A depressão é uma perturbação do humor, que pode ser observada na humanidade desde sempre. Na sociedade moderna, com as exigências constantes e cada vez maiores do nosso dia a dia é comum o sentimento de tristeza ou um humor mais depressivo, que eventualmente melhora com algum descanso e bons momentos.
No entanto, quando falamos de depressão, estamos a falar de uma doença grave e para a qual o acompanhamento e tratamento exige bastante do paciente e dos que estão à sua volta.
Um paciente deprimido apresenta muitas vezes sinais de tristeza profunda, pessimismo, baixa auto-estima, sentimentos esses que podem surgir todos ao mesmo tempo, deixando a pessoa desesperada. Mas a depressão é bem mais do que isto. A falta de interesse por tudo o que era importante antes é um sintoma de grande importância, bem como alguns sintomas físicos associados, como as dores de estômago e de cabeça.
Mais do que emoção
A depressão está associada, para a grande maioria das pessoas, de forma exclusiva, a factores psicológicos e sociais, mas a verdade é que estes não são exclusivos e, muitas vezes, são mesmo uma mera consequência de uma série de alterações químicas que ocorrem no nosso cérebro.
Estas alterações estão maioritamente relacionadas com os nossos neurotrasnmissores, isto é, as substâncias que transmitem os impulsos nervosos entre as células e com os processos que ocorrem dentro destas.
No entanto, é de salientar que muitas vezes, factores com o stress em excesso podem precipitar o problema, especialmente, em pessoas com predisposição para o mesmo. A maioria dos estudos apresenta esta predisposição como sendo genética, corroborando a importância das alterações químicas já referidas.
Serotonina, noradrenalina, dopamina
Estes são os neurotransmissores, em grande parte, responsáveis pelas alterações que conduzem à depressão. Estas substâncias controlam inúmeras funções cerebrais, permitindo o equilíbrio do nosso organismo.
A serotonina, por exemplo, é responsável por dar ao nosso cérebro uma agradável sensação de bem-estar e ajuda a regular o nosso humor. Uma alimentação saudável e equilibrada pode ser uma grande ajuda na produção desta importante substância.
Prevalência
Estima-se que a prevalência da doença no mundo inteiro seja de cerca de 19% da população, o que significa que cerca de 1 em cada 5 pessoas sofre ou virá a sofrer da doença nalgum momento da sua vida.
Portugal não é excessão e as estatísticas apontam para que cerca de 7,9% da população sofra de alguma perturbação do foro depressivo, sendo que, há uma percentagem elevada que nunca chega aos serviços de saúde, não sendo por isso contabilizada nestes dados.
Os antidepressivos são, actualmente, os medicamentos mais consumidos pela nossa população, sendo que em 2010, o seu consumo era superior ao dobro da média da União Europeia.
Geograficamente, a zona centro é a mais afectada, logo seguida pela área da Grande Lisboa e Vale do Tejo. Segundo um estudo de 2012, as mulheres são o género mais afectado pela doença, constituindo cerca de 80% dos casos conhecidos.
Estes dados são preocupantes, principalmente tendo em conta que menos de metade dos pacientes iniciam o seu tratamento durante o mesmo ano em que surge o problema, sendo que, em média, os portugueses esperam 4 anos entre o surgimento dos primeiros sintomas e o início de qualquer tratamento.
Sem comentários:
Enviar um comentário