sexta-feira, 29 de novembro de 2024

O Sono do Bebé - melhores práticas consoante a idade

 


O sono é fundamental para um desenvolvimento saudável. Desde o nascimento até aos primeiros anos de vida, as necessidades de sono mudam drasticamente, e compreender essas mudanças ajuda os pais a promoverem hábitos saudáveis e noites mais tranquilas. 

De acordo com cada fase do seu desenvolvimento, o bebé e criança pequena exigem cuidados diferentes.


1. Recém-nascidos (0 a 3 meses)

Os recém-nascidos dormem muito – cerca de 14 a 17 horas por dia – mas de forma fragmentada, com ciclos curtos de sono. Isto pode ser um problema para os pais ou cuidadores, que não conseguem descansar, mas para o bebé é normal. Eles ainda estão a aprender e adaptar-se ao mundo exterior e a ajustar o seu relógio biológico.

Melhores práticas:

Siga o ritmo do bebé: Permita que ele durma e acorde conforme a sua necessidade. Nesta fase, não existe um padrão fixo.

Diferencie dia e noite: Mantenha o ambiente iluminado e ativo durante o dia e reduza luzes e ruídos à noite para ajudar o bebé a distinguir os períodos. É importante que estas medidas sejam sem exageros. Demasiado barulho, especialmente barulhos altos e súbitos, perturbam o sono e, consequentemente, o desenvolvimento do seu bebé.

Segurança em primeiro lugar: Coloque o bebé para dormir de barriga para cima, num colchão firme e sem objetos soltos no berço.


2. Bebés de 4 a 6 meses

Nesta idade, o sono do bebé começa a organizar-se. Muitos bebés conseguem dormir períodos mais longos à noite, com sonecas regulares durante o dia. É hora de estabelecer uma rotina, ajuda o bebé e favorece a organização dos pais.

Melhores práticas:

Estabeleça uma rotina: Banho, uma história ou uma canção podem sinalizar ao bebé que é hora de dormir.

Incentive a autonomia no sono: Coloque o bebé no berço ainda acordado, para que ele aprenda a adormecer sozinho.

Cuide do ambiente: Garanta um quarto escuro, silencioso e com temperatura confortável. A ideia de que os bebés têm sempre muito frio não é real. O calor pode impedir o seu bebé de dormir adequadamente. Adapte a roupa da criança à temperatura do ambiente, lembrando que eles devem ter apenas mais uma camada de roupa que os adultos.


3. Bebés de 7 a 12 meses

Nesta fase, os padrões de sono ficam mais previsíveis, com 11 a 14 horas totais, incluindo 2 ou 3 sonecas. Porém, a ansiedade de separação pode provocar despertares noturnos. Tenha calma e paciência, é uma fase e vai passar.

Melhores práticas:

Seja consistente: Mantenha horários regulares para dormir e acordar.

Reforce a sensação de segurança: Um objeto de transição, como um cobertor ou peluche seguro, pode ajudar o bebé a se sentir confortável.

Evite associações de sono negativas: Não dependa de embalar ou alimentar o bebé para que ele durma, pois ele pode esperar isso a cada despertar.


4. Crianças de 1 a 3 anos

O sono noturno começa a consolidar-se, mas esta fase pode trazer desafios como resistência ao sono e despertares. As crianças precisam de cerca de 10 a 14 horas de sono diárias.

Melhores práticas:

Defina limites claros: Explique à criança que a hora de dormir é uma regra, mas mantenha uma abordagem carinhosa.

Evite estímulos antes de dormir: Reduza o uso de ecrans e atividades agitadas à noite. Demasiados estímulos dificultam o adormecer.

Rotina de transição: Continue com uma rotina consistente, como ler um livro ou contar histórias.


Dicas Gerais para Todas as Idades

Priorize a segurança: Nunca deixe o bebé dormir em locais inseguros ou em superfícies macias.

Acompanhe o desenvolvimento: Consulte o pediatra para ajustar práticas de sono às necessidades do seu filho.

Tenha paciência: O sono do bebé é dinâmico, e é normal haver regressões temporárias.


Compreender as necessidades do sono do bebé em cada fase ajuda a estabelecer hábitos saudáveis e proporciona mais tranquilidade para toda a família. Lembre-se: cada criança é única, e encontrar o que funciona para o seu bebé pode levar algum tempo, mas os resultados valem o esforço.


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terça-feira, 20 de agosto de 2024

Como Ingerir Mais Cálcio e Fortalecer os Ossos Sem Consumir Leite

 


Quando pensamos em cálcio, o leite é muitas vezes o primeiro alimento que nos vem à mente. No entanto, existem inúmeras maneiras de obter cálcio suficiente para fortalecer os ossos sem precisar consumir leite ou produtos lácteos. 

Qual a real importância do cálcio?

O cálcio é um mineral essencial para a saúde dos ossos. Ele é o principal componente estrutural dos ossos e dentes, fornecendo-lhes a rigidez necessária. Além disso, o cálcio é vital para outras funções do corpo, como a contração muscular, coagulação do sangue e transmissão de sinais nervosos. 

Quando o corpo não obtém cálcio suficiente através da alimentação, ele começa a retirar cálcio dos ossos, o que pode levar à osteoporose e, consequentemente, aumentar o risco de fraturas.

Alimentos Ricos em Cálcio

Provavelmente, durante e maioria da sua vida, ouviu que o leite e os seus derivados são os produtos onde pode obter mais cálcio para o seu organismo. No entanto, não é bem assim. Podemos incluir na nossa dieta várias opções diferenciadas e saborosas.

Vegetais de Folhas Verdes

Vegetais como espinafres, couve, brócolos, rúcula e acelga são excelentes fontes de cálcio. A couve é particularmente rica em cálcio biodisponível, o que significa que o corpo consegue absorver melhor esse nutriente.

Para consumir, pode adicionar folhas verdes cruas a saladas, cozinhar os vegetais no vapor para acompanhar refeições principais, ou ainda, se preferir preparar uns smoothies verdes.

Amêndoas e Sementes

As amêndoas são uma excelente fonte de cálcio, assim como as sementes de sésamo, chia e linhaça. Além de cálcio, esses alimentos fornecem magnésio e gorduras saudáveis, que ajudam na absorção do mesmo.

Coma um punhado de amêndoas como lanche, ou adicione sementes de chia e linhaça a iogurtes vegetais. Pode ainda usar pasta de sésamo moído em molhos ou torradas.

Tofu

O tofu, especialmente o tofu enriquecido com cálcio, é uma excelente alternativa para quem evita produtos lácteos. 

Pode adicioná-lo a salteados de legumes ou sopas e usá-lo como substituto de queijos nalgumas receitas.

Leguminosas

Feijão-branco, lentilhas e grão-de-bico são ricos em cálcio. Esses alimentos são também boas fontes de proteína e fibra, contribuindo para uma dieta equilibrada.

Pode adicioná-los a sopas e saladas.

Fortaleça os ossos sempre

Com pequenas mudanças nos nossos hábitos alimentares, é possível fortalecer os ossos sem ter de recorrer ao leite e aos seus derivados. Uma exposição solar segura é também uma boa ajuda, visto que a Vitamina D ajuda o nosso corpo a absorver melhor o cálcio.

Esqueça mitos antigos e fortaleça os seus ossos da forma mais saudável.

quarta-feira, 24 de julho de 2024

Mindfulness - a palavra do momento

 


Nos últimos anos, a palavra mindfulness entrou para o vocabulário comum e tem ganho destaque como uma ferramenta poderosa para melhorar a saúde mental e o bem-estar geral. 

Mas o que exatamente é mindfulness? Em termos simples, é a prática de estar totalmente focado no momento presente, sem julgamento. É uma forma de treinar a mente para focar no aqui e agora, em vez de se preocupar com o passado ou o futuro. A sua prática regular tem sido associada a uma série de benefícios para a saúde, incluindo redução do stress, melhoria da concentração e promoção de um estado de paz interior.

Benefícios para a Saúde Mental

A prática de mindfulness tem mostrado ter um impacto profundo na saúde mental. Estudos científicos indicam que a meditação mindfulness pode ajudar a reduzir os sintomas de ansiedade e depressão. Ao focar a atenção no momento presente, as pessoas podem aprender a observar os seus pensamentos e sentimentos sem se deixar dominar por eles. Isso pode levar a uma diminuição das respostas automáticas ao stress e a uma maior capacidade de lidar com situações desafiadoras de maneira calma e racional.

Além disso, promove a aceitação e o não-julgamento. Isto ajuda as pessoas a desenvolverem uma relação mais saudável com as suas próprias emoções. A prática regular pode melhorar a autoconsciência e a autorregulação emocional, proporcionando uma base sólida para uma saúde mental equilibrada.

Aplicações Práticas do Mindfulness no Dia a Dia

Implementar esta técnica no dia a dia pode ser mais simples do que parece. Uma das formas mais comuns de praticar mindfulness é através da meditação. Mesmo sessões curtas de meditação, de 5 a 10 minutos, podem fazer uma diferença significativa. Durante a meditação, é comum focar na respiração, observando cada inalação e exalação, e trazendo a mente de volta ao foco sempre que ela se desvia.

Além da meditação, o mindfulness pode ser incorporado em atividades diárias comuns, como comer, caminhar ou até mesmo lavar a louça. A chave é fazer essas atividades com total atenção, observando cada detalhe sensorial e estando plenamente presente no momento. Por exemplo, ao comer, preste atenção às cores, texturas e sabores dos alimentos. Ao caminhar, observe a sensação dos seus pés a tocar no chão e o ritmo da sua respiração.

Viver o Presente

O mindfulness oferece uma abordagem poderosa e acessível para melhorar a saúde mental e o bem-estar geral. Ao aprender a estar presente e a observar os nossos pensamentos e emoções sem julgamento, podemos desenvolver uma maior resiliência emocional e uma sensação de paz interior. 

Incorporar práticas de mindfulness na rotina diária pode transformar a maneira como lidamos com o stress e as adversidades, promovendo uma vida mais equilibrada e harmoniosa. Comece com pequenos passos, e deixe-se levar pelos inúmeros benefícios que o mindfulness pode trazer para sua vida.

quarta-feira, 19 de junho de 2024

Como o ‘Stress’ Afeta a Sua Saúde e Maneiras Eficazes de Geri-lo

 


Stress tornou-se uma palavra comum do nosso vocabulário no final do século passado. O seu significado é simples: stress é a resposta do nosso corpo a um evento ou a uma situação de pressão na nossa vida.

Tem uma carga pessoal muito grande e um impacto forte na nossa saúde. É importante que compreendamos que esse impacto ocorre a todos os níveis e é altamente prejudicial à nossa saúde física e mental.

Como o Stress Afeta a Sua Saúde

O stress tem um impacto óbvio na saúde mental. Exaustão mental, ansiedade, depressão, toda a nossa psique é afetada e muitas vezes, nem sabemos dizer o porquê. Sentimo-nos desmotivados e não encontramos nada a que nos agarrar para seguir em frente.

Embora devastadores, os problemas de saúde mental não são os únicos que o stress nos traz. A saúde física é extremamente afetada e, para muitos de nós, é mais difícil correlacionar os problemas que vão surgindo com o stress. 

  • Enfraquecimento do Sistema Imunitário - Está constantemente doente, ou quando adoece tem dificuldade em recuperar? Pois é, o seu sistema imunitário está enfraquecido e o stress tem um papel de relevo nisso. A exposição constante ao stress deixa-o mais vulnerável a todo o tipo de doenças devido à diminuição das suas defesas naturais.
  • Relação com Doenças Cardiovasculares - O stress está associado ao aparecimento e desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Estas são a principal causa de morte em todo o mundo e são muitas vezes ignoradas nos primeiros sintomas. 
  • Efeitos no Sistema Digestivo - O estômago dói e sente todo o tipo de inconvenientes, azia, má digestão, náuseas. Pode sentir uma fome incontrolável, ou não ser capaz de comer nada durante horas. Os seus intestinos não funcionam regularmente e são frequentes os episódios tanto de diarreia, como da mais incómoda obstipação. Tudo isto são sinais do seu corpo a dizer-lhe que está sob stress excessivo e se os ignorar, pode desenvolver doenças graves e potencialmente fatais. 

Gerir o Stress - o eterno dilema

Todos nós, de forma mais ou menos intencional, tentamos gerir o nosso stress no dia a dia, mas na sua grande maioria, fazemo-lo de forma errada. Tentamos controlar os fatores externos, que, em última análise, não podem ser controlados por nós.

A melhor forma de gerir o stress não é controlar todo o trabalho que tem para fazer, ou dividir tarefas, embora isso seja de grande ajuda. Aquilo que realmente precisa é ajudar o seu corpo, controlando e moldando os seus sentimentos e emoções - transformando-os em algo mais saudável. Afinal, tentar simplesmente ver-se livre de todo o stress, só fará o mesmo aumentar.

Técnicas de Relaxamento

Uma forma de diminuir quase imediatamente a sensação de stress e ansiedade é mediante técnicas simples de relaxamento, como a meditação e a respiração profunda. 

O controlo respiratório, quando bem usado, é uma arma infalível na gestão do stress no nosso dia a dia, ajudando-nos a contornar a sensação de desespero e falta de controlo que o mesmo nos provoca. 

Por outro lado, recorrer a práticas de mindfulness poderá também ajudar a afastar os pensamentos repetitivos causadores de stress.

Atividade Física Regular

Estão descritos exaustivamente e em diferentes fontes os inúmeros benefícios da atividade física, e sim, ela também ajuda a gerir o stress. O nosso corpo foi feito para o movimento e uma vida sedentária afeta-nos de formas que, muitas vezes, nem conseguimos imaginar.

A prática de atividade física proporciona uma diminuição dos níveis de adrenalina e cortisol no nosso organismo, fazendo-nos sentir mais relaxados.

Alimentação

Tal como o exercício físico, a alimentação parece ter impacto em todos os setores da nossa vida. Muitas pessoas erram ao cortar determinados alimentos da sua dieta, numa tentativa de alcançar a chamada alimentação saudável. 

Naturalmente, há coisas que deve evitar ao máximo como alimentos muito gordurosos ou com altos teores de açúcar, mas fora essas exceções, o segredo está no equilíbrio. Comer um pouco de tudo vai proporcionar-lhe mais nutrientes e fazê-lo sentir-se melhor e mais forte, mesmo para enfrentar o stress.

Importância do Sono

O sono é um mecanismo importante de defesa do nosso organismo. Ele permite-nos descansar, limpar a mente e equilibrar o nosso corpo. Infelizmente, na tentativa vã de produzir o máximo possível, ele pode ser muito descurado hoje em dia.

Este é um erro grave, dada a sua importância. Dormir bem e tempo suficiente é vital para o controlo do stress e do seu impacto no nosso organismo. 

A Luta por uma Vida Melhor Começa cá Dentro

Trabalhamos todos os dias para ter uma vida melhor e mais confortável e a saúde mental é tantas vezes deixada de lado. Uma vida melhor começa no nosso íntimo, na saúde do nosso organismo e no sentirmo-nos bem connosco próprios.

Gerir os níveis de stress é o primeiro passo para esse bem-estar e nada como a adoção de um estilo de vida saudável para nos ajudar nessa gestão.

quarta-feira, 17 de abril de 2024

A Verdade Sobre o Jejum Intermitente

 


O Jejum Intermitente é, nos últimos anos, e apesar de não ser uma dieta, uma das mais populares formas para tentar um emagrecimento rápido. Trata-se de um padrão alimentar, em que se intercala períodos onde nos alimentamos normalmente, com períodos mais ou menos prolongados de jejum.

No entanto, este culto do jejum intermitente é algo bem informal e proliferado online, por isso, é importante perguntar-se: qual a verdade acerca deste método de emagrecimento?

O Jejum Intermitente Funciona?

O jejum intermitente tem muitas variáveis, como o intervalo de tempo de jejum e o que pode ou não consumir nesse intervalo de tempo. Geralmente, apenas água, mas também há outras possibilidades, desde que não influenciem os níveis de insulina. É importante reforçar que o período noturno, ou seja, quando estamos a dormir, conta como período de jejum.

Durante o período em que não se alimenta, sendo este mais ou menos longo, o organismo vai buscar todas as reservas de “combustível” para continuar a funcionar normalmente. Este combustível é a gordura acumulada, levando assim ao emagrecimento.

É seguro?

São várias as tradições religiosas que praticam o jejum. Na Grécia Antiga acreditava-se que ajudava a curar doenças. A ciência moderna tem uma opinião bastante positiva relativamente ao mesmo. Estudos demonstram existir um maior controlo de doenças como o colesterol, tensão arterial e diabetes.

O jejum, por si só, não é prejudicial à saúde, estudos indicam até vários benefícios na sua prática. No entanto, a falta de informação fidedigna, assim como ausência de qualquer acompanhamento médico ou profissional, pode, sim, trazer alguns prejuízos à saúde.

Os intervalos de tempo nos quais se pratica o jejum são outra coisa a ter em conta. Podem ir de 12 horas até 36 horas. Jejum de longa duração pode, sem dúvida, ser prejudicial, especialmente se o seu dia a dia envolver muito esforço físico. O que come nos períodos de alimentação também é fundamental para garantir a sua segurança e saúde. Uma alimentação incorreta e sem os nutrientes adequados pode resultar em problemas como anemia, osteoporose, desidratação, queda e enfraquecimento de cabelo, bem como ansiedade e irritação.

No caso dos doentes crónicos é importante consultar o médico antes de tomar a decisão de fazer jejum. O jejum é desaconselhado a grávida e mulheres a amamentar, crianças, jovens e em casos de perturbações alimentares.

No período em que me alimento, posso comer o que quiser?

Aqui começa um dos problemas no que diz respeito à eficácia do jejum intermitente. Naturalmente, que para perder peso, o que importa é consumir menos calorias do que as que se gasta, o que parece à partida simples. Mas não é.

Se ao terminar o jejum ingerir alimentos muito calóricos e com elevado índice glicémico, então não está a trazer o benefício que poderia ao seu organismo. Causará picos de insulina que o farão sentir mais fome e desejo de consumir mais… açúcares. Para um jejum intermitente eficaz no processo de emagrecimento, açúcares e farinhas devem ser evitados. As refeições devem ser saudáveis e equilibradas - com verduras, legumes, frutas e proteínas de qualidade.

Também deverá controlar as porções, não caia no erro de comer exageradamente quando terminar a fase de jejum. É preferível fazer jejuns menos prolongados e comer normalmente a seguir, do que aumentar as horas de jejum e perder o controlo.

Casos Específicos

Alguns grupos de pessoas, por motivos muito particulares, podem ter dúvidas sobre o impacto que o jejum intermitente poderia ter no seu corpo e na sua saúde. Aqui ficam algumas ideias, mas lembre-se que deve SEMPRE consultar o seu médico.

  • Diabéticos - Algumas pesquisas apontam para o facto de o jejum poder ser um auxílio no controlo da glicémia e do peso, bem como melhorar a sensibilidade à insulina. No entanto, outros estudos põem em causa estes resultados. Se é diabético não deve experimentar o jejum intermitente sem antes consultar o seu médico assistente.
  • Desportistas - Embora o jejum juntamente com certos exercícios tenha demonstrado bons resultados no emagrecimento e até diminuição do colesterol, este poderá não ser o mais aconselhado para desportistas, especialmente se pretende treinar em jejum. Optar por não comer nada antes de um grande esforço físico pode resultar em tonturas, desmaios e crises hipoglicémicas. Procure o seu médico antes de efetuar qualquer tentativa de jejum.
  • Grávidas - Desaconselhado. As grávidas devem sempre seguir as indicações nutricionais médicas.
  • Pessoas com Distúrbios Alimentares - Tal como as grávidas, devem seguir à risca as indicações dos profissionais de saúde a acompanhar o seu caso e jamais iniciar qualquer alteração alimentar sem o conhecimento destes. O jejum intermitente neste caso é desaconselhado. 

Desvantagens

Como todas as dietas, o jejum intermitente tem algumas desvantagens que podem afetar o seu dia a dia. 

  • Concentração e memória - Passar longos períodos sem comer afeta a sua capacidade de concentração e memória, levando a uma menor produtividade nos estudos e no trabalho.
  • Capacidade de atenção - A nossa capacidade de foco e atenção pode ficar comprometida pelas longas horas sem comer, trazendo-nos maior propensão para acidentes de todo o género.
  • Irritabilidade - A baixa taxa de açúcar no sangue provocada por longas horas sem comer torna-nos mais impacientes e irritáveis. Conflitos em casa e no trabalho podem surgir com mais frequência, trazendo consequências mais ou menos graves à sua vida. 
  • Distúrbios alimentares - dietas restritivas tendem a aumentar a probabilidade de desenvolver comportamentos obsessivos relativamente à alimentação. Estes são a base para o desenvolvimento de distúrbios alimentares. A generalização, especialmente online, de opiniões e comunidades a defender a prática aumenta o risco, pois a pessoa sente o seu comportamento justificado por elas, sem se dar conta dos riscos que está a correr.

A Opinião dos Profissionais de Saúde

Apesar de alguns benefícios e haver cada vez mais pessoas a adotar o jejum intermitente como forma de manter ou perder peso, a maioria dos profissionais de saúde não o considera uma boa escolha.

Nutricionistas e médicos endocrinologistas alertam para o facto de que apesar de perder peso, a pessoa perde maioritariamente massa muscular e não gordura. Além disso, esta forma de emagrecimento não é sustentável a longo prazo, pois estamos a passar a mensagem ao organismo de que ele está em privação e, portanto, vai armazenar toda a gordura que conseguir, ou seja, desacelerar o metabolismo.

Os profissionais de saúde referem ainda que, mesmo tomando suplementos vitamínicos, o organismo não está a receber os hidratos de carbono e as proteínas necessárias ao seu funcionamento. Isto traduz-se em quedas súbitas da tensão arterial e desmaios, crises de hipoglicemia, cambras e desequilíbrios eletrolíticos.

Lembre-se de falar sempre com o seu médico assistente antes de iniciar qualquer tipo de regime alimentar que implique restrições significativas.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Como uma ida ao dentista pode evitar problemas cardíacos?

 


Quando pensamos em dentista e saúde oral pensamos normalmente num sorriso branco e bonito, hálito fresco e uma estética impecável. No entanto, manter a higiene e saúde da sua boca é muito mais do que isto e tem um impacto bem maior na sua vida.

A boca está ligada aos órgãos do corpo através da corrente sanguínea. Assim, as bactérias que provocam as cáries facilmente se espalham, acabando inevitavelmente por chegar ao coração e gerar diversas patologias.

A sua boca é uma porta de entrada para agentes patogénicos

O corpo humano é uma entidade muito complexa e funciona pelo meio da interação entre todos os seus órgãos. Nenhuma parte pode ser pensada sem considerar as interações que tem com o todo. Desta forma, a nossa boca vai comunicar com os restantes órgãos, neste caso específico com o coração, por meio de fluidos.

O problema é que a nossa boca é a principal porta de entrada para bactérias e outros microorganismos patogénicos, que irão circular através do sangue e alojam-se, maioritariamente, no tecido que reveste o coração - endotélio. Assim, a nossa boca precisa de cuidados extra de higiene para nos mantermos saudáveis.

A doença cardíaca

O Instituto do Coração estima que 36% das mortes derivadas de problemas cardíacos e 45% das doenças cardíacas têm origem em problemas da boca - cáries profundas, gengivas inflamadas, abcessos…

Num paciente com imunidade baixa, devido à idade ou outras doenças, isto torna-se um problema ainda maior. O seu corpo não luta eficazmente contra os agentes patogénicos invasores e pode, com alguma facilidade, desenvolver um quadro de endocardite bacteriana - infeção que afeta o revestimento interno do coração.

No entanto, estas bactérias podem provocar mais do que infeções. A sua disseminação na corrente sanguínea pode levar ao acumular de gordura nas paredes das artérias, prejudicando o natural fluxo sanguíneo, para além de colonizarem potenciais válvulas do coração já danificadas ou enfraquecidas. Com o tempo, isto poderá traduzir-se em aterosclerose, arritmia, ou acidentes vasculares cerebrais.

Os mais vulneráveis

A doença da boca é sempre um risco, mas naturalmente, que os pacientes que exibem problemas crónicos, como gengivite ou doença periodontal são os mais vulneráveis ao desenvolvimento dos problemas cardíacos. Maus hábitos de higiene são o principal fator de risco.

Naturalmente, o paciente que já tem questões do foro cardíaco é umas das principais vítimas, especificamente más formações de válvulas ou próteses nas mesmas. Estes pacientes têm maior probabilidade de desenvolver Endocardite Bacteriana, que pode, no pior cenário, ser fatal. A estes pacientes é exigido cuidados recobrados com a saúde oral, e nalguns casos aconselha-se mesmo a toma de antibióticos antes de determinadas intervenções para prevenir que as bactérias se instalem na região cardíaca.

Sintomas e Sinais

A patologia ao nível da boca não se restringe apenas às cáries. Há outros sinais de que algo não está bem e que são tão responsáveis pelo desenvolvimento de doença cardíaca como as cáries.

A gengiva avermelhada, por vezes a sangrar, mau hálito frequente ou qualquer sinal de infeção são alertas importantes, assim como o amolecimento de alguns dentes. Se detetar qualquer um destes sinais, deve dirigir-se imediatamente ao seu dentista.  

Uma nova visão no cuidado do coração

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em todo o mundo. Cerca de um terço das mortes anuais devem-se a elas, por isso a prevenção está na ordem do dia.

A forte correlação entre a doença cardiovascular e a saúde oral dá-nos uma nova perspetiva sobre os cuidados com o coração, que não deve ser, de todo, ignorada. O nosso corpo funciona como uma máquina perfeita e qualquer peça defeituosa põe em causa o correto funcionamento do todo.