quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Os Jovens e a Tensão Alta



A tensão arterial é a pressão que o sangue exerce nas paredes das artérias por onde circula. Quando medimos a tensão são nos dados dois valores, vulgarmente conhecidos como a máxima e a mínima.

Os valores da tensão máxima, ou sistólica, referem-se ao valor máximo alcançado com a contracção do coração (sístole) e os seus valores normais, para um adulto saudável, devem situar-se entre os 100 e 139 mmHg. Por outro lado, a tensão mínima, ou diastólica, compreende o valor mínimo de pressão, quando o coração se distende e relaxa (diástole) e os seus valores devem situar-se entre os 60 e os 89 mmHg.

Os cuidados com os valores da tensão arterial estão muito frequentemente associados à idade, pelo que os jovens pouca ou nenhuma importância lhe dão, no entanto, esta perspectiva está cada vez mais errada. 

Quando falamos em problemas de tensão, estamos maioritariamente a referir-nos à, infelizmente, tão vulgar, tensão alta (valores de máxima e mínima iguais ou superiores a 140/90, respectivamente) e apesar do envelhecimento ser apontado como uma das principais causas, dizer que é um problema da terceira idade é uma das afirmações mais erradas que se podem fazer.

Estima-se que, actualmente, em Portugal, 1/3 da população adulta sofra de hipertensão arterial e que 1 em cada 10 jovens com menos de 20 anos também sofra do problema. Estas são estatísticas assustadoras que nos levam a questionar o porquê destes números.

Ao longo do tempo, inúmeros estudos foram feitos para encontrar uma justificação para esta nova realidade. Os resultados apontam para o estilo de vida pouco saudável que levamos hoje em dia, com alimentação à base, maioritariamente, de alimentos super processados, sedimentarismo e elevado stress emocional oriundo de todas as exigências que o mundo de hoje nos obriga a enfrentar.

Se juntarmos a estes problemas, o aumento de doenças como a diabetes e a obesidade (também elas, fruto deste nosso novo estilo de vida) temos o cenário perfeito para a hipertensão arterial e respectivas consequências.




Consequências da Hipertensão Arterial

Quando temos um problema comum, daqueles que toda a gente tem, tendemos a achar que não é assim tão importante, ou pelo menos, não é assim tão grave, é comum, todos têm.

No entanto, como podem imaginar, a quantidade de doentes não está directamente relacionada com a gravidade do problema. Neste caso, podemos estar a falar de consequências muito graves e causadoras de grandes níveis de morbilidade e, em última análise, de mortalidade.

Estamos a falar de problemas cardíacos graves, como a insuficiência cardíaca, ateroesclorose, potencial desencadeadora de AVCs e ataques cardíacos, perda de visão e até mesmo, insuficiência renal. Por isso, devemos focar-nos na prevenção.


Prevenir, prevenir, prevenir

Cada vez mais, os médicos incentivam os seus utentes a ter uma atitude pró-activa de prevenção, que não só lhes traga melhor qualidade de vida, como ajude a tornar sustentável o Sistema Nacional de Saúde, já muito sobrecarregado com doenças crónicas.

Para um adulto saudável, é fundamental cuidar da sua alimentação e manter uma vida activa. A actividade física é fundamental para a sua saúde, no entanto, no que diz respeito à tensão alta, deve evitar esforços excessivos (como levantar ou empurrar objectos muito pesados).

No que diz respeito, à alimentação reduza o sal e álcool.

Deixe de fumar, controle o seu peso e faça uma gestão adequada do stress diário. A planificação das tarefas pode ser uma grande ajuda neste sector.

A prevenção é fundamental, mas não deixe de medir a sua tensão. Um adulto saudável, deve faze-lo, no mínimo, uma vez por ano. Desta forma, notará qualquer oscilação e em conjunto com o seu médico poderá atacar o problema desde o início, não permitindo que o mesmo se desenvolva a um ponto quase irreversível.

Se nestas medições, encontrar a chamada tensão máxima entre os 120 e os 140 mmHg, cuidado! Esta situação chama-se de pré-hipertensão e requere atenção imediata. Converse com o seu médico e melhore o seu estilo de vida.

E em última análise, o melhor conselho é: vão passear.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

7 Alimentos que o Ajudam a Reduzir o Colesterol

Como referido anteriormente, o segredo para uma alimentação saudável é ter uma dieta variada e comer um pouco de tudo, desde que, com moderação.

No entanto, se mesmo assim, os seus níveis de colesterol estão acima do valor recomendado, aqui ficam alguns alimentos que poderão constituir uma ajuda adicional nessa luta. 




Azeite

Com certeza que o seu médico já o mandou substituir o óleo pelo azeite. O azeite é uma gordura saudável e há inúmeros estudos que o apontam como grande auxílio na redução do mau colesterol, aumentando ainda a concentração de anti-oxidantes.


Abacate

Segundo os especialistas, este fruto, infelizmente pouco presente nas mesas portuguesas, é fundamental para a redução do colesterol. Equilibra os valores do bom e mau colesterol e favorece a sua não fixação, devido à quantidade de fibra que contém.


Alcachofra

Amarga, mas de grande ajuda na luta contra o colesterol. Contém elevadas capacidades de protecção do nosso fígado, ajudando-o a filtrar todas as substâncias nocivas.


Frutos Secos

Todos os Natais fazem parte da nossa mesa, mas deviam fazê-lo durante todo o ano. Fontes de energia consideráveis, que contêm zero colesterol e muita fibra para impedir a sua fixação no nosso organismo.


Romã

A romã, como todos os frutos vermelhos tem propriedades anti-oxidantes, o que a torna especialmente atractiva para quem se preocupa com a sua saúde.
No caso do colesterol, ajuda a reduzir a acumulação de resíduos e pode ser consumida em sumo, mantendo todas as suas propriedades.


Feijão, grão, ervilhas

As leguminosas são alimentos bastante importantes para o nosso organismo e ajudam-nos a eliminar o mau colesterol, pois são excelentes fontes de fibras solúveis. Devem fazer parte, em quantidades moderadas da nossa alimentação diária.


Soja

Não faz assim tanto tempo que o nosso mercado alimentar foi invadido por muitos produtos de soja, para todos os gostos e ainda bem! A soja reduz o mau colesterol e oferece uma protecção cardiovascular extra. No entanto, é importante que seja consumida em formas que aproveitem as suas proteínas (tofu, bebidas tipo leite, sobremesas). Os rebentos de soja, facilmente encontrados em qualquer supermercado, têm um efeito mais reduzido no combate ao colesterol.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Colesterol e Alimentação

Para além do combate ao sedimentarismo, a alimentação é o principal ponto de conversa quando o médico nos diz que o nosso colesterol está elevado. Os meios de comunicação social bombardeiam-nos com alimentos artificialmente modificados para nos ajudar no combate a este inimigo da sociedade moderna e há 1001 dietas para nos ajudar a baixar o colesterol.

Sem dúvida que a alimentação, especialmente a má alimentação, que a grande maioria de nós faz hoje em dia, é a principal responsável pelos elevados índices de mau colesterol na sociedade moderna ocidental, mas vamos tentar perceber melhor de que forma é que isso acontece.

Em primeiro lugar, é importante perceber que o elevado consumo de gorduras saturadas, baixo consumo de fibras e o excesso de açúcar são os principais responsáveis pelo aumento do colesterol e o pior, são os principais componentes da nossa alimentação.




A gordura saturada está presente nos alimentos de origem animal (especialmente bovinos, borrego e cabrito) e os derivados dos mesmos, como os enchidos, por exemplo. As refeições rápidas que comemos em qualquer restaurante de fastfood e a comida pré-confeccionada que facilmente se insere no microondas contém demasiado sal, demasiado açúcar, demasiado gordura e são alimentos altamente processados que constituem um perigo ainda maior, não só para o aumento de colesterol mas como de diversas outras doenças.

A diminuição do consumo deste tipo de alimentos e das gorduras anteriormente referidas é fundamental, bem como a diminuição do consumo de açúcar. O açúcar, tal como nós o conhecemos é um alimento processado, sem qualquer valor nutritivo e que contribui para o aumento de peso e, na verdade, é perfeitamente inútil, pois há inúmeros alimentos que já contêm, por si só, açúcares naturais e portanto, muito menos perigosos, como é o caso do mel, da fruta e dos lacticínios (em relação aos últimos deve optar pelos magros). Claro que isto não significa que podemos, ou devemos, consumi-los irresponsavelmente. O segredo para uma boa alimentação é sempre o equilíbrio e a variedade.

Outra fonte fundamental de auxílio ao controlo dos níveis de colesterol é a fibra. Esta está presente na fruta, nos vegetais, leguminosas, cereais integrais e é muito importante, pois controla o apetite (que ajuda no controlo do peso) e aumenta a excreção do colesterol a nível intestinal.


Comer bem não é não comer

Antes de iniciar qualquer regime alimentar, seja este porque motivo for, deve lembrar-se que uma dieta saudável é uma dieta onde ingerimos um pouco de tudo, sempre com moderação.

Para o ajudar a reduzir o colesterol, deve então aumentar significativamente o consumo de vegetais, 2 a 3 peças de fruta por dia, consumir cereais integrais e aumentar o consumo de peixe, especialmente peixes gordos.

Quanto ao consumo de carne, deve diminuir o consumo de carnes vermelhas, preferindo sempre que possível, as carnes brancas, como o frango, retirando sempre a pele e a gordura visível.

Sementes, frutos secos e leguminosas devem fazer parte da sua alimentação e o azeite e cremes vegetais devem substituir, óleos, banha e manteiga.

Por fim, deve evitar a ingestão de todo o tipo de alimentos processados, sejam estes de charcutaria, ou pastelaria e snacks doces e salgados, sempre com grandes quantidades de gordura e açúcares. As bebidas alcoólicas devem ser evitadas, ou consumidas em pequenas quantidades.

E lembre-se: moderação é a palavra-chave!

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Colesterol - desmistificar para vencer


Todos os dias ouvimos falar em colesterol, é algo tão comum, que se torna normal. Estima-se que aproximadamente 1/4 da população portuguesa apresente níveis de colesterol de risco muito elevado, o que significa, maior probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares.

Apesar dos riscos, para a maioria das pessoas, colesterol é apenas uma palavra. Como discutido anteriormente o conhecimento do doente é fundamental para o sucesso do tratamento, por isso, vamos desmistificar.




O que é o Colesterol e quais os problemas associados?

O Colesterol é um tipo de gordura presente nas nossas células e que a níveis equilibrados contribui para o bem-estar e correcto funcionamento do nosso organismo. Para além disso, é fundamental para a produção de Vitamina D, que facilita a absorção do cálcio e ajuda à regulação do humor e dos ácidos biliares que ajudam a uma boa digestão. Incrível, não é? 

Entao, quando começa o problema?

O problema do colesterol começa com o desiquilíbrio e a subida daquilo a que chamamos o mau colesterol, que vai provocar um aumento de gordura nos vasos sanguíneos, que com o passar do tempo, irá dificultar a passagem do sangue e conduzir a problemas vasculares, com consequências graves.



Tipos de Colesterol

Apesar de se falar muito neste problema, o mesmo não é algo assim tão óbvio e linear, há diferentes tipos de colesterol e é importante que o doente tenha noção disso mesmo.

Comecemos então por falar do que costumamos chamar bom colesterol, isto é, Coleterol HDL. Neste caso, estamos a falar de substâncias que actuam como agentes de limpeza do organismo, conduzindo alguma da gordura depositada nos tecidos e nos vasos para o fígado, onde a mesma será eliminada. Recomenda-se que os seus valores estejam acima de 40 mg/dl, e para tal, o exercício físico e o controlo do peso é fundamental.

Mas como vimos, nem tudo é bom e temos o Colesterol LDL, também conhecido como mau colesterol e que é, geralmente a principal fonte de problemas no mundo moderno. Para uma vida saudável, os valores LDL devem estar abaixo dos 130mg/dl. Quando os níveis começam a subir, verifica-se a deposição de gordura anteriormente falada. Com o tempo, esta gordura formará placas que dificultam a passagem natural do sangue, podendo conduzir a Ataques Cardíacos e Acidentes Vasculares Cerebrais. Uma dieta com pouco açúcar, pouca gordura e exercício físico pelo menos 3 vezes por semana, contribuem para o controlo destes valores e suas consequências para a saúde.

Há ainda o Colesterol VLDL, menos conhecido da maioria das pessoas, mas igualmente importante. Este tem como principal função o transporte dos triglicerídeos e em valores elevados, aumenta o risco de doenças cardíacas. Os seus valores ideais situam-se nos 30mg/dl e nunca devem ultrapassar os 40mg/dl.

Por fim, devemos ainda falar do Colesterol Total, ou seja, a soma de todos os anteriores, cujos altos valores, eleva significativamente o risco de doenças cardiovasculares. Neste caso, os valores não devem ultrapassar os 190mg/dl. Quando o médico nos diz que temos o Colesterol demasiado alto refere-se, na maioria dos casos, ao valor do colesterol total. A situação pode ser ligeiramente amenizada se os valores LDL se encontrarem dentro da normalidade, não obstante, o paciente deverá reduzir a ingestão de alimentos ricos em gordura.


Aterosclerose

Como mencionado anteriormente, o aumento do colesterol (total e LDL) vai provocar uma deposição de gordura na parede dos vasos sanguíneos que vai dar início a um processo inflamatório: aterosclerose.

A aterosclerose provoca uma ridigez dos vasos sanguíneos, dificultando a circulação e obrigando a um esforço extra do coração para que a mesma se realize correctamente. Este problema está, assim, na origem de vários problemas cardiovasculares, como a hipertensão, insuficiência cardíaca, angina de peito, enfarde do miocárdio, acidente vascular cerebral, entre outros.

Estas doenças são a principal causa de morte em todo o mundo ocidental e estima-se que no nosso país, 2/3 da população adulta tenha o colesterol elevado.


O que fazer?

As consequências, como vimos, são significativamente graves e devemos ter isso em conta na hora de fazer um controlo adequado do nosso colesterol, através de análises sanguíneas regulares e seguindo sempre as indicações do médico. É importante que se mantenha a par dos seus valores e cuide dos mais novos, sim, mesmo abaixo dos 20 anos, especialmente se tiverem antecedentes familiares, excesso de peso, ou uma vida pouco activa, devem fazer análises ao colesterol quando forem fazer as análises regulares, afinal, não custa nada. 

Se por um lado, existem factores difíceis de controlar, como a hereditariedade ou o aumento da idade, muitos outros podem ser controláveis com a adopção de um estilo de vida mais activo e saudável (deixar hábitos tabágicos, por exemplo) e uma alimentação adequada.

Uma dieta equilibrada e pobre em gorduras é uma ajuda fundamental no controlo do colesterol. O consumo de álcool deve ser reduzido e o controlo do peso é indispensável. Uma boa rotina de sono, com 7 a 8 horas diárias e a prática de exercício físico regular, complementam o esforço em direcção a uma vida mais saudável e de qualidade.


Casos de Risco

Os antecedentes familiares são um dos principais factores a ter em conta para o risco de desenvolver colesterol elevador, mas não é o único. E se, neste caso, não podemos fazer nada, na maioria dos outros, o nosso estilo de vida tem uma palavra a dizer.

Assim, consideram-se dentro do grupo de risco todos os fumadores, diabéticos, hipertensos ou doentes vasculares. Estes grupos devem ter especial cuidado e vigiar frequentemente os seus níveis de colesterol. Se ainda não o tem, seja qual for o seu factor de risco, a prevenção activa (dieta e exercício físico) ajuda a reduzir os riscos.