sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Álcool em Portugal - uma perspectiva geral


O consumo do álcool está presente em todas as culturas. Estima-se que seja conhecido e consumido desde tempos pré-históricos. 

Há uma forte associação entre o consumo de bebidas espirituosas e o imaginário de certos grupos ou classes sociais, sendo encarado como uma forma de socialização e aproximação a esses mesmos grupos.

Na nossa cultura, o álcool está fortemente enraizado como fazendo parte de situações de relacionamento social, sejam elas rituais organizados ou comemorações mais ou menos espontâneas. Quantos de nós organizaríamos uma festa só com água ou refrigerantes? Esta associação traz consequências na forma como a sociedade percepciona e lida com o consumo de álcool.


Efeitos do álcool no corpo humano


O álcool produz inúmeros efeitos, físicos e psicológicos, no corpo humano, a curto e longo prazo. Considerado uma droga psicoactiva com efeitos depressores no Sistema Nervoso Central (SNC), o álcool provoca alterações de comportamento, que devido ao sentimento inicial de euforia e desinibição enganam os menos informados.

Em primeiro lugar, é importante ter consciência de que o álcool não é digerido pelo nosso organismo. Isto significa que o mesmo é absorvido por inteiro no tubo digestivo com todas as suas consequências.


A nível físico, o consumo tem implicações muito diversas, consoante a frequência e quantidade do mesmo:

  • doenças cardiovasculares, digestivas e cancro - o consumo continuado predispõe o organismo a este tipo de doença;
  • afecta as capacidades perceptivas - sempre que estamos sob o efeito do álcool as nossas capacidades perceptivas são alteradas, especialmente a visão e audição; a nossa capacidade de reacção torna-se mais lenta, aumenta a descoordenação motora e afecta a avaliação das distâncias e da profundidade;
  • desidratação - o álcool provoca desidratação e com o consumo prolongado poderá ver esses sinais na sua pele, conduzindo ao envelhecimento precoce da mesma;
  • obesidade - as bebidas alcóolicas não estão livres de calorias, algumas delas têm mesmo uma grande quantidade, conduzindo-nos à ingestão excessiva das mesmas.


A nível mental e psicológico, as consequências não são menos graves:

  • afecta as capacidades cognitivas - a ingestão de álcool dificulta a capacidade de raciocínio e tomada de decisão e, a longo prazo e com o consumo prolongado, surgem problemas de perda de memória;
  • sobrevalorização das suas capacidades - um dos principais motivos apontado, especialmente pelos jovens para o consumo de álcool é o facto de se sentirem mais confiantes. Esta confiança traduz-se pelo risco mais elevado de acidentes devido ao aumento e desvalorização de comportamentos de risco (36% das mortes relacionadas com o álcool em 2017 ocorreram em acidentes de todo o género, incluindo de viação);
  • irritabilidade e depressão - o consumo continuado do álcool está fortemente associado a quadros de depressão. O consumo excessivo frequente pode ainda ocasiar quadros de delírio alcoólico. 



O Alcoolismo é apenas uma parte do problema


Alcoolismo é o nome que damos à dependência do álcool. Apesar de referências ao problema desde muito cedo na história, o conceito de alcoolismo enquanto doença surgiu apenas na segunda metade do século XIX.

Em Portugal, o Alcoolismo afecta cerca de 50 000 pessoas, sem que muitas delas procurem a ajuda necessária à realização do tratamento. Mas os problemas associados ao consumo do álcool vão mais além do que o alcoolismo.

Família


O consumo do álcool é um factor importante de ruptura familiar, violência e maus tratos. 

Quase metade dos casos de violência doméstica em Portugal (cerca de 43%) devem-se ao consumo excessivo do álcool. Valores semelhantes são encontrados em situações de maus tratos e negligência de crianças.

Trabalho


A nível profissional, o consumo do álcool também traz as suas consequências, originando casos de desemprego crónico que têm repercussões em todas as esferas da vida do indivíduo.

As principais consequência no local de trabalho são:
  • aumento do absentismo;
  • diminuição da produtividade (quantitativa e qualitativamente);
  • aumento da agressividade e conflitos laborais;
  • instabilidade laboral (despedimentos sucessivos e empregos precários);


Os jovens e o álcool



Há cada vez mais notícias alarmantes referentes ao aumento do consumo do álcool entre os mais jovens. Um estudo realizado pelo SICAD (Serviço de Intervenção nos comportamentos Aditivos e nas Dependências) entrevistou jovens de 18 anos chegando a conclusões preocupantes.


  • 89% dos jovens já tinham experimentado bebidas alcoólicas
  • 51.9% já teriam bebido várias bebidas numa ocasião com o propósito definido de se embriagar (binge)
  • 33.9% já tinham atingiram estados de embriaguez severa
  • 21.1% referiram que o consumo originou mau-estar emocional e levou-os a ter relações sexuais sem preservativo, expondo-se a gravidezes indesejadas e a doenças sexualmente transmissíveis como o VIH/SIDA
  • 8% afirmou ter um consumo diário ou quase diário

Educar para o álcool

Estes dados demonstram uma realidade preocupante numa população muito jovem, na qual o organismo, ainda em desenvolvimento, não está preparado para lidar com a agressão das bebidas alcoólicas.

Para a grande maioria dos jovens, o consumo do álcool é um factor de socialização e os excessos são vistos com naturalidade e como “fazendo parte”. Esse factor de socialização é passado pelos adultos e pela sociedade em geral que associa o consumo a um momento bem passado com os amigos.

É importante que os adultos repensem a sua própria posição em relação ao consumo de bebidas espirituosas, visto que os mais jovens agem, maioritamente, por modelagem. Apesar da influência dos pares ser de grande importância, a principal tendência é de repetirem na adolescência o que viram na infância (estilo de vida dos pais e cuidadores).


Há que desfazer mitos


Há inúmeros mitos e crenças em torno do consumo de álcool, muito enraizadas na nossa sociedade e que são facilmente assimiladas pelos mais jovens. É importante desfazê-los e fazer compreender os perigos mais ou menos óbvios por detrás do consumo. 

Assim, lembre-se de que o álcool:

  • Não aquece
  • Não mata a sede
  • Não dá força
  • Não ajuda a digestão
  • Não abre o apetite
  • Não é um medicamento

Como com tudo o resto, no que diz respeito à nossa saúde, o segredo é o equilíbrio. Se se trata de um adulto saudável e lhe apetece um copo de vinho ou uma cerveja… porque não? Nada o impede - a chave é a moderação.


quarta-feira, 2 de outubro de 2019

ALIMENTAÇÃO PALEO: dieta ou estilo de vida?



Tornada famosa em 2011, pelo cientista norte-americano Loren Cordain (fundador do movimento PALEO) através do seu livro “A dieta do Paleolítico”, este tipo de alimentação baseia-se na que era realizada pelas sociedades caçadoras-recoletoras do Paleolítico. Sociedades primitivas que viviam em regime nómada, antes do surgimento da agricultura e da pastorícia.

Tem como base a ausência total de alimentos processados ou alterados pelo homem, tornando-se assim um símbolo da alimentação saudável.

O que se come no regime PALEO?

Como mencionei acima, o regime PALEO baseia-se na dieta realizada na época paleolítica, onde o homem se limitava a comer o que o ambiente lhe providenciava naturalmente.

Deste modo, as bases deste regime são as fibras (através das folhas, frutos, bagas e sementes), as proteínas (através da carne de caça, ovos, peixe, marisco e bivalves, este últimos fontes de ácidos gordos, como o ómega 3) e as vitaminas, os minerais e antioxidantes, também presentes nas folhas, frutos e bagas.


Nesta dieta não se inclui glúten ou lacticínios, visto que no paleolítico os animais ainda não tinham sido domesticados e nem se praticava a agrilcultura. Assim sendo, estas duas coisas não faziam parte da alimentação.

Verificamos ainda a ausência de hidratos de carbono e sódio (sal). No entanto, e ao contrário da maioria das outras dietas, pode ingerir-se gordura.

Benefícios da dieta PALEO

São muitos os benefícios associados a esta dieta, sendo que um dos motivos pelos quais ela é mais procurada é a questão do controlo do peso. Este tipo de dieta, especialmente pela ausência de hidratos de carbono, facilita o emagrecimento e foi o que a tornou tão popular, tão rapidamente.

Outro dos benefícios apontados pelos diversos estudos já feitos, está relacionado com a prevenção de doenças. A dieta PALEO ajuda a prevenir doenças cardivasculares, acne e diabetes tipo II. No caso dos diabetes, apresenta ainda a vantagem de controlar os níveis de açúcar no sangue, mesmo para os que já desenvolveram a doença.

As doenças reumáticas também beneficiam com a exclusão do leite da alimentação e o baixo consumo de sal. A ausência de comida processada é, sem dúvida, uma fonte de saúde.



Limitações

Como todos os regimes alimentares, a alimentação PALEO apresenta algumas limitações. Para quem começa esta dieta subitamente, pode começar a sentir-se mais cansado e com alterações de humor, devido à falta dos hidratos de carbono. Para os mais velhos, o problema pode ir um pouco mais longe, devido à perda de massa muscular. Mas este não é o único senão.

Vivemos num mundo onde quase tudo é processado e poderá enfrentar algumas dificuldades em adquirir certos alimentos no seu estado natural. Por isso, para seguir o regime PALEO é, muitas vezes, preciso realizar alguma adaptação. E dinheiro. Se reparar nas prateleiras dos supermercados, os produtos naturais e biológicos são consideravelmente mais caros do que os outros. Para além disso, esta dieta pode tornar-se um pouco repetitiva. Para não se cansar rapidamente, é importante pôr a sua criatividade a funcionar.

Outro problema encontrado neste regime alimentar é o excessivo consumo de carnes, pelo que aconselho que opte maioritamente pelas carnes brancas. É importante não esquecer que os homens do paleolítico, por serem nómadas faziam muito mais exercício físico do que nós e sim, mesmo mais do que aqueles que o praticam com regularidade. Assim, é preciso ter em atenção a viabilidade das nossas escolhas para a saúde.

Opinião da OMS 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a nossa alimentação deve incluir:

  - 55-75% de hidratos de carbono;

  - 10-15% de proteína;

  - 15-30% de gordura.

A alimentação PALEO compromete estes valores. Por isso, talvez seja uma boa ideia consultar um profissional de saúde, antes de aderir a um novo regime alimentar e adaptar o que for preciso de acordo com as suas necessidades individuais.

Vale a pena?

Como em tudo na vida, depende. De uma maneira geral, tudo indica que sim, especialmente se o seu objectivo for perder peso. Como experiência pessoal, devo dizer que uma grande amiga conseguiu de facto perder peso a seguir este regime, mas como acontece em todas as dietas, foi imediatamente recuperado após parar a mesma.

Quanto ao factor saúde, é um facto que a comida não processada é definitivamente mais saudável. Os testemunhos que li de pessoas que experimentaram por diferentes períodos de tempo este regime alimentar eram favoráveis, no entanto, penso que não devemos ignorar que cortar por completo com alguns grupos alimentares poderá ter consequências menos desejáveis.

Mais que uma dieta, um estilo de vida

De uma maneira geral, os seguidores PALEO não vêem esta forma de comer como uma dieta, mas sim como um estilo de vida, melhor e mais saudável. 

Para além do consumo de produtos frescos e não processados, o mais importante para os seguidores PALEO é manter uma actividade física regular e ter as aconselhadas 8 horas de sono todas as noites.


quinta-feira, 6 de junho de 2019

O desafio emocional de um novo emprego




Mudar de emprego é um grande passo na sua vida e como tal, provoca ansiedade, medo, stress… Muitas vezes, após meses de uma procura incessante por uma nova oportunidade, aquele telefonema que nos diz termos sido escolhidos, parece irreal e… extremamente assustador.


Mudança de Perspectiva

O novo emprego significa o fim de um tempo de ansiedade e receio, mas também, de certa forma, um novo recomeço para esses sentimentos. Durante a procura, é natural que tenha sido rejeitado várias vezes, afectando a sua auto-estima e motivação. 

Agora que começa um novo ciclo, está desejoso de mostrar as suas capacidades e teme não corresponder às expectativas.  Este é um sentimento normal e expectável. Até certo ponto, podemos até dizer que é saudável, pois está a ser desafiado e esses sentimentos impelem-no a esforçar-se e dar tudo por tudo para atingir os seus objectivos. No entanto, a partir de determinada altura é essa mesma ansiedade que o impedirá de o fazer.


Pequenos detalhes, grandes diferenças

Há pequenos detalhes a ter em conta que podem ajudar a diminuir os seus níveis de stress e ansiedade e assim, causar uma melhor impressão nestes conturbados primeiros dias.

Em primeiro lugar, saia de casa com tempo. Não arrisque chegar atrasado nestes primeiros dias, pois é uma fonte adicional de stress e causa uma terrível impressão. Se não tem bem a certeza do caminho para o seu novo local de trabalho, faça o percurso no dia anterior, para garantir que não se perde.

Sinta-se bem na sua pele. Não há nada que nos deixe mais desconfortáveis do que chegar a um lugar e toda a gente estar vestida de forma muito mais formal (ou o oposto) do que nós. Informe-se bem da cultura da empresa e na dúvida, escolha peças com alguma formalidade, mas que o façam sentir-se bem e confortável.

Não sabe, pergunte. Ninguém está à espera que no primeiro dia saiba fazer tudo por isso, não tenha medo de pedir ajuda. Observe, tome notas e escute os seus colegas e superiores com atenção. Uma atitude humilde e pró-activa mostram que está a esforçar-se ao máximo para aprender.

Por último, o relacionamento interpessoal é fundamental. Sorria, seja cordial, dirija-se aos seus colegas para os cumprimentar, não hesite em comunicar com os outros. Para além de criar boa impressão, demonstra que está disponível para trabalhar em equipa.


Aproveite!

Esta nova fase é um momento positivo na sua vida e deve aproveitá-lo. São os desafios que nos fazem evoluir, por isso encare-os com optimismo e boa disposição. Sempre que se sentir fraquejar, lembre-se que é apenas uma questão de tempo e, em breve, já se sentirá em casa.

sábado, 27 de abril de 2019

Quando o inferno... são os outros


Ao longo da nossa vida sofremos todo o tipo de pressões, algumas positivas que nos impulsionam para a frente, outras que nos destroem lentamente e para as quais não há auto-estima que resista. É difícil pôr um travão nos julgamentos dos outros, mas mais difícil ainda, é impedir o nosso cérebro de achar que eles têm razão.



Assim que começamos a ter idade para compreender o que se passa à nossa volta começamos a lidar com o escrutínio da sociedade em torno da nossa vida. “Já entrou na escola?” “Largou as fraldas?” “Passou de ano?” “Ainda dorme com os pais?” Como se dessas questões dependesse o futuro da humanidade. Mas quando atingimos a idade adulta, descobrimos que não há uma resposta certa, não importa o quanto façamos.

As pessoas preocupam-se com o nosso estado civil (se já casámos é muito cedo, se ainda não casámos já estamos a passar da idade), com os filhos que temos ou não (”Ainda não têm filhos? Ah, não acham que começa a ficar tarde?” ou “Têm um filho? Tadinho, sem irmãos…” Mas se temos mais “Ai que horror, assim nem aproveitas a vida”), se temos peso a mais estamos gordos, se emagrecemos estamos doentes, se temos emprego não presta, se não temos somos preguiçosos, se vivemos em casa dos pais é uma vergonha, se temos a nossa própria casa “provavelmente estão cheios de dívidas”. Não há volta a dar, não há como fugir.

A favor dos sabichões da vida alheia estão… as redes sociais. Aquele lugar onde toda a gente julga toda a gente, mas no fundo, ninguém sabe realmente o que está a acontecer. E nem se atrevam a não por lá nada. Elitistas!

Cada vez mais as pessoas são submetidas a um julgamento feroz, condenação sem advogados de defesa e o sofrimento que isso acarreta é enorme e adoece a sociedade dia após dia.

É claro que sabemos que isto não é uma novidade, sempre ocorreu, as minorias eram as principais vítimas por serem “diferentes”. Contudo, ao invés de evoluirmos positivamente, tornamos todos os seres humanos em vítimas (mas nem por isso fizemos a vida das minorias mais fácil), de uma forma ou outra, façam o que fizerem, há sempre alguma coisa que falta, algo que não fazemos ou que fazemos demais…


Somos doentes, porque nos pomos doentes…

Numa sociedade doente é impossível ser saudável, mesmo que o sejamos, vamos sempre parecer doentes por comparação com os outros.

Mesmo não gostando das interacções acima descritas quando são direccionadas a nós, vamos fazer o mesmo ao outro. Procuramos alguém que consideramos estar pior que nós e atacamos, sem qualquer respeito pelo que a pessoa quer ou deseja, muito menos por um hipotético mau momento pelo qual esteja a passar. É uma espécie de corrida de  estafetas onde passamos a dor ao próximo.

Dizemos aos nossos filhos “podes ser o que quiseres”, mas omitimos o resto da frase:
- podes ser o que quiseres… desde que encaixe nos padrões;
- podes ser o que quiseres… desde que sigas as regras que alguém escolheu;
- podes ser o que quiseres… desde que não ofendas ninguém, numa sociedade onde toda a gente se sente ofendida por qualquer coisa que seja feita ou dita.

Depois vem a dor, vem a depressão, “a epidemia do século XXI”, criada quase exclusivamente pelas expectativas absurdas que colocamos em nós e nos outros. Chegou a hora de pararmos de associar essa dor à fraqueza, pois no limite, as pessoas que se deixam abater não foram fracas, foram fortes, durante demasiado tempo.

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Síndrome de Burnout - O esgotamento no trabalho



Todos nós conhecemos o stress do dia a dia no emprego, as situações quase limite com que temos de lidar e o excesso de competitividade que quase nos enlouquece dia após dia, mas se se sente à beira do abismo, dê um grande passo atrás e faça uma pausa - você pode estar a sofrer de Síndrome de Burnout.




Esta síndrome é caracterizada por um cansaço extremo, resultante do acumular de situações stressantes e emocionalmente exigentes em contexto laboral, resultantes do excesso de trabalho, muitas vezes em más condições para o exercício da actividade.

A competitividade excessiva, a procura da perfeição ou a extrema insegurança e necessidade de aprovação, arrasta todos os anos, milhares de pessoas para este quadro.


Características do Burnout

Os principais sintomas associados à síndrome são o cansaço excessivo (físico e mental), insónia, dores de cabeça frequentes e dificuldade de concentração, sensação de desespero e pessimismo constante, alterações significativas de humor e problemas gastrointestinais, dores musculares e aumento da tensão arterial.

Muitas vezes ignorada pelo próprio paciente e até pelos profissionais de saúde, sendo eles próprios vítimas frequentes do problema, a Síndrome de Burnout pode conduzir o paciente a quadros graves de depressão, enxaquecas e abuso de substâncias.


Fugir ao esgotamento

Uma vez instalada, a Síndrome de Burnout vai diminuir de forma muito significativa a produtividade do doente no trabalho e a sua qualidade de vida no geral. Tratamento farmacológico e psicoterapia serão necessários para uma recuperação gradual do seu estado saudável. Tratamentos longos, dispendiosos e, no que diz respeito aos fármacos, com possíveis efeitos secundários.

Assim sendo, é importante que tenhamos uma atitude preventiva e procuremos em cada fase da nossa vida equilibrar o trabalho, o lazer e a família, de forma a podermos disfrutar dos pequenos prazeres da vida a cada momento.

Tenha objectivos, delimite-os de forma realista e consistente e trabalhe neles de forma responsável e nunca, até à exaustão.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Depressão Crónica ou a Eterna Melancolia



Melancolia, um sentimento muito explorado pelos escritores românticos como o êxtase do amor, pode na verdade, revelar um problema de saúde psicológico que poucos levam a sério.

Segundo a OMS, estima-se que 340 milhões de pessoas em todo o mundo sofram de depressão. A apatia e a falta de energia acompanham os quadros de depressão, já nada parece dar prazer e tudo é feito com muito sacrifício tornando-a uma doença bastante incapacitante.

Há pessoas que vivem assim toda a sua vida, muitas vezes, sem que ninguém à sua volta dê por isso.




Distimia - A Depressão Invisível

Ainda há muita desinformação sobre a depressão, deixando os doentes ainda mais vulneráveis. A maioria das pessoas ainda associa uma depressão a tristeza e lágrimas e o doente depressivo recebe com frequência comentários como “tu não pareces deprimido” de alguém que, propositadamente ou não, ignora o seu profundo sofrimento. A depressão crónica, bem mais comum do que se poderia pensar, é uma grande vítima desta desinformação.

Geralmente, com sintomas menos óbvios, a distimia parece ser uma forma de depressão mais “leve”, onde o doente, com esforço, consegue cumprir com a sua rotina, muitas vezes, ignorando ele mesmo o facto de estar doente.

São situações prolongadas que podem durar anos ou décadas e por isso, os sintomas acabam, na maioria das vezes, por ser vistos pelos outros como traços de personalidade do doente. Nada mais errado. O doente com distimia está em grande sofrimento e muitas vezes, ocorrem episódios de Depressão Major associados.

O “mau humor”, a falta de auto-estima e o pessimismo em relação a tudo são uma constante e o indivíduo com Distimia é incapaz de lutar contra elas, deixando-se arrastar através dos dias com todo esse peso nas costas.

Reconhecer que esses sintomas não são “normais” é o primeiro passo para uma mudança e a ajuda profissional é fundamental para ultrapassar o problema.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

A moda do Açaí - mitos e verdades

Quem se preocupa com essa coisa da alimentação saudável sabe que a moda dita muito sobre a forma como encaramos a mesma. E essa moda está sempre a mudar.

Falemos então da moda do Açaí, uma fruta oriunda do Norte do Brasil, cheia de propriedades interessantes que entrou na nossa cozinha há relativamente pouco tempo, mas que se tornou uma verdadeira loucura entre os principais adeptos da alimentação saudável, explorando alguns dos mitos que se foram gerando à sua volta.




O açaí é um super alimento

O açaí é, de facto, um alimento cheio de propriedades importantes para o nosso organismo, mas está longe de ser milagroso.

Poderoso anti-oxidante, o açaí pode ser um grande auxílio no combate ao envelhecimento precoce e a algumas outras doença, sendo rico em vitaminas C, B1 e B2, fósforo, ferro, cálcio, ómegas 3 e 6 e muitas outras propriedades que o tornam muito atractivo na hora de escolher o que comer.


O açaí ajuda a controlar o peso 

Esta é uma questão um pouco controversa e para a qual não há uma resposta definitiva. A verdade é que o açaí contém algumas propriedades que nos podem ajudar a livrar de algumas gordurinhas, mas também é altamente calórico, o que levanta algumas questões.

Algumas das gorduras presentes do Açaí são teoricamente boas, do mesmo género das gorduras presente no azeite, por exemplo, além do alto teor de fibra e proteína que o fruto apresenta. No entanto, convém não exagerar no consumo e sempre que possível optar pela furta no seu estado natural, já que a polpa comercializada aumenta o teor calórico até 3 vezes mais.


O açaí previne o envelhecimento

É um dos principais benefícios atribuídos ao açaí e com toda a razão! Este pequeno fruto está cheio de anti-oxidantes que ajudam a eliminar os radicais livres responsáveis pelo envelhecimento precoce.


O açaí ajuda a combater o colesterol

Tal como referi anteriormente, o açaí contém o mesmo tipo de gordura presente no azeite e portanto, a mais saudável.

Um estudo realizado pela Universidade Federal do Pará não só afirma que o açaí ajuda a combater o colesterol, como protege o nosso coração. Contudo, é sempre bom não esquecer que o Estado do Pará é o maior produtor de açaí.


O açaí é mau para o fígado

Esta é outra daquelas afirmações que por ser demasiado vaga gera alguma controvérsia. O açaí, quando consumido ao natural, pode até ser ajudar o fígado a eliminar toxinas.

No entanto, é raro que o fruto seja consumido desta forma, sendo bem mais frequente o consumo de produtos processados do mesmo, como polpas e geleias. Por não ser um fruto muito doce, é frequente que haja uma adição de açúcares e outros componentes e esses, sim, podem ser prejudiciais.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Alimentos que Ajudam a Melhorar o Sistema Imunitário


O nosso sistema imunitário é a primeira barreira de defesa do nosso corpo contra as agressões externas e um sistema imunitário forte torna-nos menos vulneráveis a todo o tipo de doenças. Muito se fala hoje em dia sobre como melhorar o sistema imunitário, através de medicação que nunca dá os resultados que promete, tornando a sua utilização maioritariamente supérflua.




Adoptar um estilo de vida saudável, com uma correcta alimentação, 7 a 8 horas de sono por noite e a prática de exercício físico regular é a melhor forma de ajuda o nosso organismo, mas alguns alimentos podem dar uma ajuda extra nessa tarefa.


Batata Doce 

Rica em Beta-carotenos e vitamina A, a batata doce é rica em anti-oxidantes que auxiliam o combate ao envelhecimento celular.

Outros alimentos ricos em anti-oxidantes são os frutos vermelhos e a melancia, que é também uma grande ajuda no combate a infecções.


Cogumelos

Além de serem, também eles, ricos em anti-oxidantes, os cogumelos contêm selénio, um mineral fundamental para o correcto funcionamento do sistema imunitário.

Para além dos cogumelos, o trigo, o arroz, a gema de ovo, as sementes de girassol e o frango são outros alimentos ricos em selénio.


Alimentos Ricos em Zinco

O São Martinho já lá vai, mas as castanhas podem ser uma grande ajuda no reforço do sistema imunitário devido à sua concentração de Zinco. Este também pode ser encontrado nas sementes de abóbora, camarão, carne de vaca ou peixe.


Espinafres

Os espinafres são ricos em Vitamina C e fibra, tendo também propriedades antioxidantes. A vitamina C pode ainda ser encontrada em citrinos, bróculos, abacaxi, morango e kiwi.


Alho

O alho é um poderoso anti-inflamatório reconhecido pelo seu combate a uma bactéria responsável por grande parte das doenças estomacais. Tem ainda uma actividade directa na estimulação celular do sistema imunitário.


Frutos Secos

Avelãs, amêndoas e amendoins são um bom reforço à nossa imunidade pela forte concentração de Vitamina E. A mesma pode ainda ser encontrada nas Sementes de Girassol. 


Iogurte

Ricos em probióticos, tornam-se fundamentais no combate a quadros inflamatórios, especialmente a nível intestinal.


Ómega 3

Não sendo um alimento, o ómega 3 é fundamental para o equilíbrio do nosso sistema imunitário, pelo que devem ser consumidos com regularidade alimentos que o contenham, tais como a sardinha, o salmão, o atum ou ainda, as sementes de linhaça.