A Doença de Crohn é uma doença crónica inflamatória do intestino. De causa desconhecida, alguns estudos apontam para que seja uma reacção imunológica à presença de algum factor como uma bactéria ou virus. É uma doença imprevisível, que evolui por surtos e o stress tem um papel preponderante no agravamento de sintomas.
Crohn em números
A doença de Crohn pode afectar qualquer idade, mas o início dos sintomas ocorre geralmente em pacientes jovens (antes dos 30 anos). Apesar de ser considerado que afecta em igual proporção homens e mulheres, alguns estudos indicam uma incidência ligeiramente maior no sexo feminino.
A hereditariedade parece desenvolver um papel importante, as estatísticas apontam para que, em grande parte dos pacientes, haja um familiar próximo com uma doença inflamatória do intestino.
Em Portugal, a incidência da doença parece ter vindo a aumentar nos últimos anos e estima-se que, actualmente, 73 em cada 100 000 habitantes seja portador da doença.
Factores de Risco
Como referido anteriormente, a história familiar é um factor de risco importante na doença de crohn, da mesma forma que a idade e os pacientes entre os 16 e 40 anos devem estar especialmente atentos aos sintomas.
O tabagismo também tem sido referido como um factor de risco para o Crohn, demonstrando que as pessoas com hábitos tabágicos têm maior propensão para o desenvolvimento da doença.
Por fim, o local onde habitamos tem se revelado um facto de risco para as mais variadíssimas doenças e o Crohn não é excepção, verificando-se um maior número de casos em populações residentes nas zonas urbanas de países industrializados.
Sintomas e Sinais de Alarme
Os sintomas associados à doença de Crohn podem ser variadíssimos, consoante a pessoa e as circunstâncias da sua vida, no entanto, há um grupo de sintomas, mais comuns e que devem ser tidos em conta como sinais de alarme.
Os sintomas mais comuns são a diarreia, que pode ocorrer de forma sistemática ou intervalada com momentos de grande obstipação, dor abdominal/cólicas e a perda de peso associada à falta de apetite.
Outros sintomas que são também frequentementes encontrados nestes pacientes são as dores articulares, lesões na pele sem explicação aparente, lesões na zona perianal, fadiga e enfraquecimento, associadas à dificuldade de absorção dos nutrientes, normalmente realizada pelo intestino.
Complicações associadas
A doença de Crohn é uma condição crónica e sem cura, que deve ser vigiada por um especialista, pois as complicações da falta de cuidado podem ser muito graves ou até fatais.
Pode ocorrer uma oclusão intestinal, tratada através de procedimento cirúrgico. Úlceras e fístulas são comuns em qualquer zona do tubo digestivo (incluindo o aparecimento de aftas na boca).
A osteoropose e anemia podem também acompanhar a doença, que aumenta o risco de cancro do cólon.
O aumento de quadros inflamatórios é notório, especialmente na pele, olhos, articulações, fígado ou vias biliares.
Em última instância, pode ocorrer uma situação de perfuração ou rutura do intestino.
A doença de Crohn não tem cura, no entanto, não deve ser motivo para desesperar. Os tratamentos médicos que existem actualmente providenciam aos doentes um bom controlo dos sintomas e a possibilidade de levar uma vida normal.