Existem vários factores de risco associados ao desenvolvimento da Diabetes.
Apesar de estatisticamente estarem relacionados com ambos os tipos, onde se comprova uma relação mais directa entre os factores de risco e o desenvolvimento da doença é no tipo II.
A boa notícia é que, apesar de múltiplos, a maioria deles são controláveis e passíveis de prevenção.
Factores de Risco Controláveis
- Hipertensão arterial - duas vezes mais comum na pessoa diabética, em conjunto aumentam de forma exponencial o risco de doenças cardiovasculares.
- Excesso de peso e obesidade (alimentação hipercalórica) – um dos principais e mais preocupantes factores. Em Portugal, 30% das crianças tem excesso de peso e 14% são obesas. Segundo um estudo da Imperial College London, um refrigerante por dia, aumenta em 22% o risco de desenvolver Diabetes Tipo II. Este factor está também associado ao desenvolvimento da diabetes gestacional.
- Sedentarismo – o exercício físico estimula a produção de insulina no organismo e é considerado uma das principais formas de prevenção da Diabetes Tipo II.
- Privação de Sono – dormir pouco ou mal aumenta a probabilidade de desenvolver Diabetes Tipo II. O sono ajuda o organismo a equilibrar-se e produzir as hormonas necessárias ao seu bom funcionamento.
- Tabagismo – contribui para a destruição dos vasos, aumentando as complicações da diabetes.
- Diabetes Gestacional - mulheres que desenvolveram diabetes gestacional apresentam um maior risco de desenvolver a doença posteriormente. Estima-se que 60% das mulheres com diabetes gestacional progrediram para a diabetes nos 16 anos seguintes à gravidez.
Factores de Risco Não controláveis
Infelizmente, alguns factores de risco estão para além do nosso controlo. Ainda assim, uma adequada monitorização médica e cuidados preventivos podem ajudar-nos a diminuir os riscos, mesmo nestes casos.
- Hereditariedade – é um factor importante que aumenta consideravelmente a probabilidade de desenvolver a doença, no entanto, é preciso lembrar que ter familiares com diabetes não significa que desenvolverá a doença obrigatoriamente, mas sim, que deve ter cuidados redobrados e uma monitorização frequente da sua saúde.
- Doenças do pâncreas ou endócrinas – distúrbios no pâncreas conduzem a problemas na produção ou eficácia da insulina.
- Síndrome do Ovário Policístico - as mulheres com este problema apresentam um maior risco de desenvolvimento da Diabetes Tipo II, devido a apresentarem uma maior resistência à insulina.
O Poder do Conhecimento
A Diabetes, especialmente o tipo II, continua a ser um desafio significativo para a saúde pública em Portugal. Em 2023, foram diagnosticados cerca de 75.661 novos casos, elevando o total de pessoas registadas nos cuidados de saúde primários para mais de 900.000, o valor mais elevado de sempre no país.
Estima-se que, considerando os casos não diagnosticados, mais de um milhão de portugueses convivam com a doença.
A prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para inverter esta tendência crescente. Consultas médicas regulares permitem uma monitorização eficaz dos fatores de risco, possibilitando intervenções atempadas.
Investir na prevenção não só melhora a qualidade de vida dos indivíduos, mas também alivia a carga sobre o sistema de saúde, tornando-se uma estratégia crucial para enfrentar o aumento contínuo dos casos de diabetes em Portugal.
Excelente artigo, especialmente na continuação da temática da prevenção, visto que alguns dos factores de risco mais relevantes são igualmente passíveis de prevenção com certos cuidados.
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