terça-feira, 10 de abril de 2018

Sabonete Antibacteriano: herói ou vilão?


Ter um sabonete antibacteriano para uso diário é uma moda recente, largamente alimentada pelas ameaças de pandemias da última década. Muitas pessoas acreditam que é a forma mais eficaz de se protegerem de doenças como a gripe, tornando-o parte do seu dia a dia. 




Na União Europeia, venda deste tipo de produto é comum e sem grandes entraves por parte dos governos, no entanto, nos Estados Unidos, alguns destes antibacterianos foram proibidos para venda ao público, sendo apenas utilizados em contextos profissionais.


Triclosan como ingrediente principal 

Como diziamos no parágrafo anterior, foi proibida a venda da maioria destes produtos ao público comum nos Estados Unidos e isso deve-se ao facto dos mesmos conterem triclosan, como um dos principais ingredientes.

Vários estudos foram realizados tendo em vista testar a segurança do triclosan para a saúde pública e os resultados não foram animadores. Segundo a Associação Americana de Química, o uso continuado deste produto vai ter efeitos a nível do nosso sistema endócrino, desregulando-o, isto é, vai afectar a sua capacidade de produzir hormonas indispensáveis ao bom funcionamento do nosso organismo, conduzindo-nos a problemas, como por exemplo, da tiróide, infelizmente, já tão comum no nossa sociedade.


Então podemos usar um sabonete antibacteriano em segurança?

A resposta é: ocasionalmente. O uso ocasional de antibacterianos pode ser benéfico para si, especialmente em situações de risco, como dentro de um hospital ou no pico da gripe, mas não faça disso um hábito diário e continuado.

O sabonete antibacteriano é irritativo para a pele, perturbando a sua flora bacteriana e tornando-nos vulneráveis a infecções oportunistas. Para além disso, os mesmo estudos demonstraram que o uso continuado de sabonetes antibacterianos contribui para desenvolver resistência aos antibióticos, o que poderá tornar-se um problema de saúde pública.

De uma maneira geral, as grávidas e as crianças são as pessoas mais vulneráveis, porque são, normalmente, quem mais teme infecções e bactérias e recorre a este tipo de produtos. É importante mencionar que o triclosan (e consequentemente, os seus efeitos) transmite-se para o feto.


A posição de Portugal

Em Portugal, este é um assunto um pouco varrido para debaixo do tapete, no entanto, a DECO (Defesa do Consumidor) realizou também alguns estudos, garantindo que um sabonete normal é tão eficaz como um antibacteriano contra os germes, tornando desnecessária a sua utilização.

Recomenda ainda, um maior recurso ao sabonete líquido em detrimento do sólido por ser mais prático e higiénico, visto não estar em contacto directo com o ar, sujidades e vários utilizadores.

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