A Doença de Adisson foi descrita pela primeira vez em 1849, pelo médico inglês Thomas Addison e trata-se de uma insuficiência suprarenal crónica, isto é, as glândulas suprarenais não produzem em quantidade suficiente, as hormonas esteróides essenciais à nossa vida, como é o caso do cortisol (fundamental na resposta ao stress), dos androgénios (que actua no desenvolvimento e manutenção dos órgãos sexuais) e da aldosterona, que controla a absorção do sódio pelo nosso organismo.
Em grande parte dos casos, este problema está ligado a uma atrofia destas glândulas, mas também pode ocorrer por outros motivos, como por exemplo, trauma.
É bastante frequente que, esta condição, ocorra em coexistência com diabetes ou hipotiroidismo.
O que acontece no nosso organismo?
Os doentes com Addison apresentam uma deficiência em dois tipos de hormonas: mineralocorticoides e glicocorticóides, cada um deles, com diferentes actuações.
No caso dos mineralocorticóides, a sua função passa por estimular a absorção do sódio e a excreção do potássio. Assim, a sua baixa concentração, vai aumentar a quantidade de potássio no nosso organismo e diminuir o sódio, provocando uma perda de sal e água na urinda, que se traduzirá em desidratação, hipotensão, acidose e diminuição do volume circulatório, que pode ir até mesmo ao colapso circulatório.
Em relação aos glicocorticóides, a sua diminuição vai traduzir-se em hipoglicémias frequentes, que, a longo prazo, traduzir-se-ão em disfunção neuromuscular, menor capacidade de resposta do organismo a infecções, traumas e stress, fraqueza do miocárdio e desidratação. Poderá ainda provocar hiperpigmentação da pele, que é, de resto, um dos sintomas mais conhecidos de Addison.
Sintomas
Inúmeros sintomas podem ocorrer, dependendo do organismo e resistência de cada pessoa, por isso, vou apenas listar os mais comuns e fáceis de identificar.
Os primeiros sintomas ocorrem, muitas vezes, em períodos de grande stress e são, maioritamente, a fadiga, fraqueza e hipotensão.
Com o desenvolver da doença, os doentes começam a notar hiperpigmentação (quer em forma de bronzeado generalizado, quer através de manchas focais pretas), começam a surgir crises de náuseas, vómitos e diarreia. O paciente desenvolve menos tolerância ao frio. As tonturas ocorrem com frequência, podendo mesmo ocorrer a síncope. A perda de peso e desidratação estão normalmente presentes.
O início dos sintomas mais graves ocorrem, na grande maioria das vezes, em situações de infecção aguda, trauma, cirurgia ou perda de sódio devido a sudorese excessiva.
Addison em números
A doença de Addison desenvolve-se em cerca de 4 por cada 100 000 pessoas anualmente e atinge indiscriminadamente homens e mulheres de todas as idades, sendo a prevalência igual em ambos os sexos.
Tratamento
O início da doença e os primeiros sintomas são suficientemente subtis para que esta passe desapercebida por muito tempo, mas, a partir do momento em que seja diagnosticada, o seu médico vai querer atacá-la imediatamente. O tratamento consiste, tão simplesmente, na administração das hormonas em falta.
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