A diabetes é uma doença crónica de origem metabólica. O nosso organismo usa a glucose (açúcar) como fonte de energia, porém, para fazê-lo precisa da insulina, hormona produzida pelo pâncreas. No caso do doente com diabetes há uma incapacidade do pâncreas para produzir a insulina ou produzir insulina suficiente para as necessidades do seu organismo.
Apesar de não ter cura, um acompanhamento e controlo adequado permitem ao doente com diabetes usufruir de uma vida normal.
Em 2013 estimava-se que 382 milhões de pessoas em todo o mundo tivessem diabetes. Em Portugal o número de doentes com diabetes já ultrapassava 1 milhão, em 2011.
A má alimentação e o estilo de vida moderno são os principais responsáveis pelo aumento significativo da doença verificado nas últimas décadas.
Diabetes Tipo I
Na diabetes tipo I observa-se uma incapacidade de produção de insulina devido a falha no sistema imunitário, que faz com que os anti-corpos comecem a atacar as células que produzem a mesma.
Os doentes com diabetes tipo I são insulino-dependentes e desenvolvem a doença habitualmente antes dos 40 anos. Os principais sintomas passam por um aumento significativo da vontade de urinar, fome e sede constante, perda rápida de peso, fadiga excessiva, alterações de humor e uma maior dificuldade de cicatrização das feridas.
Diabetes Tipo II
Este é o tipo mais frequente da doença (cerca de 90% dos diabéticos são considerados de tipo II) e decorre de dois factores: a diminuição da produção de insulina pelo organismo e a resistência à mesma.
Muitos dos pacientes com diabetes tipo II conseguem controlar a doença perdendo peso, comendo adequadamente e mantendo uma vida activa e saudável, no entanto, com o passar do tempo, a doença tende a agravar, acabando normalmente por obrigar ao consumo de insulina.
A Organização Mundial de Saúde reconhece actualmente como a sua principal causa o excesso de peso, que provoca uma libertação anormal de certros químicos no organismo, que destabilizam o sistema metabólico e cardiovascular. Uma dieta radical, perda de peso e diminuição do perímetro abdominal estão entre as principais formas de controlo da doença, tornando-a possível de evitar na maioria dos casos.
Os sintomas da diabetes tipo II são idênticos aos sintomas do tipo I, incluindo também o aparecimento de infecções frequentes, problemas de visão, formigamento nos pés e problemas de pele.
Pré-Diabetes
A chamada pré-diabetes é uma condição de risco, muito próxima à doença, que ocorre em pacientes com alto risco de desenvolver a Diabetes tipo II. Apesar de não poder ser considerado diabético, os níveis de açúcar no sangue estão acima do normal e o doente deve começar a tratar o problema imediatamente. Alguns estudos indicam que mesmo em caso de pré-diabetes, já poderão ter ocorrido danos a nível do sistema circulatório e no coração.
Deve haver uma monitorização periódica frequente para determinar se os cuidados actuais são suficientes para se manter saudável.
Diabetes Gestacional
De causa ainda desconhecida, a Diabetes Gestacional ocorre, geralmente, a partir da 24ª semana de gestação e tende a desaparecer após o parto.
Neste caso, gera-se um aumento da resistência à acção da insulina, que irá, por sua vez, aumentar os níveis de glicose no sangue. Na maioria dos casos, este tipo de diabetes é controlável com a prática de algum exercício físico e dieta adequada, sendo que cerca de apenas 10 a 20% das mulheres com esta condição precisam de medicação.
A falta de controlo da diabetes gestacional poderá trazer complicações durante o parto, e provocar um crescimento desenfreado do fecto.
Alguns investigadores do National Institutes of Health and Harvard University estabeleceram uma relação entre uma dieta rica em gordura animal e colesterol antes da gravidez e um risco acrescido de desenvolver diabetes gestacional.
Um Problema de Saúde Pública
A diabetes mellitus é mundialmente reconhecida como um problema de saúde pública, devido aos elevados índices de morbilidade e mortalidade directamente relacionados com a doença, bem como os custos associados ao controlo e tratamento de complicações derivadas da mesma.
É actualmente considerada uma das principais doenças crónicas da sociedade moderna, afectando doentes de diferentes faixas etárias, estados de saúde e situações sócio-económicas. A prevenção é, como em tantas outras doenças, a forma mais eficaz de lidar com a diabetes.
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