenta significativamente a probabilidade de vir a desenvolver a diabetes, não só devido ao facto deste estar ligado ao consumo de alimentos mais gordurosos e calóricos, como também devido às perturbações nos sistemas neurológico e imunitário, que favorecem o aparecimento da doença.

Mude Para Melhor


A Diabetes Tipo II representa um dos maiores desafios de saúde pública da atualidade, afetando milhões de pessoas em todo o mundo e tendo um impacto profundo na qualidade de vida e na esperança média de vida. 

Embora não tenha cura, é possível prevenir o seu aparecimento através de mudanças simples mas consistentes no estilo de vida. Alimentação equilibrada, prática regular de exercício físico, bom sono, controlo do peso e do stress, bem como a realização periódica de exames médicos, são medidas essenciais. 

Investir na prevenção é investir numa vida mais longa e saudável.


quarta-feira, 15 de julho de 2015

DIABETES: 10 SINAIS DE ALERTA

A diabetes é uma doença silenciosa, que ataca pessoas de todas as idades e estatutos sócio-económicos. Quanto mais precocemente fôr detectada, melhor o prognóstico de complicações futuras. Aqui fica uma lista dos principais sinais de alerta.




1. Aumento da Frequência Urinária

Um dos principais sintomas da diabetes é um aumento significativo da frequência urinária, provocado pela incapacidade dos rins de filtrar a glicose em excesso. Se verifica que se levanta várias vezes durante a noite para urinar deve começar a ter atenção a outros sintomas.



2. Sede Desproporcional

O aumento da frequência urinária vai provocar uma necessidade acrescida de ingestão de liquídos pelo organismo de modo a evitar a desidratação.



3. Fome Intensa

A insulina utiliza o açúcar que ingerimos e transforma-o em energia para o nosso organismo. Como esta não está a cumprir a sua função, o corpo reage tentando encontrar mais energia, provocando uma sensação de fome muito intensa.



4. Perda Anormal de Peso

Caracteriza-se por uma grande perda de peso num espaço muito curto de tempo, sem que a pessoa tenha feito nada para que esta aconteça. A dificuldade do organismo em adquirir a energia suficiente ao seu equilíbrio, fará com que este utilize a gordura e o tecido muscular para esse efeito. Esta perda de peso é normalmente mais abrupta na Diabetes Tipo I.



5. Fadiga Excessiva e Irritabilidade

O facto da glicose não providenciar a energia necessária às suas células, fará com que se sinta extremamente cansado e menos tolerante.



6. Visão Desfocada

Poderá sentir uma maior dificuldade no foco visual, que desaparecerá com tratamento adequado. A falta do mesmo, poderá conduzir a condições severas que no pior dos casos, poderão conduzir à cegueira.



7. Dificuldade na cicatrização das feridas

O aumento do açúcar no sangue vai dificultar a cicatrização das feridas, levando este processo muito mais tempo do que o habitual.



8. Infecções 

Uma maior prevalência de infecções que demoram a curar é um sintoma a ter em conta. É de salientar a grande frequência de infecções e problemas ao nível da boca, tais como gengivas inchadas e vermelhidão, que muitas vezes conduzem à expulsão de dentes pelas mesmas.



9. Disfunção Eréctil

Pacientes com mais de 50 anos, que experienciam com frequência este problema devem ter em conta a possibilidade do mesmo estar a ser causado por diabetes.



10. Dormência ou Formigueiro

O excesso de açúcar no sangue pode causar danos nos nervos, que se traduzem na sensação de dormência ou formigueiro, especialmente nos pés e mãos.




Em caso de dúvida, deve procurar imediatamente o seu médico e descrever os seus sintomas. O tratamento precoce da doença pode evitar complicações graves, que afectarão a sua qualidade de vida.

terça-feira, 14 de julho de 2015

DIABETES: FACTORES DE RISCO



Existem vários factores de risco associados ao desenvolvimento da Diabetes. 

Apesar de estatisticamente estarem relacionados com ambos os tipos, onde se comprova uma relação mais directa entre os factores de risco e o desenvolvimento da doença é no tipo II. 

A boa notícia é que, apesar de múltiplos, a maioria deles são controláveis e passíveis de prevenção.


Factores de Risco Controláveis


  • Hipertensão arterial - duas vezes mais comum na pessoa diabética, em conjunto aumentam de forma exponencial o risco de doenças cardiovasculares.
  • Excesso de peso e obesidade (alimentação hipercalórica) – um dos principais e mais preocupantes factores. Em Portugal, 30% das crianças tem excesso de peso e 14% são obesas. Segundo um estudo da Imperial College London, um refrigerante por dia, aumenta em 22% o risco de desenvolver Diabetes Tipo II. Este factor está também associado ao desenvolvimento da diabetes gestacional.
  • Sedentarismo – o exercício físico estimula a produção de insulina no organismo e é considerado uma das principais formas de prevenção da Diabetes Tipo II.
  • Privação de Sono – dormir pouco ou mal aumenta a probabilidade de desenvolver Diabetes Tipo II. O sono ajuda o organismo a equilibrar-se e produzir as hormonas necessárias ao seu bom funcionamento.
  • Tabagismo – contribui para a destruição dos vasos, aumentando as complicações da diabetes.
  • Diabetes Gestacional - mulheres que desenvolveram diabetes gestacional apresentam um maior risco de desenvolver a doença posteriormente. Estima-se que 60% das mulheres com diabetes gestacional progrediram para a diabetes nos 16 anos seguintes à gravidez. 


Factores de Risco Não controláveis


Infelizmente, alguns factores de risco estão para além do nosso controlo. Ainda assim, uma adequada monitorização médica e cuidados preventivos podem ajudar-nos a diminuir os riscos, mesmo nestes casos.

  • Hereditariedade – é um factor importante que aumenta consideravelmente a probabilidade de desenvolver a doença, no entanto, é preciso lembrar que ter familiares com diabetes não significa que desenvolverá a doença obrigatoriamente, mas sim, que deve ter cuidados redobrados e uma monitorização frequente da sua saúde.
  • Doenças do pâncreas ou endócrinas – distúrbios no pâncreas conduzem a problemas na produção ou eficácia da insulina.
  • Síndrome do Ovário Policístico - as mulheres com este problema apresentam um maior risco de desenvolvimento da Diabetes Tipo II, devido a apresentarem uma maior resistência à insulina.

O Poder do Conhecimento


​A Diabetes, especialmente o tipo II, continua a ser um desafio significativo para a saúde pública em Portugal. Em 2023, foram diagnosticados cerca de 75.661 novos casos, elevando o total de pessoas registadas nos cuidados de saúde primários para mais de 900.000, o valor mais elevado de sempre no país. ​

Estima-se que, considerando os casos não diagnosticados, mais de um milhão de portugueses convivam com a doença. ​

A prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para inverter esta tendência crescente. Consultas médicas regulares permitem uma monitorização eficaz dos fatores de risco, possibilitando intervenções atempadas.​

Investir na prevenção não só melhora a qualidade de vida dos indivíduos, mas também alivia a carga sobre o sistema de saúde, tornando-se uma estratégia crucial para enfrentar o aumento contínuo dos casos de diabetes em Portugal.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

O QUE É A DIABETES?


A diabetes é uma doença crónica de origem metabólica. O nosso organismo usa a glucose (açúcar) como fonte de energia, porém, para fazê-lo precisa da insulina, hormona produzida pelo pâncreas. No caso do doente com diabetes há uma incapacidade do pâncreas para produzir a insulina ou produzir insulina suficiente para as necessidades do seu organismo. 

Apesar de não ter cura, um acompanhamento e controlo adequado permitem ao doente com diabetes usufruir de uma vida normal. 

Em 2013 estimava-se que 382 milhões de pessoas em todo o mundo tivessem diabetes. Em Portugal o número de doentes com diabetes já ultrapassava 1 milhão, em 2011.

A má alimentação e o estilo de vida moderno são os principais responsáveis pelo aumento significativo da doença verificado nas últimas décadas.


Diabetes Tipo I


Na diabetes tipo I observa-se uma incapacidade de produção de insulina devido a falha no sistema imunitário, que faz com que os anti-corpos comecem a atacar as células que produzem a mesma.

Os doentes com diabetes tipo I são insulino-dependentes e desenvolvem a doença habitualmente antes dos 40 anos. Os principais sintomas passam por um aumento significativo da vontade de urinar, fome e sede constante, perda rápida de peso, fadiga excessiva, alterações de humor e uma maior dificuldade de cicatrização das feridas.


Diabetes Tipo II


Este é o tipo mais frequente da doença (cerca de 90% dos diabéticos são considerados de tipo II) e decorre de dois factores: a diminuição da produção de insulina pelo organismo e a resistência à mesma. 

Muitos dos pacientes com diabetes tipo II conseguem controlar a doença perdendo peso, comendo adequadamente e mantendo uma vida activa e saudável, no entanto, com o passar do tempo, a doença tende a agravar, acabando normalmente por obrigar ao consumo de insulina. 

A Organização Mundial de Saúde reconhece actualmente como a sua principal causa o excesso de peso, que provoca uma libertação anormal de certros químicos no organismo, que destabilizam o sistema metabólico e cardiovascular. Uma dieta radical, perda de peso e diminuição do perímetro abdominal estão entre as principais formas de controlo da doença, tornando-a possível de evitar na maioria dos casos.

Os sintomas da diabetes tipo II são idênticos aos sintomas do tipo I, incluindo também o aparecimento de infecções frequentes, problemas de visão, formigamento nos pés e problemas de pele.


Pré-Diabetes


A chamada pré-diabetes é uma condição de risco, muito próxima à doença, que ocorre em pacientes com alto risco de desenvolver a Diabetes tipo II. Apesar de não poder ser considerado diabético, os níveis de açúcar no sangue estão acima do normal e o doente deve começar a tratar o problema imediatamente. Alguns estudos indicam que mesmo em caso de pré-diabetes, já poderão ter ocorrido danos a nível do sistema circulatório e no coração.

Deve haver uma monitorização periódica frequente para determinar se os cuidados actuais são suficientes para se manter saudável.


Diabetes Gestacional


De causa ainda desconhecida, a Diabetes Gestacional ocorre, geralmente, a partir da 24ª semana de gestação e tende a desaparecer após o parto.

Neste caso, gera-se um aumento da resistência à acção da insulina, que irá, por sua vez, aumentar os níveis de glicose no sangue. Na maioria dos casos, este tipo de diabetes é controlável com a prática de algum exercício físico e dieta adequada, sendo que cerca de apenas 10 a 20% das mulheres com esta condição precisam de medicação.

A falta de controlo da diabetes gestacional poderá trazer complicações durante o parto, e provocar um crescimento desenfreado do fecto.

Alguns investigadores do National Institutes of Health and Harvard University estabeleceram uma relação entre uma dieta rica em gordura animal e colesterol antes da gravidez e um risco acrescido de desenvolver diabetes gestacional.

Um Problema de Saúde Pública



A diabetes mellitus é mundialmente reconhecida como um problema de saúde pública, devido aos elevados índices de morbilidade e mortalidade directamente relacionados com a doença, bem como os custos associados ao controlo e tratamento de complicações derivadas da mesma.

É actualmente considerada uma das principais doenças crónicas da sociedade moderna, afectando doentes de diferentes faixas etárias, estados de saúde e situações sócio-económicas. A prevenção é, como em tantas outras doenças, a forma mais eficaz de lidar com a diabetes.