Na
saúde mental, como na física, o prognóstico da doença é tanto
mais favorável, quanto mais cedo a mesma for diagnosticada, sendo
que todos reconhecemos o papel fundamental da prevenção de doenças crónicas e incapacitantes. No entanto, o fraco investimento e a
escassa informação, faz com que grande parte da população não
tenha uma atitude preventiva em relação à sua própria saúde.
Com
o estilo de vida pouco saudável e cada vez mais sedentário da nossa
sociedade, o aumento de doenças crónicas incapacitantes disparou
nas últimas décadas, trazendo consequências sociais e financeiras
para todos.
Em
2011, estimava-se que cerca de 40% da população portuguesa sofresse
de algum tipo de doença prolongada, crónica ou incapacitante, sendo
que a taxa de incidência era claramente superior em indivíduos do
sexo feminino. Se nos focarmos na população com mais de 58 anos,
este valor dispara para 68,8% (para dados mais atualizados, consulte o site do Instituto Nacional de Estatística).
Os
gastos económicos com a saúde disparam, as famílias perdem a
capacidade, não só financeira, mas também emocional para gerir e
acompanhar o familiar doente e as instituições criadas para o
efeito tornam-se locais insalubres e superlotados.
Benefícios
da prevenção
1.
Viabilidade Financeira
Apesar
de não gostarmos de falar no assunto, principalmente quando se trata
da nossa saúde, a verdade é que a doença crónica custa todos osanos milhares de euros ao Estado, bem como ao próprio doente e à
sua família.
Os
medicamentos e os profissionais de saúde, muitas vezes com
necessidade de estarem presentes 24 horas por dia, bem como as
alterações físicas da residência a que muitas doenças obrigam,
são uma verdadeira dor de cabeça para muitas famílias que se vêem
obrigadas a contrair dívidas de modo a proporcionar alguma qualidade
de vida ao doente crónico.
2.
Auto-estima
Este
é um ponto fácil de entender para a maioria das pessoas e um
problema grave e de grande impacto no doente que se vê privado das
suas anteriores capacidades. A doença crónica impede, muitas
vezes, que o doente possa realizar as actividades que mais gosta e
que lhe dão prazer, afasta-o dos amigos e muitas vezes até da
família. Com o tempo, a incapacidade pode atingir mais de 90% e
muitas vezes, o doente tem de ser institucionalizado, pois os
familiares já não são capazes de dar resposta às suas
necessidades.
Assim,
à doença já diagnosticada juntam-se problemas como a depressão e
a ansiedade, agravando consideravelmente o estado de saúde da
pessoa e a sua eventual melhoria. Muitas destas pessoas tornam-se
mais agressivas e isolam-se do mundo, devido à frustração que
sentem pela sua posição dependente, vista por elas, muitas vezes,
como humilhante.
Quanto
mais activa foi a pessoa, antes de contrair a doença, maior a
dificuldade em lidar com esta situação.
3.
Independência
Não
há nada melhor do que sermos independentes e dotados de liberdade
para ir e vir, para fazer as nossas escolhas e tomar as nossas
decisões, sem termos de recorrer constantemente aos outros.
Por
muito que nos custe fazer mais exercício físico, ou seguir aquela
dieta mais restritiva, a verdade é que é bem mais complicado gerir
uma doença crónica e potencialmente incapacitante que nos vai
obrigar a sacrifícios bem maiores do que esses.
4.
Facilidade
Apesar
de todas as desculpas que damos, a nós mesmos e ao mundo, a verdade
é que é muito mais fácil realizar essa prevenção do que, mais
tarde, realizar o tratamento.
Este
ocupa-nos mais tempo, poderá ser incómodo ou doloroso e muitas
vezes, prejudica outros pontos do nosso organismo, agravando ainda
mais o nosso estado de saúde.
5.
Qualidade de Vida
Por
fim, basta-nos apenas dizer que a prevenção da doença faz-nos
ganhar qualidade de vida no geral.
Temos
mais tempo para nós e para os que nos são próximos, podemos
realizar as nossas actividades preferidas sem limitações e evitamos
muitas horas de tempo perdido nas salas de espera dos hospitais e
centros de saúde.
Para
além do mais, não há nada no mundo melhor do que nos sentirmos bem
e livres.
:)
ResponderEliminar