Conviver e ajudar um paciente deprimido nunca é fácil, mas quando estamos a falar de um adolescente, a situação torna-se emocionalmente ainda mais complicada. Por vezes, torna-se difícil compreender como uma pessoa tão jovem e cheia de possibilidades pela frente pode deixar-se arrastar para um estado de desespero e apatia tão grande.
No entanto, se o quer ajudar, há várias coisas que pode fazer.
1. Não desvalorize os sentimentos do adolescente
Por mais que sinta que ele/a não tem motivos para se sentir desta forma, nunca o expresse nem critique o jovem. Os sentimentos são reais e sentir desrespeito e incompreensão poderão levar o adolescente a atitudes extremas, como tentativas de suicídio.
2. Incentive a realização de um tratamento
Mesmo que o jovem em questão não seja da sua responsabilidade, enquanto pai ou educador, se se preocupa com ele/a, incentive a procura de ajuda. A depressão é uma doença grave e em idade tão jovens é precisa uma abordagem multidisplinar, o mais rapidamente possível, de modo a reverter o quadro.
O tratamento deve ser consistente e jamais interrompido, sob perigo de graves recaídas, que poderão ter consequências significativas.
3. Evite comentários depreciativos acerca da doença
O doente com depressão não é “fraco” nem “maluco”. A depressão é uma doença como qualquer outra e tem tratamento. Muitas vezes, brincadeiras sem intenção magoam o adolescente, contribuindo para uma quebra ainda maior da sua auto-estima. Ele torna-se mais fechado e tem menos probabilidade de procurar ajuda.
4. Incentive o jovem a expressar os seus sentimentos e não o julgue
Uma forma muito eficaz de aliviar o que nos pesa o coração é “deitar cá para fora”. Isto nem sempre é fácil e para um adolescente pode ser especialmente complicado. É uma fase da vida complexa por si só e o medo da rejeição ou da falta de compreensão dos outros, pode tornar os adolescentes mais fechados.
Assim, incentive-o/a a falar sobre o que sente e em caso algum mostre julgamentos de valor ou desvalorização do que lhe é contado. Caso seja pai ou mãe de um jovem, não se sinta mal por o seu filho preferir falar com outra pessoa. É natural algumas reservas em comunicar os seus sentimentos mais profundos com os pais, o importante é que ele encontre uma pessoa de confiança. Incentive-o a fazê-lo, mesmo que lhe custe, ou se sinta “deixado para trás”.
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