quarta-feira, 2 de outubro de 2019

ALIMENTAÇÃO PALEO: dieta ou estilo de vida?



Tornada famosa em 2011, pelo cientista norte-americano Loren Cordain (fundador do movimento PALEO) através do seu livro “A dieta do Paleolítico”, este tipo de alimentação baseia-se na que era realizada pelas sociedades caçadoras-recoletoras do Paleolítico. Sociedades primitivas que viviam em regime nómada, antes do surgimento da agricultura e da pastorícia.

Tem como base a ausência total de alimentos processados ou alterados pelo homem, tornando-se assim um símbolo da alimentação saudável.

O que se come no regime PALEO?

Como mencionei acima, o regime PALEO baseia-se na dieta realizada na época paleolítica, onde o homem se limitava a comer o que o ambiente lhe providenciava naturalmente.

Deste modo, as bases deste regime são as fibras (através das folhas, frutos, bagas e sementes), as proteínas (através da carne de caça, ovos, peixe, marisco e bivalves, este últimos fontes de ácidos gordos, como o ómega 3) e as vitaminas, os minerais e antioxidantes, também presentes nas folhas, frutos e bagas.


Nesta dieta não se inclui glúten ou lacticínios, visto que no paleolítico os animais ainda não tinham sido domesticados e nem se praticava a agrilcultura. Assim sendo, estas duas coisas não faziam parte da alimentação.

Verificamos ainda a ausência de hidratos de carbono e sódio (sal). No entanto, e ao contrário da maioria das outras dietas, pode ingerir-se gordura.

Benefícios da dieta PALEO

São muitos os benefícios associados a esta dieta, sendo que um dos motivos pelos quais ela é mais procurada é a questão do controlo do peso. Este tipo de dieta, especialmente pela ausência de hidratos de carbono, facilita o emagrecimento e foi o que a tornou tão popular, tão rapidamente.

Outro dos benefícios apontados pelos diversos estudos já feitos, está relacionado com a prevenção de doenças. A dieta PALEO ajuda a prevenir doenças cardivasculares, acne e diabetes tipo II. No caso dos diabetes, apresenta ainda a vantagem de controlar os níveis de açúcar no sangue, mesmo para os que já desenvolveram a doença.

As doenças reumáticas também beneficiam com a exclusão do leite da alimentação e o baixo consumo de sal. A ausência de comida processada é, sem dúvida, uma fonte de saúde.



Limitações

Como todos os regimes alimentares, a alimentação PALEO apresenta algumas limitações. Para quem começa esta dieta subitamente, pode começar a sentir-se mais cansado e com alterações de humor, devido à falta dos hidratos de carbono. Para os mais velhos, o problema pode ir um pouco mais longe, devido à perda de massa muscular. Mas este não é o único senão.

Vivemos num mundo onde quase tudo é processado e poderá enfrentar algumas dificuldades em adquirir certos alimentos no seu estado natural. Por isso, para seguir o regime PALEO é, muitas vezes, preciso realizar alguma adaptação. E dinheiro. Se reparar nas prateleiras dos supermercados, os produtos naturais e biológicos são consideravelmente mais caros do que os outros. Para além disso, esta dieta pode tornar-se um pouco repetitiva. Para não se cansar rapidamente, é importante pôr a sua criatividade a funcionar.

Outro problema encontrado neste regime alimentar é o excessivo consumo de carnes, pelo que aconselho que opte maioritamente pelas carnes brancas. É importante não esquecer que os homens do paleolítico, por serem nómadas faziam muito mais exercício físico do que nós e sim, mesmo mais do que aqueles que o praticam com regularidade. Assim, é preciso ter em atenção a viabilidade das nossas escolhas para a saúde.

Opinião da OMS 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a nossa alimentação deve incluir:

  - 55-75% de hidratos de carbono;

  - 10-15% de proteína;

  - 15-30% de gordura.

A alimentação PALEO compromete estes valores. Por isso, talvez seja uma boa ideia consultar um profissional de saúde, antes de aderir a um novo regime alimentar e adaptar o que for preciso de acordo com as suas necessidades individuais.

Vale a pena?

Como em tudo na vida, depende. De uma maneira geral, tudo indica que sim, especialmente se o seu objectivo for perder peso. Como experiência pessoal, devo dizer que uma grande amiga conseguiu de facto perder peso a seguir este regime, mas como acontece em todas as dietas, foi imediatamente recuperado após parar a mesma.

Quanto ao factor saúde, é um facto que a comida não processada é definitivamente mais saudável. Os testemunhos que li de pessoas que experimentaram por diferentes períodos de tempo este regime alimentar eram favoráveis, no entanto, penso que não devemos ignorar que cortar por completo com alguns grupos alimentares poderá ter consequências menos desejáveis.

Mais que uma dieta, um estilo de vida

De uma maneira geral, os seguidores PALEO não vêem esta forma de comer como uma dieta, mas sim como um estilo de vida, melhor e mais saudável. 

Para além do consumo de produtos frescos e não processados, o mais importante para os seguidores PALEO é manter uma actividade física regular e ter as aconselhadas 8 horas de sono todas as noites.


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