segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Enxaqueca: a dor de cabeça incapacitante




A enxaqueca é um dor forte e latejante, muitas vezes só de um lado da cabeça, que se faz acompanhar por intolerância à luz e ao ruído, náuseas, vómitos, irritabilidade, tonturas e fadiga. Surge de forma, muitas vezes, imprevisível em crises que podem durar entre 4 a 72 horas.

Mais frequente em mulheres, a enxaqueca afecta pessoas de todas as idades (até crianças), embora seja entre os 25 e os 45 anos que note um pico do problema.

As causas da enxaqueca são ainda mal conhecidas, mas segundo os profissionais da rede CUF, as mesmas ocorrem por “uma combinação de processos a nível cerebral: excitação/depressão de células, dilatação das artérias e libertação de substâncias químicas”.

Apesar de, como referi, as causas ainda não serem bem conhecidas, é certo que há factores que despoletam as crises e aos quais os pacientes devem estar atentos e evitar, sempre que possível. O stress, o jejum prolongado, odores fortes, alterações hormonais relacionadas com o período menstrual, luzes e sons intensos, esforço físico exagerado, excesso de cafeína ou álcool encontram-se entre os desencadeadores mais comuns.

Em cerca de 25% dos casos de enxaqueca, surge uma variante a que os profissionais chamam enxaqueca com aura, onde podemos verificar sintomas neurológicos como alterações da visão e convulsões motoras parciais (estas últimas em raros casos).


Lidar com a doença

O que pode parecer uma vulgar dor de cabeça é, na verdade, uma doença bastante incapacitante e como tal, o doente precisa encontrar meios de lidar com a mesma, que o auxiliem a evitar ou acabar mais rapidamente com as crises.

O tratamento passa, maioritariamente por encontrar o desencadeante principal das crises, que varia de paciente para paciente e evitá-lo sempre que possível, acompanhando esta atitude de um apoio medicamentoso, geramente em SOS. Naturalmente, nem sempre é possível reconhecer esse desencadeante ou evitá-lo, como no caso das alterações hormonais, mas alguma mudanças ou ajustes ao estilo de vida, revelam-se uma boa ajuda para o doente com enxaqueca.

Adoptar um estilo de vida saudável é fundamental. Hábitos de sono regulares e uma alimentação saudável, com horários regulares, sem saltar refeições mostram-se muito importantes para evitar as crises, bem como o evitar de grandes picos de stress.

É ainda de referir que o consumo excessivo de medicamentos, especialmente de analgésicos, tem se mostrado um problema que tende a agravar a frequência e intensidade das crises. Com a dor e o mau-estar, o paciente tem a tendência natural de tomar cada vez mais medicamentos, no entanto, isto pode ter o efeito inverso ao desejado, pelo que deve conversar com o seu médico e juntos, encontrarem o mais eficaz para o seu caso, na dosagem certa.


Curiosidades

Muitos estudos têm sido feitos nesta área e diversos têm sido os motivos apontados para o surgimento do problema ou despoletadores de crises. Alguns desses estudos, apontam para a possibilidade do consumo de determinados alimentos possam despoletar uma crise. Alguns exemplos são o queijo, o chocolate e os citrinos.

Outro estudo mais recente, levado a cabo por Margarida Martins Oliveira (nutricionista) aponta para a existência de uma relação entre a obesidade e o excesso de peso com o surgimento da enxaqueca.