Todos os dias ouvimos falar em colesterol, é algo tão comum, que se torna normal. Estima-se que aproximadamente 1/4 da população portuguesa apresente níveis de colesterol de risco muito elevado, o que significa, maior probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares.
Apesar dos riscos, para a maioria das pessoas, colesterol é apenas uma palavra. Como discutido anteriormente o conhecimento do doente é fundamental para o sucesso do tratamento, por isso, vamos desmistificar.
O que é o Colesterol e quais os problemas associados?
O Colesterol é um tipo de gordura presente nas nossas células e que a níveis equilibrados contribui para o bem-estar e correcto funcionamento do nosso organismo. Para além disso, é fundamental para a produção de Vitamina D, que facilita a absorção do cálcio e ajuda à regulação do humor e dos ácidos biliares que ajudam a uma boa digestão. Incrível, não é?
Entao, quando começa o problema?
O problema do colesterol começa com o desiquilíbrio e a subida daquilo a que chamamos o mau colesterol, que vai provocar um aumento de gordura nos vasos sanguíneos, que com o passar do tempo, irá dificultar a passagem do sangue e conduzir a problemas vasculares, com consequências graves.
Tipos de Colesterol
Apesar de se falar muito neste problema, o mesmo não é algo assim tão óbvio e linear, há diferentes tipos de colesterol e é importante que o doente tenha noção disso mesmo.
Comecemos então por falar do que costumamos chamar bom colesterol, isto é, Coleterol HDL. Neste caso, estamos a falar de substâncias que actuam como agentes de limpeza do organismo, conduzindo alguma da gordura depositada nos tecidos e nos vasos para o fígado, onde a mesma será eliminada. Recomenda-se que os seus valores estejam acima de 40 mg/dl, e para tal, o exercício físico e o controlo do peso é fundamental.
Mas como vimos, nem tudo é bom e temos o Colesterol LDL, também conhecido como mau colesterol e que é, geralmente a principal fonte de problemas no mundo moderno. Para uma vida saudável, os valores LDL devem estar abaixo dos 130mg/dl. Quando os níveis começam a subir, verifica-se a deposição de gordura anteriormente falada. Com o tempo, esta gordura formará placas que dificultam a passagem natural do sangue, podendo conduzir a Ataques Cardíacos e Acidentes Vasculares Cerebrais. Uma dieta com pouco açúcar, pouca gordura e exercício físico pelo menos 3 vezes por semana, contribuem para o controlo destes valores e suas consequências para a saúde.
Há ainda o Colesterol VLDL, menos conhecido da maioria das pessoas, mas igualmente importante. Este tem como principal função o transporte dos triglicerídeos e em valores elevados, aumenta o risco de doenças cardíacas. Os seus valores ideais situam-se nos 30mg/dl e nunca devem ultrapassar os 40mg/dl.
Por fim, devemos ainda falar do Colesterol Total, ou seja, a soma de todos os anteriores, cujos altos valores, eleva significativamente o risco de doenças cardiovasculares. Neste caso, os valores não devem ultrapassar os 190mg/dl. Quando o médico nos diz que temos o Colesterol demasiado alto refere-se, na maioria dos casos, ao valor do colesterol total. A situação pode ser ligeiramente amenizada se os valores LDL se encontrarem dentro da normalidade, não obstante, o paciente deverá reduzir a ingestão de alimentos ricos em gordura.
Aterosclerose
Como mencionado anteriormente, o aumento do colesterol (total e LDL) vai provocar uma deposição de gordura na parede dos vasos sanguíneos que vai dar início a um processo inflamatório: aterosclerose.
A aterosclerose provoca uma ridigez dos vasos sanguíneos, dificultando a circulação e obrigando a um esforço extra do coração para que a mesma se realize correctamente. Este problema está, assim, na origem de vários problemas cardiovasculares, como a hipertensão, insuficiência cardíaca, angina de peito, enfarde do miocárdio, acidente vascular cerebral, entre outros.
Estas doenças são a principal causa de morte em todo o mundo ocidental e estima-se que no nosso país, 2/3 da população adulta tenha o colesterol elevado.
O que fazer?
As consequências, como vimos, são significativamente graves e devemos ter isso em conta na hora de fazer um controlo adequado do nosso colesterol, através de análises sanguíneas regulares e seguindo sempre as indicações do médico. É importante que se mantenha a par dos seus valores e cuide dos mais novos, sim, mesmo abaixo dos 20 anos, especialmente se tiverem antecedentes familiares, excesso de peso, ou uma vida pouco activa, devem fazer análises ao colesterol quando forem fazer as análises regulares, afinal, não custa nada.
Se por um lado, existem factores difíceis de controlar, como a hereditariedade ou o aumento da idade, muitos outros podem ser controláveis com a adopção de um estilo de vida mais activo e saudável (deixar hábitos tabágicos, por exemplo) e uma alimentação adequada.
Uma dieta equilibrada e pobre em gorduras é uma ajuda fundamental no controlo do colesterol. O consumo de álcool deve ser reduzido e o controlo do peso é indispensável. Uma boa rotina de sono, com 7 a 8 horas diárias e a prática de exercício físico regular, complementam o esforço em direcção a uma vida mais saudável e de qualidade.
Casos de Risco
Os antecedentes familiares são um dos principais factores a ter em conta para o risco de desenvolver colesterol elevador, mas não é o único. E se, neste caso, não podemos fazer nada, na maioria dos outros, o nosso estilo de vida tem uma palavra a dizer.
Assim, consideram-se dentro do grupo de risco todos os fumadores, diabéticos, hipertensos ou doentes vasculares. Estes grupos devem ter especial cuidado e vigiar frequentemente os seus níveis de colesterol. Se ainda não o tem, seja qual for o seu factor de risco, a prevenção activa (dieta e exercício físico) ajuda a reduzir os riscos.
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