terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Cigarros ou Vaporizadores - há uma "boa escolha"?

 


Vaporizadores, ou cigarros electrónicos, são uma alternativa ao tabaco convencional e a sua existência tem quase duas décadas. No entanto, a sua visibilidade cresceu significativamente nos últimos anos. 

Muitas pessoas acreditam que os mesmos são mais saudáveis ou menos perigosos que o cigarro convencional e, portanto, uma melhor escolha para a nossa saúde. Isto levantou um acérrimo debate, sem vencedores e com muitas questão por responder.

Afinal, qual das hipóteses é a melhor para a nossa saúde? Nenhuma! Mas vamos por partes.

Como funcionam cada uma das opções?

Antes de tomar uma decisão ou fazermos uma escolha em qualquer aspecto da nossa vida, devemos sempre ter em conta todos os dados. 

A principal diferença entre um cigarro normal e o electrónico é a combustão. O cigarro comum funciona através de um processo de combustão de substâncias químicas, que ao entrarem no nosso corpo, vão circular na nossa corrente sanguínea.

O cigarro electrónico funciona de forma diferente. Há uma evaporação do líquido utilizado, por via do aquecimento, gerando um vapor que será, da mesma forma, conduzido para a nossa corrente sanguínea. 

Vantagens do Cigarro Electrónico

A ideia de que o cigarro electrónico é mais benéfico para a saúde, não é completamente descabida. De facto, há mais de 4000 substâncias tóxicas no cigarro convencional, que não existem no vaporizador, o que significa uma redução muito significativa de toxinas.

Para além disso, não liberta fumo desagradável, não gera beatas que acabam a poluir os nossos solos e não provoca mau hálito. 

Outra vantagem, é que o cigarro electrónico pode nem sequer conter nicotina. No Reino Unido há até programas que utilizam o cigarro electrónico no processo de deixar de fumar. No entanto, isto está longe de ser concensual entre a comunidade científica.

Desvantagens do Cigarro electronico

A principal desvantagem a ter em conta no que diz respeito aos cigarros electrónicos é o desconhecimento. Ainda há muito pouca pesquisa e, consequentemente, pouca informação sobre os seus efeitos a longo prazo. Nao há estudos suficientes que garantam que todas as substâncias usadas são não nocivas para a saúde.

Na verdade, os vaporizadores podem produzir uma irritação no sistema respiratório que conduz a problemas tão graves como os que são atribuídos ao cigarro comum.

Em 2019, foram registados diversos casos, na população mais jovem, de doenças pulmonares associadas ao uso destes dispositivos, sendo a mais comum a bronquiolite obliterante. Neste caso, os brônquios são danificados e inflamam devido à inalação excessiva de produtos químicos. 

Vários estudos indicam ainda que o cigarro electrónico agrava quadros pré-existentes de pneumonia. 

Nicotina

A questão da nicotina está longe de ser simples. Na verdade, os cigarros electrónicos podem não conter nicotina, no entanto, esta não é a norma.

A presença de nicotina aumenta os riscos de problemas cardiovasculares - aumenta o colesterol, a frequência cardíaca e a pressão arterial - entre outros danos à saúde. Elevadas doses de nicotina podem causar náuseas, convulsões e depressão respiratória. No caso das grávidas, aumenta o risco de aborto espontâneo, alterações do desenvolvimento cerebral do feto e parto prematuro.

Apesar de não ser uma substância cancerígena por si só, está confirmado que a nicotina contribui para a evolução de tumores já em formação.

Substâncias cancerígenas

Um cigarro convencional tem um sem número de substâncias cancerígenas e todos temos conhecimento disso. Mas estarão os cigarros electrónicos livres delas? A resposta é não. Nos vaporizadores é possível encontrar chumbo, estanho, nitrosaminas, crómio e compostos fenólicos - todos eles com um elevado potencial cancerígeno.

Para além disso, a lei é bastante omissa em relação aos cigarros electrónicos e estes estão bem menos regulados que os convencionais em relação às substâncias que os compõem. A verdade é que, com os vaporizadores, não sabemos ao certo o que estamos a ingerir.

Os vaporizadores são uma forma de parar de fumar?

De acordo com a maioria dos profissionais de saúde, a resposta é um grande não. Os cigarros electrónicos não acabam com o vício, apenas o substituem por outro. Alguns estudos indicam até um aumento do fumadores em países como os EUA devido à proliferação do cigarro electrónico.

Apesar de existirem alguns programas de tratamento da dependência no Reino Unido que recorrem a estes dispositivos, a comunidade médica olha com preocupação para os vaporizadores.

A Organização Mundial de Saúde não reconhece o cigarro electrónico como tratamento antitabaco e avisa que o discurso da indústria de que funcionam como “redução de danos” é uma mera campanha publicitária.

O cigarro electrónico mantém a dependência comportamental e psicológica do ato de fumar e, volto a referir, pouco se sabe dos seus efeitos a longo prazo. 

Síndromes misteriosas e outras complicações

Recentemente, uma síndrome respiratória misteriosa tem afligido os americanos. Ainda sem grandes explicações para o fenómeno, as autoridades de saúde atribuem ao cigarro electrónico a principal responsabilidade.

Os doentes costumam chegar aos hospitais com dores no peito, dificuldades respiratórias e febre alta. Mais de metade dos pacientes têm menos de 25 anos, o que é incomum nestes tipo de doenças e cerca de 75% são do sexo masculino.

Enquanto novos indícios vão surgindo sobre os efeitos do uso de vaporizadores, novos estudos vão sendo feitos para averiguar a perigosidade dos mesmos. Gostaria de salientar um estudo da Escola de Medicina da Universidade da Pensilvânia, que constatou que os vaporizadores elevam o risco de enfarte e AVC, bem como do instituto oncológico INCA (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva) no Brasil, que associa o cigarro electrónico ao aparecimento de enfisemas pulmonares, doenças cardiovasculares, dermatite e cancro.

Cigarros electrónicos - uma alternativa segura?

A informação acerca destes dispositivos, bem como a regulamentação associada, são escassas e rodeadas de incerteza, o que nos leva a afirmar que os cigarros electrónicos não são seguros e são, sem dúvida, prejudiciais para a saúde.

Apesar de menos tóxicos do que um cigarro convencional, não são uma boa alternativa para deixar de fumar. Não acabam com o vício, apenas o substituem por outro.

Em última análise, voltemo-nos para as instituições acreditadas de saúde para referências - a Organização Mundial da Saúde garante que os dispositivos são prejudiciais e causam dependências e a Direção Geral da Saúde desaconselha a sua utilização. Assim, se quer deixar de fumar, procure ajuda médica especializada, que possa ajudar a defenir o melhor caminho para o fazer. 


quinta-feira, 7 de outubro de 2021

COVID 19 - Porque as vacinas não são 100% eficazes?

 


Ninguém esperava uma pandemia que afectasse todo o planeta. Não há país no mundo que não tenha tido pelo menos um caso e são muitos os que tiveram uma taxa de mortalidade e internamento hospitalar assustadora. 

O mundo uniu-se, cientistas de diferentes pontos do mundo trabalharam em conjunto, durante centenas de horas para fabricar uma vacina que pusesse um travão nesta crise pandémica.

A vacina foi criada. Actualmente em Portugal a grande maioria da população já está vacinada. No entanto, há algo que preocupa a maioria das pessoas: as vacinas não são 100% eficazes. Podemos contrair a doença mesmo estando vacinados. Porquê?

Nenhuma vacina é 100% eficaz

Para compreender o fenómeno com esta vacina em particular, é importante que se compreenda como funcionam as vacinas. Começamos por afirmar que não há uma única vacina que seja 100% eficaz.

Lembremo-nos do caso da vacina da gripe. Quem nunca conheceu alguém que tomou a vacina e ficou com gripe na mesma? Ou até mesmo as vacinas que tomamos quando crianças - sarampo, papeira, rubéola, etc. Quantos de nós não tiveram uma forma destas doenças apesar da vacinação?

A verdade é que a vacina não evita por completo a doença - ela dá ao nosso corpo mecanismos para que este possa combatê-la rapidamente e de forma mais eficaz. Funciona como uma espécie de livro de instruções para o nosso sistema imunitário, que ao entrar em contacto novamente com o virus, terá a resposta adequada para combater o mesmo.  Ou seja, o virus pode entrar no nosso corpo à mesma, mas será aniquilado antes de causar danos maiores. A maioria de nós não chega a adoecer, outros não têm tanta sorte, mas evitam-se formas mais graves - às vezes fatais - das doenças. Estatísticamente, as vacinas são um sucesso.

Qual a percentagem de eficácia? É suficiente?

Actualmente, temos vacinas contra a COVID-19 com uma eficácia em volta dos 90%. É suficiente?

Embora nos possa parecer que 10% é demasiado para deixar entregue à sorte num virus potencialmente fatal, a verdade é que a Organização Mundial da Saúde considera uma vacina eficaz a partir de 50%. Assim sendo, mesmo uma taxa de 70% é considerada incrivelmente alta no que se refere às vacinas. A vacina da gripe, por exemplo, tem apenas uma eficácia de 50% a 60%.

Além do mais, estes valores referem-se à infecção pelo novo coronavirus. A vacina pode previnir formas graves da doença, mesmo que não evite totalmente o contágio.

Lidaremos todos com o mesmo grau de eficácia?

Desde o início da pandemia que foi óbvio que há franjas da população mais vulneráveis que outras. A população idosa é especialmente vulnerável ao novo coronavirus e, como sabemos, foram os primeiros a ser vacinados. 

No entanto, começam a surgir dúvidas quando vemos novos surtos em lares de idosos, com desfecho fatal para algumas destas pessoas. É preciso compreender que, ao longo da nossa vida, e por diferentes motivos, há flutuações na capacidade de resposta do nosso sistema imunitário. À medida que envelhecemos, este começa a ter mais dificuldade de resposta às agressões exteriores.

Como explicado acima, a vacina não cura, nem não mata o virus - ela dá instruções ao sistema imunitário sobre como combater, mas este ainda tem a função principal. Assim, apesar de ser uma ajuda inestimável para os nossos idosos, eles continuam a ser uma população vulnerável e a ser protegida, mesmo após a vacinação. As comorbilidades comuns em idades mais avançadas vão afectar a eficácia da vacina - ainda assim, haverá sempre um aumento do nível de proteção.

Factores que interferem na eficácia de uma vacina

Em todas as vacinas, a eficácia varia de pessoa para pessoa. Aqui ficam os principais factores que têm efeito nessa variação:

  • A idade do indivíduo;
  • Outras doenças ou patologias que possa ter;
  • Factores genéticos;
  • O tempo decorrido desde o momento da vacinação;
  • Contacto anterior com a doença em questão.

Todos estes factores podem conduzir à diminuição da imunidade ao longo do tempo.

É importante referir, que uma pessoa que apanha uma doença para a qual já havia sido vacinada, não só vai desenvolver sintomas mais ligeiros da doença, como tem uma menor probabilidade de infectar outros.

A vacinação é a solução

Ainda há muito para saber sobre a COVID-19 e a forma como a mesma se vai desenvolver daqui para a frente, mas há uma forte probabilidade de se tornar uma doença endémica. Não sabemos se precisaremos de mais doses de reforço, como acontece com outras vacinas (por exemplo, a do tétano, a cada 10 anos), mas sabemos que para já, têm um grau de eficácia satisfatório.

Vacinas 100% eficazes não existem, porque a mesma vai sempre depender da resposta imunitária que o organismo é capaz de oferecer. No entanto, as mesmas conferem uma boa protecção no desenvolvimento de doença grave e ajuda a diminuir a transmissão.


quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Super Alimentos - serão mesmo “super”?

 


De certeza que já ouviu a expressão “super-alimento”. O que talvez não saiba é que a mesma tem pouco valor científico e é até um pouco controversa. Mas afinal, o que são super alimentos?

A expressão, no seu sentido mais popular refere-se a alimentos que se considera terem mais benefícios para a nossa saúde do que a maioria dos outros. Estão cheios de nutrientes de origem vegetal - alto teor de vitaminas, minerais, aminoácidos e ácidos gordos. São alimentos que não só satisfazem as necessidades nutricionais do organismo, como têm elevadas vantagens para a saúde. 

Impacto na Saúde

Estes superalimentos já foram considerados responsáveis pelas mais variadas coisas. Desde a saúde física, à mental, passando pela estética, o alimento certo pode ter influência em diversas vertentes do nosso bem-estar.

Podem prevenir doenças, ajudam na limpeza de toxinas no organismo e promovem o bem-estar. São uma ajuda no controlo de doenças crónicas como a tensão arterial alta, o colesterol ou a diabetes.

Podem ajudar a ganhar massa muscular, a ter uma pele radiante, cabelos brilhantes ou unhas mais fortes.

A estes alimentos são atribuídas um sem número de qualidades e impacto nas mais variadas áreas. 

Será mesmo assim?

A grande controvérsia em relação aos mesmos deve-se ao facto de ser passada uma mensagem de que estes podem substituir muitos outros cuidados e não é verdade! Super alimentos devem ser consumidos moderadamente e em meio a uma dieta variada e um estilo de vida saudável. Não substituem medicação, exercício físico ou qualquer outra coisa que possa pensar.

Para além disso, a forma como os alimentos são testados no laboratório nem sempre (na verdade quase nunca) traduz a forma como os mesmos chegam às nossas mesas. Não vamos obter a mesma quantidade de nutrientes.

Temos ainda o problema do processo industrizaliado pelo qual eles passam, que pode incluir adição de açúcares, conservantes e outros que têm impacto nas suas propriedades finais. Adições que, em última análise, podem até ser prejudiciais para a nossa saúde. Mais uma vez destacamos que, tal como qualquer outro alimento, devem ser ingeridos com moderação - o facto de serem considerados “super alimentos” não quer dizer que o consumo possa ser ilimitado.

Não há alimentos milagre!

A introdução destes alimentos na nossa dieta diária, como complemento a uma alimentação variada e saudável, traz indiscutíveis benefícios para a saúde. No entanto, é importante que as pessoas não os vejam como uma espécie de milagre que curará todos os males. Até porque não o são.

Do ponto de vista nutricional eles são bastante interessantes e dentro de um estilo de vida e alimentação saudável, eles trazem benefícios e promovem o seu bem-estar. Eles são uma grande ajuda, não a resolução dos seus males. 


📷 https://shopmyseke.com/gb/

quinta-feira, 17 de junho de 2021

8 Benefícios de Ir à Praia

 


Passar um dia na praia para apanhar sol e nadar no mar, ou simplesmente dar um passeio à beira-mar, são momentos de lazer e prazer para a maioria de nós. Mas uma ida à praia é bem mais do que um simples passeio para o nosso organismo. 

Depois de ler as vantagens e tudo o que uma ida à praia pode fazer por si, tenho a certeza de que ficará ainda com mais vontade de ir até lá.

1. Relaxamento e sono

Estar na praia tem uma grande influência no nosso bem-estar geral. Ajuda-nos a relaxar e aumenta os níveis de serotonina - neurotransmissor regulador do humor - diminuindo os níveis de ansiedade, stress e depressão.

O aumento da serotonina tem um efeito muito benéfico a nível psicológico, fazendo-nos sentir bem e tranquilos. Isso ajuda-nos a dormir melhor à noite. E, se um simples passeio à beira mar pode ter esse efeito, um mergulho no oceano é um excelente anti-depressivo e devido à elevada concentração de magnésio, alivia a ansiedade. Já para não falar da exposição directa ao sol e à vitamina D, que nos deixa mais felizes e de melhor humor. 

2. Melhora os ossos e articulações

A exposição ao sol aumenta os nossos níveis de vitamina D que, entre outras funções, é fundamental para a absorção do cálcio nos ossos. Isso só por si é uma vantagem tremenda, mas há mais, os passeios à beira-mar são benéficos para as articulações do pés, joelhos e anca. A areia na planta do pé ainda nos oferece um tratamento de exfoliação natural! 

3. Relaxante muscular

Além de ajudar a tonificar os músculos com o caminhar na areia e o nadar, o mar é um excelente relaxante muscular. O simples bater das ondas nas pernas serve como uma espécie de massagem e os seus músculos agradecem. Por outro lado, se sofre de dores musculares, saiba que o mar tem um efeito analgésimo.

Além do mar, também a areia tem um efeito positivo a este nível. Caminhar descalço pela areia da praia estimula as terminações nervosas e os pontos usados na acupuntura e fortalece os músculos.

4. Sistema Respiratório

O seu sistema respiratório é dos que mais beneficia de uma ida à praia. A brisa marinha funciona como uma espécie de aerossol natural, rico em iodo. Ajuda-o a livrar-se dos mucos indesejados e toxinas nos seus pulmões, permitindo-lhe respirar melhor. 

As doenças do foro alérgico também beneficiam substancialmente da inalação da brisa marinha. 

5. Sistema Imunitário

Os sais minerais e vitaminas presentes numa ida à praia ajudam a reforçar o sistema imunitário - cloro, sódio, magnésio, potássio, iodo e claro, a nossa amada vitamina D. Por serem facilmente absorvidos pelo organismo, um simples passeio à beira-mar tem um impacto muito positivo.

6. Circulação e hipertensão

A água fria do mar tem o efeito de uma massagem no nosso sistema circulatório, proporcionando um melhor fluir do sangue no seu circuito pelo nosso corpo. Melhora a circulação e ajuda a reduzir a tensão arterial. 

7. Tiróide

Sabia que o iodo - encontrado na água do mar - é um nutriente indispensável para o bom funcionamento da tiróide? Ele ajuda a regular o metabolismo, que tantos problemas nos pode trazer.

8. Pele, unhas e cabelo

Mas não nos esqueçamos que a saúde também passa pela beleza e bem-estar. Para além do iodo, a água do mar é rica em zinco, potássio e outros que são grandes aliados da nossa pele, unhas e cabelo.

Ajuda à cicatrização de feridas e regeneração da pele, proporciona unhas mais fortes e cabelos mais saudáveis.


Praia sim, mas com regras

Uma ida à praia, além de poder ser de imensa diversão, é uma forma saudável de passar o seu tempo livre. Com inúmeros benefícios para a saúde, é o local de lazer ideal para miúdos e graúdos. No entanto, para poder desfrutar a 100% da praia e dos seus benefícios não se esqueça de cumprir regras básicas de segurança. Proteja-se do sol, evite exposição direta sem protetor e siga as indicações das bandeiras em relação ao estado do mar. Acima de tudo, divirta-se!

sexta-feira, 16 de abril de 2021

5 razões para não adiar a ida ao dentista

 



São muitas as razões para adiarmos aquela ida ao dentista - medo, questões financeiras, achamos que está tudo bem e não vale a pena - mas na verdade, é um grande erro. Quaisquer que sejam as suas razões, as consequências de faltar “só àquela consulta” podem ser desastrosas. 

1. Risco de piorar a situação

Quanto mais tempo esperamos para resolver aquela cárie minúscula ou aquela dorzinha incomodativa, maior o problema se torna. Isto implica mais consultas, procedimentos mais complicados e dispendiosos e… mais dor. Resumindo: mais medo e mais dinheiro gasto.

2. Comprometimento da nossa saúde geral

Muitas pessoas ignoram o facto da nossa saúde oral ter um impacto na nossa saúde geral. Há uma relação comprovada entre ambas e uma cárie pode colocar em risco a sua vida, devido a uma série de complicações que daí podem advir. A título de exemplo, problemas a nível dentário podem desencadear doenças do foro cardíaco, sinusite, refluxos, distúrbios gastrointestinais... 

3. Menos dor e menos tempo na cadeira

A visita semestral ao dentista, por muito assustadora que possa parecer, ajuda muito na prevenção do principal medo de ir ao dentista: a dor. Proceder à higiene oral adequada vai prevenir vários problemas e sinalizar outros em fase inicial. Isto significa procedimentos mais simples e indolores (para não falar de mais baratos).

4. Diagnóstico precoce de doenças graves

Há outras doenças para além das cáries que são de extrema gravidade, por exemplo, o chamado cancro da boca. Este pode ser diagnosticado precocemente pelo seu dentista, aumentando as suas hipóteses de cura. Esta simples visita pode salvar-lhe a vida!

5. Auto-estima melhorada

O seu sorriso é uma das primeiras coisas que as outras pessoas reparam. Actualmente escondido por trás das máscaras, em situações normais é o seu cartão de visita. Sorrir sem receios ou vergonha da sua boca fá-lo sentir-se melhor consigo mesmo e melhora as suas relações sociais. 

A saúde oral não tem de ser um problema

O custo dos dentistas, associado ao medo irracional que uma grande quantidade de pessoas têm dos mesmos, ainda afasta uma grande parte da população das suas cadeiras. O desconhecimento do impacto desta atitude ainda é generalizado e é preciso contrariá-lo.

Visitas regulares ao dentista melhoram a nossa saúde a todos os níveis, evitam tratamentos mais dispendiosos e previnem a dor que tanto nos assusta. 

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Keto - Dúvidas e Incertezas

 


A dieta Keto (do inglês Ketogenic) é uma das dietas da moda e tem contribuído para uma enorme perda de peso em várias pessoas. Muitas destas pessoas declaram ter lutado contra o mesmo por muito e muito tempo, sem que nada tivesse resultado. 

Esta dieta baseia-se num baixo consumo de hidratos de carbono e açúcares, ao mesmo tempo que se ingere mais alimentos gordos (gorduras naturais e saudáveis), provocando um estado metabólico ao qual chamam de ketosis.

Tal como a alimentação designada de PALEO é considerada mais natural e saudável e próxima àquela realizada pelos nossos antepassados. 

Como funciona?

Todo o regime alimentar se baseia na ideia de ketosis

O nosso organismo tem dois possíveis “combustíveis” para o seu funcionamento: os açúcares e as gorduras. Ao eliminarmos um deles, no caso o açúcar, forçamos o organismo a consumir a gordura - é a este processo que se chama ketosis. O organismo é assim, alegadamente, transformado numa máquina de queimar gordura, sem necessidade de passar fome.

O conceito parece, desta forma, ser relativamente simples e numa época de aumento da obesidade, há cada vez tem mais pessoas que procuram uma alternativa às tradicionais dietas que restringem a ingestão de calorias. 

O conceito não é novo, mas sim baseado em outros regimes bem conhecidos: dieta low-carb (baixa em hidratos de carbono), gluten free diet (total omissão de ingestão de produtos com glúten) e, como já mencionado, a chamada dieta PALEO. Keto é assim uma nova versão de uma ideia antiga. 

De uma maneira geral, os adeptos desta dieta garantem sentir-se com mais energia e disposição. No entanto, no início do processo podem surgir alguns sintomas menos agradáveis, como fadiga, dor de cabeça, tonturas, problemas de sono, entre outros. Normalmente, estes sintomas passam ao fim de duas a três semanas. 

O que comer e não comer?

Tal como acontece na dieta PALEO, a massa, arroz e pão estão proibidos, assim como as batatas. Bebidas alcoólicas, refrigerantes e doces estão também fora do cardápio. A fruta parece ser um assunto um pouco contraditório, pois também contém açúcares. Assim, é de evitar, mas não totalmente proibida. 

Para as refeições principais, os adeptos da dieta Keto podem comer carnes não processadas, ovos, peixe e marisco. Devem ter cuidado para não consumir demasiada proteina, pois o corpo convertê-la-á em glicose, interferindo com o processo de ketosis. Podem beber água, café ou chá. 

Qual o impacto?

A dieta Keto tem demonstrado ser extremamente eficaz na perda de peso, mesmo em pessoas que já tinham experimentado inúmeros regimes alimentares sem sucesso nessa área. Um dos benefícios que os seus seguidores falam é na ausência da necessidade de realização de exercício físico para emagrecer. No entanto, este regime recomenda o exercício físico por questões de saúde.

A nível de saúde, este regime alimentar reduz, a curto prazo, os níveis de colesterol e açúcar no sangue, bem como a pressão arterial. Há ainda registo de ter efeito na diminuição de crises epilépticas.

Incertezas

No entanto, nem tudo são boas notícias pelo facto de ainda haver pouca informação a alguns níveis. Para começar, é recomendado o acompanhamento médico e, se possível, por um nutricionista, de modo a adaptar o regime às necessidades individuais de cada um e evitar problemas de saúde.

Há muitas incertezas quanto ao impacto, a longo prazo, desta dieta em pessoas com doença renal ou hepática. Podem ocorrer deficiências nutricionais, devido à eliminação de certos alimentos como a fruta e aumento o risco de pedra no rim e osteoporose.

Numa fase inicial, a dieta keto tem ainda outro senão: é difícil de seguir. É bastante restrita e nas primeiras semanas pode sentir fadiga, obstipação, irritabilidade e, nos piores casos, confusão mental. 

Grupos de risco

Há três grupos de pessoas que são considerados de risco e devem evitar esta dieta. Devido, maioritamente, à falta de conhecimento do seu impacto nestas pessoas.

Diabéticos insulinodependentes e pessoas que tomam medicamentos para controlar a pressão arterial. Ambos devem ter cuidados especiais. 

Os diabéticos devem ter muito cuidado, devido ao baixo consumo de açúcar que keto obriga, pois tem o impacto no corpo de diminuir ainda mais a produção de insulina. 

Outro grupo que não deve enveredar por este regime alimentar sem um rigoroso acompanhamento médico são as mulheres em fase de amamentação.

Estudos em realização sobre Keto

Não é à toa que keto é considerada a dieta da moda e tem cada vez mais adeptos. Mas a procura pelo corpo perfeito levanta outras questões e actualmente, muitos são os estudos realizados sobre o impacto deste regime na saúde. 

Aqui ficam alguns exemplos bem interessantes sobre como esta dieta pode ter benefícios nalgumas condições de saúde:

- Doenças cardíacas - Alguns estudos mostraram que a dieta keto tem um impacto positivo a este nível por contribuir para a diminuição da gordura corporal, colesterol e tensão arterial. 

- Cancro - Alguns estudos estão a explorar a hipótese de usar a dieta keto como um tratamento adicional para o cancro, pois parece desacelerar o crescimento do tumor. 

- Doença de Alzheimer - Os cientistas estão também a explorar a possibilidade deste regime tornar a progressão da doença mais lenta.

- Doença de Parkinson - Ainda há pouca pesquisa, mas um estudo demonstrou que esta dieta pode melhorar os sintomas da doença. 

A perda de Peso como objectivo do Século XXI

Cada vez mais se procuram formas de combater a epidemia que a obesidade se tornou no nosso século. A todo o momento surgem novas dietas ou modificações de outras já existentes. Apesar de quase todas terem impacto na nossa saúde, a maioria das pessoas vê esse impacto como um mal menor e portanto, vale a pena o risco. 

A dieta keto tem demonstrado um grande impacto na perda de peso e, apesar de serem precisos mais estudos, os que foram realizados até agora, sugerem que salvo raras excepções, é um regime alimentar seguro para a saúde.