sábado, 27 de abril de 2019

Quando o inferno... são os outros


Ao longo da nossa vida sofremos todo o tipo de pressões, algumas positivas que nos impulsionam para a frente, outras que nos destroem lentamente e para as quais não há auto-estima que resista. É difícil pôr um travão nos julgamentos dos outros, mas mais difícil ainda, é impedir o nosso cérebro de achar que eles têm razão.



Assim que começamos a ter idade para compreender o que se passa à nossa volta começamos a lidar com o escrutínio da sociedade em torno da nossa vida. “Já entrou na escola?” “Largou as fraldas?” “Passou de ano?” “Ainda dorme com os pais?” Como se dessas questões dependesse o futuro da humanidade. Mas quando atingimos a idade adulta, descobrimos que não há uma resposta certa, não importa o quanto façamos.

As pessoas preocupam-se com o nosso estado civil (se já casámos é muito cedo, se ainda não casámos já estamos a passar da idade), com os filhos que temos ou não (”Ainda não têm filhos? Ah, não acham que começa a ficar tarde?” ou “Têm um filho? Tadinho, sem irmãos…” Mas se temos mais “Ai que horror, assim nem aproveitas a vida”), se temos peso a mais estamos gordos, se emagrecemos estamos doentes, se temos emprego não presta, se não temos somos preguiçosos, se vivemos em casa dos pais é uma vergonha, se temos a nossa própria casa “provavelmente estão cheios de dívidas”. Não há volta a dar, não há como fugir.

A favor dos sabichões da vida alheia estão… as redes sociais. Aquele lugar onde toda a gente julga toda a gente, mas no fundo, ninguém sabe realmente o que está a acontecer. E nem se atrevam a não por lá nada. Elitistas!

Cada vez mais as pessoas são submetidas a um julgamento feroz, condenação sem advogados de defesa e o sofrimento que isso acarreta é enorme e adoece a sociedade dia após dia.

É claro que sabemos que isto não é uma novidade, sempre ocorreu, as minorias eram as principais vítimas por serem “diferentes”. Contudo, ao invés de evoluirmos positivamente, tornamos todos os seres humanos em vítimas (mas nem por isso fizemos a vida das minorias mais fácil), de uma forma ou outra, façam o que fizerem, há sempre alguma coisa que falta, algo que não fazemos ou que fazemos demais…


Somos doentes, porque nos pomos doentes…

Numa sociedade doente é impossível ser saudável, mesmo que o sejamos, vamos sempre parecer doentes por comparação com os outros.

Mesmo não gostando das interacções acima descritas quando são direccionadas a nós, vamos fazer o mesmo ao outro. Procuramos alguém que consideramos estar pior que nós e atacamos, sem qualquer respeito pelo que a pessoa quer ou deseja, muito menos por um hipotético mau momento pelo qual esteja a passar. É uma espécie de corrida de  estafetas onde passamos a dor ao próximo.

Dizemos aos nossos filhos “podes ser o que quiseres”, mas omitimos o resto da frase:
- podes ser o que quiseres… desde que encaixe nos padrões;
- podes ser o que quiseres… desde que sigas as regras que alguém escolheu;
- podes ser o que quiseres… desde que não ofendas ninguém, numa sociedade onde toda a gente se sente ofendida por qualquer coisa que seja feita ou dita.

Depois vem a dor, vem a depressão, “a epidemia do século XXI”, criada quase exclusivamente pelas expectativas absurdas que colocamos em nós e nos outros. Chegou a hora de pararmos de associar essa dor à fraqueza, pois no limite, as pessoas que se deixam abater não foram fracas, foram fortes, durante demasiado tempo.

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Síndrome de Burnout - O esgotamento no trabalho



Todos nós conhecemos o stress do dia a dia no emprego, as situações quase limite com que temos de lidar e o excesso de competitividade que quase nos enlouquece dia após dia, mas se se sente à beira do abismo, dê um grande passo atrás e faça uma pausa - você pode estar a sofrer de Síndrome de Burnout.




Esta síndrome é caracterizada por um cansaço extremo, resultante do acumular de situações stressantes e emocionalmente exigentes em contexto laboral, resultantes do excesso de trabalho, muitas vezes em más condições para o exercício da actividade.

A competitividade excessiva, a procura da perfeição ou a extrema insegurança e necessidade de aprovação, arrasta todos os anos, milhares de pessoas para este quadro.


Características do Burnout

Os principais sintomas associados à síndrome são o cansaço excessivo (físico e mental), insónia, dores de cabeça frequentes e dificuldade de concentração, sensação de desespero e pessimismo constante, alterações significativas de humor e problemas gastrointestinais, dores musculares e aumento da tensão arterial.

Muitas vezes ignorada pelo próprio paciente e até pelos profissionais de saúde, sendo eles próprios vítimas frequentes do problema, a Síndrome de Burnout pode conduzir o paciente a quadros graves de depressão, enxaquecas e abuso de substâncias.


Fugir ao esgotamento

Uma vez instalada, a Síndrome de Burnout vai diminuir de forma muito significativa a produtividade do doente no trabalho e a sua qualidade de vida no geral. Tratamento farmacológico e psicoterapia serão necessários para uma recuperação gradual do seu estado saudável. Tratamentos longos, dispendiosos e, no que diz respeito aos fármacos, com possíveis efeitos secundários.

Assim sendo, é importante que tenhamos uma atitude preventiva e procuremos em cada fase da nossa vida equilibrar o trabalho, o lazer e a família, de forma a podermos disfrutar dos pequenos prazeres da vida a cada momento.

Tenha objectivos, delimite-os de forma realista e consistente e trabalhe neles de forma responsável e nunca, até à exaustão.