Não haverá, por certo, nenhum pai ou mãe de uma criança em idade escolar e pré-escolar que não tenha recorrido a uma consulta médica para sair de lá com meia dúzia de medicação sintomática e um diagnóstico de virose.
É comum ouvirmos dizer que quando os médicos não sabem do que se trata dizem que é uma virose, mas na verdade, grande parte das nossas doenças são provocadas por vírus, logo, o diagnóstico não está propriamente errado, apenas… pouco específico.
Mas afinal, o que é isto da virose?
Uma virose é uma doença provocada pela acção de um vírus no organismo humano, e há inúmeros tipos, com diferentes graus de gravidade. Para terem uma ideia do que falamos, uma virose pode ser, tanto uma simples constipação, como uma infecção pelo vírus do ébola. Assustados? Não é preciso.
Quando um médico diz que o vosso filho ou filha tem uma virose está a referir-se a algo simples e sem grandes complicações, normalmente de origem respiratória ou gastrointestinal, a medicação utilizada é meramente sintomática e na grande maioria das vezes, nem nunca chegamos a saber ao certo o que foi aquilo.
As vulgarmente chamadas viroses atacam maioritamente bebés e crianças (mas os adultos não estão 100% livres delas) e não costumam durar mais do que 10 dias.
Porque é apenas uma virose?
Na maioria dos casos, a chamasa virose é algo inócuo e o que o doente precisa é de repouso, hidratação e controlo dos sintomas. Não importa verdadeiramente saber qual o vírus que causou o problema, o organismo tem a capacidade para se livrar dele sozinho.
No entanto, algumas viroses podem desencadear consequências mais sérias, logo, se após 48 horas o seu filho, em vez de melhorar, parece ter piorado, dirija-se novamente a um serviço de saúde.
O meu filho está constipado, o da vizinha está com diarreia e mesmo assim, ambos têm viroses.
Há diferentes tipos de vírus que atacam diferentes partes do nosso corpo, logo é perfeitamente natural, que diagnóstico virose surja em doentes com sintomas muito diversos.
Podemos dividir as viroses comuns em três grandes grupos, com diferentes sintomas.
O primeiro é o das viroses respiratórias, causadas pelo vírus da gripe e outros semelhantes e cujos sintomas passam por dores de cabeça, febre, espirros e tosse, dores de garganta, dores no corpo e um mal-estar generalizado. Na maioria dos casos, o doente fica bem no prazo máximo de uma semana, sem complicações de maior.
O segundo quadro viral, muito comum nas crianças, são as chamadas viroses gastrointestinais. Com uma duração de 3 a 7 dias, este quadro apresenta-se com diarreia, cólicas e vómitos. Febres inferiores a 38.5º C também são muito comuns nestes casos. Este tipo de quadro acaba por desaparecer espontaneamente, sendo que o principal cuidado a ter é manter o doente hidratado, evitando assim outras complicações.
Por fim, temos o grupo das viroses exantemáticas, que se tratam, de forma geral de erupções cutâneas. Varicela, rubéola ou sarampo são exemplos comuns deste tipo de viroses. No entanto, nem sempre é possível dar um diagnóstico tão específico como este e, muitas vezes, estas vermelhidões na pele são consequências de um dos dois grupos mencionados anteriormente.
Mas aquele diagnóstico foi tão estranho…
Algo que muitas vezes confunde os pais, é o facto do médico “atirar” com o diagnóstico de virose, sem se preocupar em fazer exames mais precisos. Bem, é um pouco frustrante, mas na verdade, não há grande necessidade. Porquê? Porque a conduta será exactamente a mesma, seja o vírus A ou B.
O médico pedirá alguns exames se houver alguma dúvida sobre a origem do problema, por exemplo, se este achar que poderá ser algo de origem bacteriana. Também poderá ser importante um diagnóstico mais concreto em caso de epidemia, não pelo tratamento específico, mas por uma questão de saúde pública, ou seja, de modo a possibilidade a formulação de um plano de contingência para a doença.
Prevenir
Não é fácil prevenir com as crianças, pois a principal forma de contágio é através do contacto, mãos contaminadas (e não através do ar, como muita gente acredita), logo é difícil afastar estes bichinhos implacáveis das suas crianças. Incentive-os a lavar as mãos com frequência e isso poderá ajudar a diminuir a incidência de problemas.