A solidão traz-nos uma profunda e dolorosa sensação de vazio e isolamento, altamente destruidora da nossa saúde física e psicológica. Apesar de normalmente pensarmos numa pessoa solitária, como alguém que não tem ninguém à sua volta, a solidão nem sempre é “física”. Quem nunca se sentiu só, numa sala cheia de gente?
A solidão é, na verdade, um sentimento que vem de dentro de nós, que se traduz muitas vezes, numa sensação de incapacidade de se relacionar com os outros, no medo de ser julgado ou não ser “bom o suficiente” perante determinada circunstância.
A solidão dói
A pessoa que se sente só, tem dentro de si uma dor agonizante e difícil de aliviar. Sente-se desconectada de tudo, não faz parte e, consequentemente, não tem com quem partilhar as suas ideias e desejos, alegrias e tristezas. Não sente compreensão ou aceitação e, por isso, tende a isolar-se, agravando o seu sentimento de solidão.
Entramos assim num ciclo vicioso, onde surgem sintomas de ansiedade, tensão, inquietação, depressão e outros, do qual é difícil sair e onde nós somos os nossos piores inimigos.
Terceira Idade - A idade da solidão
Estima-se que mais de metade da população idosa nacional sofra de solidão. Quando quase todos já partiram e as gerações mais novas estão demasiado ocupadas para olhar para nós, o que nos resta?
Vivemos cada vez mais tempo, cada vez mais doentes e com menos actividade. A depressão instala-se e o mundo parece indiferente ao sofrimento de quem já tanto contribuiu para ele. O idoso sente-se desamparado, indesejado e sem perspectivas. O medo e a angústia perante um futuro onde sabem que serão cada vez mais debilitados e dependentes.
A solidão na terceira idade é muitas vezes, uma dor sem alívio, onde as pessoas não vêem nenhuma luz ao fundo do túnel e cabe-nos a nós, que podemos deslocar-nos, fazer uma visita, dar um abraço. Uma hora do nosso tempo, pode ser a diferença entre o abandono e um sorriso, para quem vive os dias à espera que terminem.
Combater a solidão
Os sentimentos negativos quebram-nos e tiram a nossa energia, fazendo com que sejamos invadidos por pensamentos negativos e medos paralisantes. Para quebrar esse ciclo, é preciso determinação e força para dar o primeiro passo.
Se se sente regularmente só, comece a ponderar mudar alguns hábitos. Saia mais de casa, participe em eventos, inscreva-se em aulas de grupo, adopte um animal de estimação (certificando-se que tem condições para cuidar dele). Procure ser positivo e encarar os momentos maus como algo passageiro.
Se nada disto o ajudar, ou se não se sente com força para tentar dar nenhum destes passos, considere procurar ajuda profissional.